Lágrimas

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        Vivo de lágrimas. Entre a felicidade e o sofrimento está a dualidade de viver o que permitem, baseado apenas no que é certo para a maioria. Você é livre para escolher a sua prisão.


       Lágrimas que escorrem e que muitas vezes são salgadas! Mostram o reflexo do desespero, o reflexo daquele que se esconde atrás das cordas que controlam as suas ações, os seus valores e suas opiniões... Você é constantemente manipulado para ser submisso, para ser refém da indústria consumista e, por ironia, você se consome até chegar ao ponto de não ter mais nada, de não saber quem é você e o que você quer, de se sentir preso ao senso comum e ter medo de se libertar pois é crime pensar, é crime fugir do "certo" e ser você. As pessoas não se conhecem.


       A evolução da humanidade depende do "erro". Para que ocorra o desenvolvimento, a inovação, é necessário que alguém deixe de seguir os preceitos ensinados desde pequeno e quebre toda a expectativa que, sob pressão, esperam de você. Julgamentos e punições desabam rotineiramente nas suas costas, acusações que ferem o seu interior pela incompreensão de quem você ama e desconhece. Tentativas com o intuito da desistência. Alienação.


       É com pesar que não conseguirei terminar este texto, pois as lágrimas afogaram os meus dedos e me fizeram mergulhar em uma profundidade que dificilmente irei sair. Não consigo mais me submeter a este tipo de situação e, sem ajuda, sem apoio, eu não consigo sozinho. Me desculpe a todos que magoei e quebrei as expectativas em relação à mim. Um dia irão se esquecer de lembrar de viver. Grande beijo,

Lucca de Paula

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