A Última Sereia (Completo)

9- Passeio mais que agradável

Acordo com meu celular tocando. Era Bia. Para falar a verdade, não queria atender. Ela vai me encher de perguntas e não posso falar das coisas que estão acontecendo. Mas se não atender agora, ela vai ficar ligando o dia inteiro.

- Oi. - Falei com voz de sono, já pra ela sacar que não estou nem um pouco afim de falar.

- Oi, mulher. Como vai tudo ai? - Bia falou aminada.

- Vai bem.

Silêncio.

- Vai bem? Só isso? - Ela está indignada por só ter falando isso.

- É. Não aconteceu nada dê mais. Só passo o dia todo deitada na cama.

- Nossa que pena pra você. Eu estou indo para a praia agora... - ah, chega.

- Minha vó ta chamando. Depois a gente se fala. Tchau.

Desligei e coloquei o celular em cima do criado mudo. Logo, ele começa a vibrar novamente. Deve ser Bia me perguntado o porquê te der desligado na cara dela.

Mas não era ela. Era uma mensagem de um número desconhecido. Mas quando abro a mensagem, já sei logo de quem é.

"Já acordada, sereiazinha?"

Era ele. Cauã. O nosso quase beijo, me marcou ontem. Mas não mais do que esse roxo na minha face.

Olho no espelho e observo. A bofetada que meu pai me deu ontem, deixou um roxo enorme no meu rosto. Tento cobrir com maquiagem, quando outra mensagem chega.

"Pronta para passear a cavalo?"

"Quase." respondi.

"Ótimo. Te encontro na frente da casa daqui a 10 minutos."

"20 minutos. Acordei agora." - Eu ainda estava de biquíni. Nem tomei banho quando cheguei ontem. Passei maquiagem em vão.

Corro para o banheiro. Tomo banho bem rápido. Volto para o meu quarto. Coloco uma blusa reguata, um short jeans e um bota de couro marrom.

Saio as presas. Parece que não tem ninguém em casa de novo.
Mas vejo Katânia.

- Aonde você não vai com tanta presa? - Falou com voz enjoada.

- Não te interessa. - Já ia saindo quando ela me puxou pelo braço.

- Seu pai disse que está de castigo.

- E onde ele está? Não estou vendo ele aqui.

- Ele saiu com seus avós.

- Ótimo. Então eu também vou. - ela me agarrou pelo braço denovo.
- Vai sair com o empregadinho de novo ?

- Isso não é da sua conta. - Falei, tirando a mão dela do meu braço e fui embora. Lá de dentro Ela gritou.

- Cuidado com ele. Ele não é quem você pensa que é!

Ele não é quem eu penso ser? De onde ela tirou isso ? Como ela sabe mais dele, do que eu?

De longe avistei ele já sorrindo.

- Como você conseguiu meu número. - Perguntei.

- Digamos que eu olhei na agenda de dona Carmem. - Começamos a rir, até que ele olhou para o meu rosto e ficou sério. - O que foi isso no seu rosto ? - Perguntou, passando a mão no meu rosto. Tremi com o seu toque, mas gostei daquela sensação.

- Meu pai me bateu ontem. Acredita que ele também me chamou de vadia? Fui vadia duas vezes ontem. - Tentei falar na ironia, mas Cauã continuava sério.
- Será que ele viu a gente...bem... - Vi seu rosto ficar vermelho. Ele estava se lembrando do nosso quase beijo.