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Acordei assustado, não por um pesadelo ou por um barulho, e sim pela pressão em meu peito, Perrie me apertava em seu sono, se aconchegando cada vez mais em mim.

Demorei um pouco para lembrar do que tinha acontecido,só então pude aproveitar o toque de Perrie, sua respiração em meu pescoço arrepiava cada pelo do meu corpo.

Não tinha reparado que ela usava um vestido até reparar que ele tinha subido até a base de suas pernas. Tentei desviar o olhar mas a luz da lua fazia sua pele brilhar mascarando os poucos tons de roxo e azul que haviam ali.

Nossa. Precisava de um banho, sentia o peso da boate na minha pele. Levantei com cuidado para não acordá-la e fui até o banheiro. Depois de uns minutos sai do banheiro e percebi a merda que tinha feito, eu teria que me trocar no quarto onde Perrie dormia. Claro por que não?

Entrei no quarto com cuidado, e encontrei Perrie dormindo abraçada a um travesseiro, a boca entreaberta e os cabelos espalhados pela cama.

Ela era tão bonita, a mulher mais linda que já vi em toda minha vida, ela era um anjo. Um anjo acorrentado no inferno, vivendo nas trevas.
Ela era a marca profunda de um crime que acontecia a seis anos. Um crime que afetava milhares de pessoas todos os dias. Um crime que o tempo jamais esquecerá mas também jamais tera noção de que já acontecera.
Ela era ela era o hematoma coberto de maquiagem, ela era a cicatriz, era o medo, a insegurança dentro de seu próprio lar, o receio de pensar, a hesitação em agir, ela era cada desculpa, ela era as palavras não ditas que mais tarde acabavam se transformando em sangue.
Ela era a esposa perfeita.

Já vestido deitei ao seu lado lentamente com medo que ela acordasse, mas quando cheguei perto de seu rosto, vi que ela já estava acordada.

— Oi. — disse, porém ela não me respondeu, ficou me encarando respirando profundamente.

Ela colocou as duas mãos no meu rosto e me puxou para um beijo quando consegui reagir, abracei sua cintura e puxei para cima de mim.
Ela se afastou neste mesmo momento levantando depressa e se sentando no meio da cama.

— Desculpa Zayn, eu sou uma mulher casada e você.... Sinto muito. — ela passou as mãos no rosto com força.

— Está tudo bem. Eu gostei disso, na verdade eu tenho esperado por esse momento.

— Estou com medo. — ela susurrou.

— Do que? Sabe que vou te ajudar.

— Estou com medo de você. —  isso me surpreendeu, esperei até que ela terminasse de falar para poder me sentir mal. — Com Joey sei aonde estou pisando, me machuco a cada maldito passo, mas sei como vai terminar. Com você eu não sei como devo agir, estou com medo de pisar em um fundo de flores falsas.

Outra vez ela me tirou todas as palavras. Nada que eu dissesse iria tranquilizar Perrie. Então eu a beijei outra vez puxando o seu corpo para o meu ficando feliz por ela retribuir com mais atitude do que da outra vez, agarrando meu cabelo, porém não passou disso.
Me afastei lambendo os lábios e e ela encostou a testa na minha.

— A vida inteira olhei o mundo pela fechadura e agora você abriu a porta para mim, estou com medo de entrar e cair de um precipício. Não aguentaria outra queda, ainda estou em queda livre e não quero saber o que vai acontecer quando eu chegar ao final.

— Você não vai chegar ao final, eu te salvo antes. Eu prometo, mas você vai ter que confiar em mim, Pez.

Ela riu baixo e me deu selinho estalado, não tão fogoso como os outros, mas tão importante quanto.

Ela se jogou na cama e eu me deitei ao seu lado, a abraçando imaginando que poderia me acostumar com isso.

— Zayn, tenho que contar uma coisa. 

— Sim? — olhei pra ela que estava mordendo os lábios, segurando um sorriso, suas bochechas levemente coradas.

— Eu me levantei, e vi você. Sem camisa e molhado foi por isso que te beijei. Quer dizer, mais ou menos, é claro que você é uma pessoa muito boa, mas é que... — ela enfiou o rosto no meu pescoço, se escondendo.

Eu ri e ela olhou torto pra mim.

— Pez, isso é normal, tá tudo bem. — disse e ela mordeu os lábios outra vez, olhando para os lados.

— Tem certeza?

— Sim, eu tenho certeza.

Vivs.

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