Capítulo 12

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Por Eva

Arrependimento me bate, fiz um mal julgamento, e isso está me corroendo...

Olhar para o rosto atormentado do pequeno NE  com  manchas de sangue, faz meu peito se contrai em pura empatia e tristeza.

Seus olhos estão cheio de emoções e estão presos na direção em que Runner foi. Está  com com a irmã no colo, a segurando como se fosse a única coisa que o mantém aqui de pé. Posso sentir que se não fosse por ela, teria seguido Runner.

Uma criança tão jovem e inocente nunca deveria ter tamanha dor estampada em cada pedacinho de seu rosto. Uma criança na idade dele deveria está na escola, ter amigos, brincar, jogar...

Engulo saliva com gosto de fél e falo com ele.

—Qual é o seu nome?

Ele está de pé encostado no porta da entrada, enguanto responde, não olha para mim. É como se nada fosse mais importante do quê olhar para aquela direção.

Talvez realmente nada seja.

—Trust e o dela é Bela.

Sua voz infantil carrega força e fragilidade ao mesmo tempo

—O meu é Eva.

—Já sabia.

Enfim ele olha para mim. Vejo que em seu olhar passa vários pensamentos que eu sequer possa imaginar.

Em um movimento lento  tira a mochila das costas e estende para mim.

—Dentro tem um vestido, acho que minha mãe me mandou colocar ele aí dentro para você.

Diz retornando  a mesma posição.

Pego a mochila da mão dele.

—Obrigada.

Uma sensação de mal está me envolve e me leva mais um pouco para baixo, pensei tão pouco dela e ela se preocupou comigo mesmo no seu momento de fuga.

Não quero cometer esse erro nunca mais, nunca mais quero me sentir assim.

Como fui egoísta, só pensei em mim, grande erro.

Estou enrolada no cobertor, ter roupas para vestir me trás uma sensação de proteção. Estranho como uma roupa pode fazer tanto por você em um momento tão caótico.

—Voce pode colocar, vou ficar olhando para fora.

Fico parada muito tempo perdida nos pensamentos.

Seja mais ágil Eva!

—Só preciso de um minuto.

Abro a mochila e dentro tem muitas coisas, toalhas, casacos, e o vestido que pego e vou para o canto colocar. Sou rápida e em segundos já estou voltando para perto deles.

Coloco a mochila nas minhas costas e espero que Runner volte com Amélia viva.

Ficamos em silêncio por um bom tempo.

Trust se agita e sai do galpão. Fico nervosa e vou atrás dele.

—O que foi? Escutou alguma coisa?

—O  carro do Fernando está vindo pra cá.

Engulo seco e olho para todos lados, esperando algo ruim pular em cima de mim. Sinto arrepios violentos.

—Como você sabe?

Balbucio ainda procurando na escuridão por trás das árvores.

—Cada veículo tem um som. Reconheço o dele.

Pavor come minha voz.

Runner foi pego?

Aí meu Deus!

O que eu faço?

O que faço agora?

Aqueles desgraçados estão vindo para pegar a gente?

Runner, você está bem não é?

Aja Eva, reaja.

—Vamoas sair daqui... não vamos esperar eles chegarem.

Grito mais pra mim do que  pra ela.

— vamos

Pego a mão dele e tento  levar ele comigo, mas ele não se mexe.

Abaixando a cabeça beija testa de sua irmã.

—Nao posso deixar minha mãe aqui.

Ele diz pra  mim como se dissesse a ele mesmo  me dando a menina que começa a chorar querendo seu colo de volta assim que é passada para meus braços.

— Foge com ela. Vou esperar eles chegarem aqui e correr para o outro lado. Eles vão me seguir, sei que vão... sou valioso, ( ele abaixa a cabeça,  constrangido) eles me dizem isso o tempo todo.

Quando volta a me encarar seus olhos escuros  me implora para não discutir, para não falar nada e deixar ele tentar salvar sua irmã e a mim.

Não discuto, não posso, ele esta certo, é valioso, nos duas não.

—Toma cuidado e não deixa eles te pegarem. Se eu conseguir sair deste lugar vou trazer ajuda e tirar vocês daqui, te dou minha palavra.

Ele assente e vira em direção ao som do motor que vem em velocidade que  posso escutar ao longe.

— Vai. Corre.

Eu corro e corro,  e, continuo correndo com Bela chorando e chamando pelo irmão.

Quando estou a uma boa  distância do galpão. Escuta Trust gritar por mim.

Iguinoro por demora a raciocinar a entender qual está pedindo para eu parar.

Paro e viro  e  o vejo se aproximar  rápido de mim.

Tão rápido...

—Ele voltou com minha mãe...

Olho para o nada a trás dele, não há ninguém lá.

Não há nada, ninguém.

O Suspiro de uma pequena esperança morre em meus lábios.

Mas...

Mas ela renasce  quando olho para ele e a vejo estampada em cada pedacinho dele.

Há algo, acredito, não no que vejo, mas nele.

—Onde eles estão.

É tudo que posso dizer.

—No carro que está vindo pra cá.

Ele sorrir, um sorriso triste, mas tão doce e inocente, como se estivesse envergonhado de ser o que é.

Ele não tem noção do quanto é especial, do quanto as pessoas sacrificaria para possuir metade do quê ele pode fazer.

— Posso sentir o cheiro deles, e eu tenho certeza  que  só eles estão lá dentro.

Ele se aproxima um pouco mais é pega sua irmã de meus braços e Juntos olhamos em direção ao carro que se aproxima.

Solto enfim o ar que estava segurando.

Vamos sair daqui.

Continua...

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⏰ Last updated: Mar 19, 2022 ⏰

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