05.

4.4K 256 44
                                    


Eu sempre possuí a graça de não ter ressaca, encaro isso como um dom divino. Mas em compensação o cheiro do álcool sempre se impregnava em mim, mesmo tomando banho assim que chego em casa, o cheiro gruda em mim. Então, a primeira coisa que faço ao acordar no outro dia é tomar um banho e vestir a roupa mais larga que eu conseguir achar.

– E essa cara de ressaca, mi amor? – Ri enquanto passava pela Danielle, que olhava pro nada sentada na bancada da cozinha.

– Tentando lembrar se eu fiz alguma merda ontem, mas acho que não. – Ela riu, tomando mais um gole de sua garrafinha de água.

– Isso sim é uma noite de glória! – Falei enquanto pegava alguns morangos na geladeira e em seguida sentei na bancada de mármore que havia de frente para Danielle.

– Pontos para mim. – Ela levantou um braço, rindo – Hoje é domingo! – Danielle estalou os dedos, animada – Dia do jogo.

– Sim, hoje é o dia do jogo. – Confirmei.

– Qual jogo? – Iago apareceu, vestindo apenas um short e exibindo seu corpo completamente tatuado.

– Do Real Madrid. – Danielle falou e piscou para mim.

– Ué, desde quando você vai em jogos de futebol? – Ele roubou um morango das minhas mãos e o enfiou inteiro na boca.

– Combinei de ir com alguns amigos. Mas ainda sou bastante influenciada por você, hermano. – Apertei a bochecha dele, que fez uma careta.

Ficamos um bom tempo ali, conversando e falando bobagens. Depois saímos para almoçar e fazer algumas comprinhas em algumas lojas que estavam abertas.

Quando cheguei em casa, fui tomar outro banho e me arrumar.

•••

Dolores passou no horário marcado para me buscar, me entregando uma camisa do Real com o número sete gravado atrás. Eu preferi ficar com ela nas mãos, melhor assim para evitar fofocas.

– Cate, viu como ficou maravilhosa a roupa em mim? – Dolores sorriu, dando uma voltinha.

– Vi sim, ficou ainda mais maravilhosa em você. – Sorri e ela me abraçou de ladinho.

Me sentei ao lado do Junior e fiquei observando o estádio, que já estava ganhando vida com os torcedores chegando aos poucos. Meu celular apitou com uma mensagem de alguns minutos atrás.

"Espero que tenha gostado do meu pequeno presente para ti. :)"

Sorri ao ler, mas não sabia se deveria ou não responder já que faltava apenas alguns minutos pro inicio do jogo. Mas optei por responder, eu era muito ansiosa para ignorar alguém.

"Eu amei, gracias! Bom jogo e quero pelo menos um gol, bola de ouro."

Enviei a mensagem e enquanto o jogo não começava, eu e Junior ficamos tirando algumas selfies que na maioria eram fazendo caretas.

•••

O jogo terminou, 2x1 pro Real Madrid, um gol de Sérgio — gostoso — Ramos e outro do CR7, que comemorou apontando para o camarote.

– Meu pai sempre demora a sair do vestiário. – Junior reclamou pela segunda vez.

– Calma, você sabe que seu padre atende muitas pessoas. – Dolores repetiu, pacientemente.

– Hm, Junior! – Chamei o baixinho que estava encostado no carro do pai. – Vamos ali comprar algo de comer comigo? – Ele concordou, andando em minha direção e me dando sua mão.

Fomos em uma lanchonete que havia ali na entrada da zona mista, licenciada pelo estádio e pegamos dois picolés de chocolate.

– Cate, você gosta do meu pai? – O baixinho falou, encarando seu picolé.

Eu quase parei completamente. Eu não sabia em qual sentido ele estava falando e também não questionaria o garoto.


– Eu tinha uma pequena opinião errada sobre o seu pai. Mas nessas últimas semanas ele tem se mostrado uma boa pessoa. – Apertei minha mão livre contra a dele, que sorriu com o ato.

– Eu acho que meu pai está gostando de você também, Cate. – Ele sorriu, olhando para cima, procurando meu rosto. – Ele fica todo sorridente quando fala com você. – Mas quando conversamos com amigos, nós ficamos felizes. Fala, você não gosta de conversar com seus amigos também? – Olhei pro mini Cristiano, que concordou com a cabeça rindo.– Mas Cate, eu tô falando que ele fica feliz de outra forma. – Ele revirou os olhos, me fazendo rir. – Você entendeu! – Eu? – Apontei para mim, rindo. – Não entendi nada. Depois você me explica. Terminamos de tomar nossos picolés e voltamos para onde Dolores estava, mas dessa vez o jogador já estava ao lado da mãe. – Oi, Cate. – Cristiano sorriu e me abraçou, dando um beijo no meu rosto. – E aí, cara? – Abriu os braços pro filho, que logo se jogou contra o corpo do pai. – Gostaram do jogo? – Acho que me diverti mais com os gritos da Dolores quando você caia. – Rimos e Dolores abraçou o filho. – Se acostume, minha filha. Esse meu jeito não muda! – Ela olhou pro Cristiano com os olhos brilhando.– Madre, já pode ir com o Junior. Vou levar a Cate pra casa dela. – O jogador deu um beijo na testa da mãe e outro na bochecha do filho.– Não precisa se incomodar. – Me apressei em dizer. – Você deve estar cansado do jogo... de verdade, não precisa. Ele olhou pra mim, sorrindo.– Não é nenhum esforço, não fico cansado com um jogo. – Piscou para mim e foi pegando a chave do carro.– Até a inauguração, Cate. – Dolores sorrindo, me abraçou fortemente. 

Find Your LoveWhere stories live. Discover now