Capítulo 7

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(Música maravilhosa da Amy Winehouse -Back to black <3 Escutem. Boa leitura.)

***

Yonara narrando

Assim que volto pra casa, decido fazer algo pra receber mamãe quando ela chegar do serviço, quem sabe isso não ameniza a raiva que ela possa está sentido de mim.

Antes de tudo, tomo um banho bem demorado e com isso me faz pensar um pouco de tudo o que aconteceu hoje, e depois de absolver tudo, eu choro. A coisa que eu mais detesto na vida é chorar, pois além de me deixar vulnerável, eu fico mais emotiva e acabo fazendo mais merda do que faço normalmente. Penso nos minutos que eu tive agora a pouco com Victor e só o que passa na minha cabeça é um letreiro enorme dizendo: VOCÊ É BURRA PRA CARALHO YONARA.

Do que adianta alimentar a esperança dele e a minha junto, se nada vai acontecer. Tudo continuará a mesma merda de sempre. O orgulho e o medo do Victor vão permanecer intactos e nada vai mudar isso, logo a minha ambição de crescer não vai parar até eu alcançar de vez. Ou seja, tudo volta à estaca zero. Do que adianta transar e meia hora depois estarmos brigando, trocando ofensas e se magoando mais ainda?

VOCÊ É MUITO BURRA.

Quando penso que eu dei um basta, vem à porra do meu desejo incontrolável e insano desmoronar o muro da minha sensatez.

Balanço a cabeça expulsando esses pensamentos agora, tenho que pensar em algo pra fazer minha mãe me perdoar. Saio do banheiro enrolada na toalha, olho-me no espelho e logo noto a vermelhidão nos meus olhos por causa do choro. Assim como os meus olhos, minhas bochechas estavam mais vermelhas do que nunca. Reviro os olhos e seco o cabelo. Ponho uma roupa qualquer e volto pra cozinha. Decido fazer um jantar ou tentar ao menos.

Tento fazer o prato favorito da mamãe, mas daí lembro-me de que ela gosta de tudo e não tem algo que goste mais do que outra coisa. Fico mais frustrada do que antes. Depois de ver algumas receitas na internet decido por fim fazer um macarrão com salsicha. Além de prático era gostoso. E eram as únicas coisas que daria pra fazer pelo tempo que eu tinha. Daqui a uma hora e meia ela chegaria e eu teria que está com tudo pronto. Começo os preparativos, corto as salsichas em quantidades suficiente pra nós duas e ponho o macarrão pra cozinhar. Aos poucos ia fazendo as coisas. Deixo o Notebook ligado em cima da mesa da cozinha. Enquanto cortava alguns temperos pra por na comida, pensava em cada palavra que eu tinha que dizer a minha mãe e parecia que nenhuma fazia sentido.

Vou ter que fazer um milagre pra ela me perdoar e não tentar me matar no momento de fúria. Com certeza, ela vai chegar aqui cuspindo fogo pela boca e esperando uma boa resposta pela o que eu fiz.

Apesar de estar distraída, escuto o barulho do bate papo. Olho de relance pro Notebook, a página do meu site estava aberto e havia chegado uma mensagem pelo inbox. Suspiro fundo, pensando seriamente em desativar esse site, apesar de ser um recurso de renda, mas depois de quase um ano com esse site, consegui clientes fiéis que me trata como uma rainha que eu sou. Também não aceitaria menos que isso. Minha curiosidade aguçada me faz verificar quem era o sujeito da vez que me enviava uma mensagem.

Leio o nome e a primeira coisa que faço é rir.

"Lúcifer69"

Meu Deus. Sério isso? Será que agora tem crianças que acessa o meu site?

Abro a mensagem e pelo modo que digitou não parecia ser criança, mas com um nome de usuário desse só uma pamonha.

"Olá gatinha. Gostei do seu perfil. Faz muito o meu tipo, gostaria de marcar um encontro. "

Duas de mimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora