16.

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Olhar pro lado e ver meu menininho dormindo tranquilamente, longe de qualquer problema, tubos respiratórios ou rostinho de angústia era a melhor coisa do mundo pra mim.

- Bom dia - a mesma enfermeira de ontem falou entrando no quarto. - Ele ainda tá dormindo?

- Aham, e ele foi dormir no horário certinho, viu?! - Eu ri, me levantando.

- Que menino preguiçoso. Bom, a mãe dele chegou, só está preenchendo uns papéis de rotina e já sobe. Quando ele acordar é só apertar o botão ao lado da cama, que venho examiná-lo.

- Tudo bem. - Sorri.

Aproveitei o tempinho que a mãe de Enrico iria levar preenchendo os papéis pra dar uma checada no celular. E a primeira notificação que vi foi dele.

"Hola, amor, como está? Fui ontem ver o Enrico, mas você ainda estava em casa."

"Estou bem, e você? Ele me falou todo animado, obrigada por isso, mesmo. Como estão todos aí?"

A resposta veio logo em seguida.

"Vou passar aí hoje de novo, Júnior quer ir. Estamos todos bem, aliás, podemos jantar hoje à noite?"

"Vamos sim, mas quero ficar o resto da noite aqui no hospital... "

"Quando você chegar em casa me avisa que já te busco, pode ser?"

"Ta bom, amor. A mãe do Enrico e a Dani chegaram aqui, mais tarde te ligo. Amo você!"

Fiquei conversando com a Dona Su e a Dani até o Rico acordar, todo manhoso.

- Não sabia que você tinha voltado a ser neném. - Peguei sua mãozinha, apertando elas entre as minhas.

- Eu ainda sou grande, tia. - Fez um biquinho, arrancando uma gargalhada minha. - Eu só estou cansado de ficar aqui...

- Logo você estará em casa, meu anjo. Vamos brincar, porque daqui a pouco tenho que passar na loja.

- Você volta de novo? - Me encarou, tomando a cabeça pro lado esquerdo.

- Claro que eu volto, grudezinho. - Dei vários beijinhos nele.

Fui até o armário para pegar os brinquedos, a grande maioria eram bonecos de super herói.

- Amiga, seu celular tá tocando. - Dani esticou o aparelho em minha direção. - Sua sogrinha. - Riu.

- Olá, suegra. - Falei assim que atendi a ligação.

- Olá, Cate. Tudo bem? - Pelo seu tom de voz, eu conseguia imaginar perfeitamente o sorriso em seu rosto.

- Tudo bem, graças a Deus, e com você?

- Estou bem também, te liguei rapidinho pra saber se o nosso almoço ainda está em pé, a Kátia quer muito te conhecer.

- Claro que está, eu tenho que pedir desculpas por ontem... - Ri sem graça.

- Pelo o quê? Oh, minha filha, você estava com pressa. - Riu. - Qual horário que dá pra nos encontrarmos?

- Vou passar em casa e já podemos ir. Daqui uma hora te encontro naquele restaurante que fomos da última vez, tudo bem?

- Ótimo, estaremos lá.

Terminamos a nossa pequena conversa e assim que desliguei, aproveitei para começar a juntar minhas coisas.

- Você vai embora, tia? - Rico falou, fazendo sua típica cara de manha.

- Eu preciso passar na loja, meu anjo. - Sentei do seu lado. - Mas volto à noite, vai escolhendo qual filme vamos assistir.

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