Verdadeiro Crédulo - II

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Narrado em Primeira Pessoa.
• Versão de Morgans, Senhorita Das Trevas.
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   Assim que dei as costas para Gancho, caminhei vagarosamente ouvindo vozes vindo de trás dos arbustos, alguém parecia estar falando sozinho. Este faziam perguntas o qual ele mesmo respondia como se fosse outra pessoa ao seu lado. Abaixei-me passando a avistar entre os galhos um senhor com aproximadamente cinquenta e cinco anos à andar de um lado para o outro. Encontrava-se vestindo roupas negras e seus cabelos suavemente grisalhos e ondulados até o ombro. Arqueei a sobrancelha e logo o reconheci. Era Rumplestiltskin!
   Um ruído escapara de meus lábios fazendo com que ele mirasse seu olhar para o alto de sua cabeça, avistando toda a sua volta que só havia arbustos e árvores a procura do barulho que ocasionei pelo susto.

- Quem está aí? - Questionou em um tom de voz elevado e rude. Como eu necessitava dentro de mim retratar-me pelo o que eu havia lhe feito, caminhei cautelosa à seu encontro.

- Desculpe-me rumple... - Cochichei próximo ao seu ouvido enquanto ele mantinha-se de costas para mim. Em um pulo, ele virou-se passando a encarar-me.

- Você não me é estranha... - Respondeu-me no mesmo tom que eu havia direcionado-lhe.

- Sou Ellie Morgans. Quem lhe roubou a adaga. - Ele assentiu de forma que se recordasse porém ainda mantinha-se um tanto confuso com relação a minha aparência.

- Estou presa nesse inferno novamente sendo forçada à ter uma família com Pan, rejuvenescendo minha aparência, e de nada adiantou meus esforços. - Iniciei meu desabafo após cortar suas falas.

- Preciso me retratar com você, isso torna-me inquieta todos os dias. Não aguentava mais contar as horas para sair daqui e lhe devolver aquilo que lhe tirei. - De minha cintura eu peguei a adaga passando a entregá-lo. O mesmo permanecia confuso e parecia não querer pegá-la. Então assenti ainda estendendo minhas mãos.

- Sei que estás aqui por causa de seu neto. Estás disposto a pagar o preço que for, embora ele seja sua ruína, para salvá-lo. E a única forma que tenho em mente agora para retratar-me é ajudando-o... e por isso quero que me comande para o que for preciso, assim Pan não terá como interferir. - A ideia parecia ter sido interessante para o senhor que após minhas palavras agarrou rapidamente a adaga e colocou em seu bolso.

- Não irá usá-la? - O questionei ao arquear minha sobrancelha.

- Talvez agora não seja necessário, quando precisar eu lhe chamarei. - Assenti ao sentar-me em um tronco de árvore que ali havia como banco.

- Ei, sente-se aqui... - Bati suavemente minha mão na madeira, para que pudessemos novamente iniciar outro diálogo. Em seguida, ele sentou-se um tanto cabisbaixo.

- Por que está assim, tão... tão...

- Irritado? Confuso? Olha onde eu estou... tendo que olhar para o rosto de meu p... - Ele engoliu a palavra, sabia o que e a quem se referia.

- Pan? - Completei sua fala ao esboçar um sorriso suave em meus lábios.

- Mas eu irei ajudá-lo. Pode contar comigo... você pode confiar, afinal eu estou lhe dando a adaga para me comandar. Apenas fique esperto para que Pan não a tome de você, e use-me contra todos.

- É disso que tenho medo! - Afirmou rapidamente.

- Prefiro que a adaga fique com você, e se tiver que fazer algo fará por que você quer, não por que foi obrigada. - Revirou seus olhos ao fitar o chão, seu olhar parecia vago.

Peter Pan Fails Where stories live. Discover now