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— Sinto muito, senhora. Mas vou ter que repetir que não trocamos discos, não tem devolução. Todos os discos são testados antes de serem postos a venda, se há algum problema com o disco, a senhora é a única responsável. — era o mesmo discurso de sempre, sim os discos eram testados, isso não significa que não eram postos a venda quando havia algo errado!

Não me culpe, eu apenas vendia!

Perrie estava do outro lado do corredor, muito entretida em um livro sobre Elliott Smith que achou jogado no meio das prateleiras.

Infelizmente a belíssima visão de Perrie concentrada e despreocupada sumiu, quando uma senhora veio reclamar do disco que estava travando.

— Está insinuando que eu fiz isso? Como eu teria feito isso?

— Não sei, a questão é que não vou trocar o disco e a senhora está perdendo seu tempo!

— Isso é um absurdo, não acredito que estou sendo tão maltratada!

Nesse momento Perrie saiu do mundo de Elliott Smith e olhou para nós, franzindo o rosto. Ótimo, obrigada.

Não há nada que eu possa fazer.

— Não darei nenhuma estrela pra esse lugar no Facebook! — ela disse e saiu bufando.

— Nem estamos cadastrados! — disse antes que ela ultrapassasse a porta, ela olhou para trás e levantou o dedo do meio.

Perrie segurou uma risada e veio até mim.

— Ela não tem ideia do que é ser maltratada — ela não disse isso como uma frase de efeito, não foi como em um filme, a música tocando não parou e ela não começou a chorar depois. Ela apenas deu de ombros, tentando fazer graça da situação.

— Aprendeu muito sobre Elliott Smith?

— Sim, o cara era tipo um Deus, ou algo assim, a vida dele foi tão triste, mas ele era tão talentoso. Estou tão impressionada! — ela estava mesmo, com o brilho nos olhos e tudo. Era tão adorável o modo que ela se impressionava fácil!

— Devo ficar com ciúmes? — me inclinei no balcão me aproximando dela!

— Se ele estivesse vivo talvez, mas como o cara tá morto, você ainda é minha primeira opção! — ela se também chegou mais perto.

— Não acredito que virei seu amante hoje e você já está querendo outro, está ficando muito exigente, não acha?

— Ah, é! Muitos beijos e essas coisas... — ela juntou os lábios aos meus, e agarrou meu pescoço, praticamente subindo no balcão!

— Gente, se vocês vão transar em cima do balcão deviam pelo menos combinarem um lado só. Costuma dar mais certo, sabe, sem um balção enorme no meio e essas coisas! — Perrie se afastou assustada e quase que deixou o lábio entre meus dentes.

— E você, Jade, devia aprender a bater na porta.

— É uma loja, não seu quarto Zayn. — ela entrou revirando os olhos!

— Trouxe o que eu pedi?

— Pronto, sua donzela não vai mais morrer de fome! Mas era você que estava comendo os lábios dela, Perrie está tudo bem? — ela trombou o corpo de Perrie com o próprio.

— Sutileza, Jade. Sutileza... — disse pegando as escolas da mão dela.

— Perrie pode vir aqui, rapidinho, comigo?

Não quis me preocupar, não quero ser  invasivo, queria tanto que Perrie se desse bem com meus amigos. Foi um rapidinho muito rapidinho, mesmo! Elas voltaram em segundos, e Perrie parecia relaxada!

— Bom, eu vou indo pombinhos. Ah, e não se preocupem, ninguém vai saber do que eu vi, aliás o que foi mesmo? Não consigo me lembrar... — ela fechou as portas e saiu gesticulando para eu e Perrie pelo vidro, até sumir de vista.

Fui até as portas, trancando e fechando as cortinas das janelas, a luz do sol foi tampada, mas era o suficiente pra ver Perrie sorrindo pra mim, e a comida já espalhada na no balcão.

— Ela me chamou para sair com ela e as meninas, disse que você não pode ir porque vai ser uma "noite das garotas". Você acha que eu vou? — ela olhou pra mim com os grandes olhos que eu estava acostumado, voltei ao meu lugar e fiz sinal para que ela sentasse no meu colo, ela hesitou mas se sentou mesmo assim.

— Você quer? — ela balançou a cabeça positivamente —Então vai! Fácil.

— Esqueci que com você é sempre todo fácil, estou com medo de quando as coisas complicarem.

— Não vão. — disse dando de ombros.

— E se eu comer todas batatas fritas?

— Provavelmente vai entrar na lista de Pessoas Mais Cruéis De Todos Os Tempos, você supera.

— Não quero entrar para essa lista então, vou dividir. — ela pegou uma batata e colocou na minha boca, parando o olhar nela, então encontrou meus olhos e sorriu.

— Você sabe que ainda falta muito, não sabe?

— Não sei se me importo muito em colocar cada uma dessas batatas  fritas na sua boca.

Vivs.

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