Find Your Love

17.

Luto, do latim "lucto", é um sentimento profundo de tristeza e pesar pela morte de alguém. O luto é caracterizado por um período de consternação e saudade pela perda de um ente querido.

Aquela noite seria um dia impossível de deletar da minha vida, eu me neguei a chegar perto do meu menininho, não era aquela imagem que eu teria dele, não era daquele jeito que eu queria explicar para os meus filhos o quanto Enrico foi presente e importante em minha vida. Do início ao fim. Cristiano achou melhor eu não estar presente na hora do enterro, e eu achei que ir pra casa era o melhor a se fazer, não tinha o mínimo de cabeça pra isso.

Quando cheguei em casa, havia uma mala em cima da minha cama, que segundo Cristiano Ronaldo estava ali porque iríamos para Lisboa, mais precisamente para o Hotel dele. Eu prontamente aceitei, eu precisava de um apoio e não queria ficar com minha melhor amiga assistindo um filme de drama, comendo pipoca enquanto enchíamos a casa de lágrimas. Quando chegamos ao hotel fui recebida por um abraço apertado do Júnior e um pedaço de bolo de morango, que segundo ele era o meu favorito. E era mesmo.

Eu não sabia como agradecer por todo apoio que Cristiano me deu naquele dia, eu me senti tão bem, tão amada. Minha certeza de que eu o amava era absoluta. Ele não havia deixado de segurar minha mão nenhum momento.

Só voltei a ver Dolores no dia seguinte, já que ela havia ficado até o fim do enterro de Enrico dando apoio para dona Su.

- Como está o coraçãozinho? - a mais velha perguntou se sentando ao meu lado.

- Ainda perdido, não caiu a ficha... eu ainda me pego pensando em ir visitá-lo durante a semana depois de ir na loja. Ou deixar de ir na loja pra passar o dia inteirinho com ele.

- Nós nunca iremos superar uma perda, Cate. - Riu, puxando minha mão e a segurando firmemente. - Aprendemos a conviver com falta que ele irá fazer, mas deixaremos marcados no nosso coração e na memória todos os momentos bons e felizes que passamos com ele.

- Eu ainda estou perdida, sabe? Não sei o que pensar, o que fazer... no momento ele era a minha prioridade, eu queria lutar do lado do meu menino todos os dias. E agora preciso aceitar que o perdi.

Dolores me puxou, fazendo com que eu me deitasse em seu colo, fazendo carinho em meus cabelos.

- Só não esqueça que você não está sozinha no mundo, que muita gente te ama e quer te ver feliz. Você tem um coração enorme, Cate, não merece carregar todo o mundo nas costas sozinha e sem ninguém do seu lado pra te dar algum suporte.

Ficamos alguns minutos assim, até que o Cristiano entrou com um dos dois gêmeos no quarto.

- Sabia que você estaria aqui - falou rindo, quando me viu deitada no colo da Dolores. - Mãe, fica com eles pra eu tomar banho?

- Fico sim, pode ir lá.

Me levantei da cama pra Dolores pegar as duas crianças no colo e voltei a me sentar.

- Já volto, vamos, amor?

Eu olhei pros dois bebês que estavam no colo da mais velha, olhei pra ele, olhei pros bebês novamente e meu coração se negou a sair dali.

- Pode ir, vou continuar mais um pouco aqui.

Ele me olhou sorrindo, concordou e saiu do quarto fechando a porta.

- Você já conheceu eles?

- Hm, eu peguei o menininho ontem, eles estavam chorando e só tinha uma babá com eles, então o peguei na tentativa de ajudá-la.

- Eles são bem calminhos. - Riu. - Mas quando chora um... os dois começam a chorar juntos.

- Devo imaginar, já ouvi falar sobre os berçários, que quando um bebê chora todos ali choram também. Deve ser uma loucura. - Ri.