07.

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Me lembro da manhã em que cheguei na casa de Danielle para irmos a mais um dia de aula, mas ela se recusou a ir, ninguém além de mim sabia o real motivo daquilo. No mesmo dia meu irmão, Iago, que ainda era da mesma escola que nós, foi atrás de todos do colégio e descobriu e logo contou pra Tia Madalene. Após algumas reuniões de pais, o que não resolveu nada, a vontade de nossos pais eram nos tirar da escola, mas a minha mente e a mente da minha melhor amiga trabalharam juntas e logo nós duas estávamos confeccionando nossas próprias roupas e até alguns acessórios. Começamos com uma pequena coisinha, ali no improviso e hoje estamos no dia da inauguração da nossa primeira loja física, no lugar em que sempre sonhamos em viver e criar nossa pequena empresa, empregando um total de sete mulheres, parecia um verdadeiro sonho.

– Acorda baranga – ouvi a voz do Iago bem no fundinho do meu sono –, está lançando loja e já acha que é patroa. – ele puxou minha coberta, completamente.

– Você já chega incomodando assim? – Afundei meu rosto contra o travesseiro. – Quem abriu a porta para você, Iago?

– Eu tenho a chave, afinal de contas eu sou o homem da casa. – Ouvi ele mexer na janela e senti minha perna queimar com o sol.

– Vai acordar a Dani, eu já levanto, preciso de mais um tempo até eu acordar completamente. - Tentei puxar minha coberta, mas foi em vão.

– Cate, é sério, acorda. Tem muita coisa para fazer, a Dani já foi lá na loja vê como esta tudo, já ligou para todos os fornecedores para checar que está tudo ok. – O moreno falou puxando minhas pernas, fazendo com que eu deslizasse no colchão até a beirada da cama.

– Tá bom, já acordei. Você não cansa de encher meu saco, misericórdia!

Levantei da cama, indo para o banheiro, lavando o rosto e escovando os dentes.

– Mas e ai? – Meu irmão se encostou no batente da porta do banheiro, me encarando.

– É aí, o que?  - Rebati, arqueando uma sobrancelha.

– Essa sua história com jogadorzinho, como está? – Ele colocou uma mão no queixo, me olhando de cima a baixo, na maior pose de pai.

– Acho que está bem, pelo menos para mim. – Passei a toalha pelo meu rosto, empurrando o gigante da minha frente. – Já tomou café?

– Não fuja do assunto, pelo menos não tão descaradamente. Eu quero saber o que vocês dois tem.

Andei até a cozinha, na tentativa de fugir, literalmente, da pequena conversa com meu irmão mais velho. O que eu e Cristiano tínhamos?

– Hm, eu não sei exatamente. Nós dois apenas ficamos, conversamos, trocamos planos... apenas isso. Eu gosto da companhia dele, acho que ele também gosta da minha. – Comecei a pegar as coisas para o café da manhã, já acrescentando talheres e xícaras para meus pais e os pais da Dani.

– Vocês não deram um nome para isso? – Concordei com a cabeça, enquanto abria a geladeira. – Você já foi em uns três jogos do Real Madrid, essa semana saiu para jantar com os jogadores e namoradas deles, já postou foto com ele e na maioria das vezes em que te ligo, ou você está na casa dele ou está na loja. Isso é alguma coisa...

– É como eu te falei, eu gosto muito de estar na companhia dele, ele me faz bem. Mas não tenho cabeça para ter um relacionamento sério agora. Quero focar minha atenção na loja e na ONG. Quero ser reconhecida pelo meu trabalho, não por ser a namorada do Cristiano Ronaldo.

Terminei de pegar as coisas e fui levando para mesa, que era ao lado.

– Eu só não quero te ver mal, você sempre teve o controle da sua vida, sempre soube guiar tudo em sua volta. Não sei se um relacionamento com ele seria bom para você. – Iago suspirou, pegando o celular e digitando algo. – Mas eu também quero te ver ao lado de alguém que te faça feliz, que te proteja e corra ao seu lado. Não pensa muito, para depois acabar se arrependendo do que poderia ter sido.

Find Your LoveWhere stories live. Discover now