Capítulo 8: Suspensão

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-Como é? Você nunca fez isso garoto. Nunca se quer me cumprimentou.

-Olha a maneira com que ele fala comigo –Ele cruzou os braços e olhou para o lado. –Foi assim que ele me tratou quando chegou.

-Mas que mentira. –Falei irritado. –Você não cansa não garoto? Se fazendo de vítima? –Olhei zangado pra ele.

Nós dois começamos a discutir na frente dela. A diretora olhava para um e depois para o outro, acompanhando a discussão. Ela se sentou e entrelaçou os dedos novamente.

-Senhores! Senhores! –Disse ela. –Vamos nos acalmar e tentar resolver isso. –Disse tentando nos acalmar.

-Resolver como, se ele está mentindo. –Disparei.

-Eu mentindo? Eu nunca faria uma coisa dessas. –Ironizou ele.

E novamente voltamos a discutir. Ela deu um tapa na mesa fazendo com que nos calassem. Ela arrumou seu blazer e arrumou uma mecha de cabelo que havia bagunçado com a batida.

-Não quero ver mais discussão aqui dentro da minha sala. –Ela respirou fundo. –Vou dar a vocês dois, cinco minutos para resolverem suas diferenças, e quando eu voltar, se não tiverem se resolvido, vocês não vão querer saber o que acontecerá.

Ela saiu da sala e nos deixou sozinhos. O silencio tomou conta do ambiente em questão de segundos. Eu estava olhando para o outro lado, para não quebrar a cara de Brandon ali mesmo.

Ouvia apenas um relógio de parede antigo que estava pendurado em uma das paredes fazendo barulho.

Brandon se levanta e fica de costas pra mim. Ele observa o relógio e então sorriu.

-Eu disse que você se arrependeria ter mexido comigo. –Disse ele pegando algo da mesa.

-Você é muito idiota.

-Apenas não levo desaforo pra casa. –Deu de ombros e sorriu.

-Acho que temos algo em comum então. –Respondi ironizando.

-Não tem como você se livrar disso, provavelmente vai pegar expulsão, por ter agredido um colega. –Ele estava fazendo voz de bebe.

-Se você fosse meu colega. –Retruquei.

Brandon apenas me olhou de canto.

-Acho que sua especialidade é ser idiota. –Disparei.

-Eu só não te bato aqui mesmo moleque, porque estamos na sala da diretora.

-E você como sempre é medroso. –Afrontei.

Brandon andou até mim, se abaixou e ficou agachado, seu rosto ficou bem próximo ao meu. Ele estava me encarando. Olhei no fundo daqueles olhos azuis brilhantes e senti um frio na barriga. Acho que era a raiva.

-Medroso? Eu? –Ele disse com um tom baixo. – Acho que você não me conhece pirralho.

Empurrei ele e me levantei, saindo de perto dele. Fui até uma estante de livros, cruzei os braços e observei alguns livros.

Brandon se levantou calmamente, passou a língua pela parte interior dos seus lábios e foi em minha direção novamente. Ele parou do meu lado, pôs uma das mãos apoiadas na estante.

-A próxima vez que você tocar em mim. –Ele soltou um sorriso maldoso. –Você vai apanhar moleque.

No momento eu queria muito socar a cara dele, mas se fizesse isso eu iria piorar as coisas. Acho que era isso que ele queria que eu fizesse, mas eu me controlei.

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