23{Melanie}

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Conseguimos colocar o carro dele na garagem e saímos com o meu carro, ele falou que ia me levar um estúdio de tatuagem de um amigo dele.

- Oi, Romeo. - ele cumprimentou um cara cheio de piercings e tatuagens.

- Veio fazer mais uma? - o cara perguntou e Jack negou olhando para mim.

- Trouxe uma amiga para fazer. Vem, não precisa ter medo. - ele segurou minha mão e me puxou até uma sala. - Como você quer e onde você quer?

- Eu sempre quis fazer uma rosa aqui. - apontei minha cintura.

- Grande? - G perguntou e eu assenti. - Escolhe aqui.

Ele me entregou uma pasta e eu virei as páginas até encontrar uma exatamente como eu queria. Ele chamou aquele cara de novo e o entregou o desenho.

- Você tem certeza né? Depois não tem mais volta. - G falou e eu assenti. - Deita de lado e se concentra em mim quando começar, tá?

- Uhum. - resmunguei entrelaçando nossos dedos.

- Levanta a camiseta. - Romeo pediu e eu levantei a blusa.

Romeo posicionou o desenho onde eu pedi e a tinta azul do papel carbono ficou marcada na minha pele, ouvi o barulho das agulhas e olhei para Jack, que estava abaixado de frente para mim.

- Posso começar? - ele perguntou e eu assenti, sentindo as agulhas me perfurarem várias vezes.

- Amor, tá doendo. - falei perto do ouvido do Gilinsky e ele colocou música nos fones de ouvido e me deu.

- Pelo menos você não ouve. - coloquei os fones e foquei minha atenção na música e no cabelo do Gilinsky. - Ei...

- Que foi? - Perguntei tirando um lado do fone.

- Não olha, é surpresa, ele parou um pouco, é normal quando a tatuagem é grande. - tirei o outro lado do fone e me sentei segurando a blusa. - Responde sua própria pergunta. Dói muito?

- Dói. Pega água para mim, por favor. - pedi e ele me entregou uma garrafinha de 500mL de água. - Já que você me proibiu de ver, como está ficando?

- Linda. Vai colorir, né? - ele perguntou e eu assenti. - Olha o que apareceu para mim. Jack Gilinsky é visto com outra garota, será sua nova namorada? Quem é a garota que ele ainda não apresentou para o público?

- Que gente chata, credo. - Reclamei.

- Você vai ter que se acostumar.

A porta se abriu e Romeo voltou, então eu coloquei os fones de ouvido enquanto passeava os dedos pelo cabelo do moreno na minha frente. Não sei quanto tempo depois foi mas as agulhas pararam e Jack sorriu olhando a tatuagem.

- Quer colorir hoje mesmo ou prefere deixar para outro dia?

- Já faz tudo hoje, não quero passar por outra dor assim, faz agora e pronto. - falei decidida e ele apontou o espelho. - Ah meu Deus, ficou linda.

- Sabe o que eu acho? - ele se sentou na cadeira que estava antes e eu o olhei interessada. - Que você deveria ter começado por uma coisa pequena.

- Se eu começasse por uma pequena, eu não ia ter coragem de fazer as outras, mas você não pode falar nada, você começou com a grande. - usei ele de exemplo. - É meio desconfortável essa posição.

- Vai ficar dolorido por um tempo, ok? E vai ter algumas coisas que você não pode comer por um tempo, tipo chocolate.

- Ah não. - Reclamei.

- E você vai começar a treinar comigo.

- Com você não dá. Você pega pesado. -me deitei de barriga para cima já que o cara ia demorar um pouco.

- Não é porque eu pego pesado, literalmente, que você tem que fazer o mesmo, não vou deixar você ultrapassar seus limites.

- Jack... - chamei virando só cabeça para ele. - Obrigada por sempre querer o meu melhor e me guiar até o que vai me ajudar, não o contrário.

- Eu me importo com você. - ele beijou minha testa e eu segurei a mão dele.

- Quer dormir lá em casa hoje? - perguntei e ele me olhou surpreso. - Ai Gilinsky, eu falei dormir, não quero nem saber o que passou pela sua cabeça.

- Mas eu não falei nada! -ele riu e eu coloquei a mão no rosto.

- Você pensou.

Fiquei olhando para a tela do celular e vi 24 de dezembro. É véspera de Natal e eu nem lembrava.

- Eu não vou poder comer chocolate no Natal? - Perguntei pensando que é mais uma data comemorativa que eu passo sozinha comendo chocolate enquanto todos estão com as famílias.

- Não. - ele falou direto e o Romeo voltou com outra máquina e cores de tinta. - Segura minhas duas mãos, essa dói mais, pode apertar.

- Posso? - Romeo perguntou e eu assenti.

Jack tinha razão, essa estava doendo mais do que a outra, bem mais, eu tentava de tudo para esquecer essas agulhas e na tentativa de passar essa dor para ele, eu apertava com força a mão dele.

- Romeo, para um pouquinho. - G pediu me dando a garrafa de água. - Já fala das coisas que ela não vai poder comer.

- Nada de chocolate por duas semanas. - aquilo me fez revirar os olhos.

- Nem no Natal e ano novo? - perguntei e os dois negaram. - Ótimo, além de passar sozinha eu vou ficar sem chocolate.

- Não vai passar sozinha, esqueceu de mim? - Jack falou e eu neguei de cabeça baixa.

- Você tem que passar esses dias com sua família. - falei mexendo na pontinha do meu cabelo.

- Deixa eu conversar com ela daqui a pouco você volta. - Jack falou para o tatuador e se sentou na minha frente.

- Não adianta discutir. Natal e Ano novo é dia de passar com a família.

- E com os amigos. - ele estava com um sorriso diferente no rosto.

- Não, Jack.

- Eu não me referi só a você, mas sim a uma coisa que eu vou te dar. - ele falou olhando para a tela do celular.

- Me fala.

- Você vai ter que esperar até amanhã. - ele beijou minha bochecha e pediu para Romeo voltar e terminar aquilo de uma vez.

Em momento algum eu parei de apertar a mão do Gilinsky, só quando a máquina parou e ele me olhou sorrindo.

- Ficou linda. - ele falou. - Vai olhar.

- Ah meu Deus. Que linda. - falei e Romeo passou um creme e colocou um plástico.

- Pronto, é só pagar lá na frente.

- Vem. - Jack passou o braço pelo meu pescoço. - Quanto deu, Agatha?

- 90 dólares. - a menina ruiva com alguns piercings falou e antes que eu pudesse tirar o dinheiro da carteira, ele já tinha passado o cartão.

- Gilinsky!

- Presente de Natal. - ele falou olhando para a porta, que tinha vários fotógrafos do lado de fora. - Veste o capuz ou cobre o rosto de algum jeito, se eles te verem, vão dar um jeito de descobrir quem você é.

Vesti o capuz da blusa e saímos do estabelecimento ouvindo várias perguntas e barulho de câmera até chegarmos no carro.

- Acelera. - eu mandei, já que ele estava dirigindo.

Logo já estávamos em casa, deitados no sofá, assistindo um filme.

- Amor. - ele me chamou e eu o olhei atenta. - Feliz natal.

- Feliz natal, Gilinsky.

Random Number // J.GWhere stories live. Discover now