Sem Barreiras

Capítulo 43: Tormentos

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DOIS MESES DEPOIS....

O quarto estava um pouco escuro, ficando apenas o claro da luz da lua que passava pela imensa janela do quarto de Brandon.

Ele estava me abraçando de leve, então senti algo tocar na minha barriga. Era seu pau que estava ereto. Olhei pra ele que esperava por alguma palavra minha. Eu não conseguia dizer nada, era como se minha voz tivesse sumido.

Ele ficou esperando e a expressão de seu rosto começou a mudar. Era estranho isso, nem mesmo conseguia me mexer. Cada segundo que passava, Brandon ficava cada vez mais furioso, aguardando eu dizer algo, mas eu não conseguia.

Então o quarto foi se transformando em um corredor longo e em meus braços e pernas, estava acorrentado, como se estivesse preso. A iluminação agora era toda vermelha, mas não forte, o ar de penumbra ainda pairava no ar. Era agoniante, estressante, medonho.

Comecei a ouvir risos distorcidos e sussurros, como "ele vai descobrir", "você não vai conseguir enfrentar ele" ou "você tá morto". Eram sussurros desse tipo de maneiro. Então voltei para o quarto, mas estava diferente. Eu me via, deitado na cama, com Brandon me agarrando de uma maneira totalmente estranha, como se ele estivesse me forçando a fazer tal coisa.

Ouvi a porta se abrindo e o rangido dela ecoando pelo quarto todo. Ouvi passos de um sapato social, um som de alguma coisa se arrastando pelo chão e então tive a coragem de olhar para a porta, onde via meu pai com algo na mão, algo longo, como um bastão ou algo assim.

Os sussurros pareciam ter aumentado, quando ele começou a entrar no quarto escuro e iluminado pela porta aberta. Ele andou arrastando o bastão no chão e andou em direção a porta, onde empurrou Brandon e ergueu o bastão em cima da cabeça. Agora eu estava de frente pra ele, observando-o de baixo. Tentei reagir, mas era como se estivesse totalmente paralisado. Vi o bastão descendo, vindo em minha direção e se aproximando da minha cabeça.

Acordei desesperado e todo suado. Minha respiração estava aguçada e meu corpo estremecia. Tentei recuperar o folego, olhei para o meu celular e apertei o botão de bloqueio, onde vi a hora refletindo na tela do celular. Era quinze para as três da madrugada.

-Foi apenas um pesadelo, foi apenas um pesadelo. -Repetia tomando folego.

Acendi o abajur do lado da minha cama, olhei pela fresta da cortina do meu quarto e olhei para fora. As arvores estavam todas se mexendo pelo fato de estar vindo uma tempestade. Respirei fundo novamente, me acalmei e me levantei. Andei em direção ao corredor e desci as escadas.

Entrei na cozinha e abri a geladeira. Retirei o galão de leite e o deixei em cima do balcão. Andei até o outro armário e peguei um copo e o achocolatado. Enchi ele com leite, em seguida coloquei um pouco de achocolatado, mexi com uma colher retirada da gaveta do balcão e em seguida comecei a toma-lo.

O vento do lado de fora começou a soprar mais forte. As nuvens escuras e carregadas cobriam todo o céu, os relâmpagos começavam a aparecer. Tomei meu leite pausadamente e tentando esquecer o pesadelo que tive.

Será que isso era pelo medo que eu tinha do meu pai descobrir entre eu e Brandon? Eu não acho que ele faria algo assim, acho que aquilo tudo foi exagero.

Sinto uma mão tocar no meu ombro e então me assusto, deixando o copo com o resto de leite cair e se despedaçar no chão. Me virei rapidamente me afastando.