Capítulo 23 - Algo mudou depois de conhecer meu anjo

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Dorian...

Por que Agatha não sai dos meus pensamentos? Sinceramente eu sei muito bem o porquê e estou morrendo de saudades daquela boca, de minhas mãos percorrendo aquele corpo delicado e intocado, aquele cheiro de canela que me deixa louco e viciado, fico em êxtase só de lembrar.

Me viro na cama, cansei de ficar olhando aquele teto sem graça, deveria mandar colocar um espelho, daí poderia me contemplar mesmo estando deitado na cama, sorrio com esse pensamento idiota, sei que sou bonito e não sou o tipo de ser que fica babando do próprio corpo, considero broxante, agora se Agatha estivesse junto nessa cama, a ideia estaria de pé.

Sei que sou um pervertido, sou um demônio, sorriu e me sento, cansei de ficar aqui parado, se eu conseguisse entrar no céu, iria atrás dela, o problema é encontrar ela lá.

- É isso. – corro até minha bolsa jogada no canto do quarto. – Achei. – Pego o papel do bilhete que Agatha me deixou. – Será que ainda funciona?

Faço o mesmo processo que antes, para conseguir rastreá-la e bingo, achei. Está deitada em um quarto, agarrada a algo além das cobertas, se eu conseguisse ver melhor, forço um pouco mais as vistas e a imagem fica mais nítida.

-Bem que senti falta dessa camisa. – digo sorrindo e volto ao meu quarto. – É acho que ela também não me esqueceu. – um sorriso bobo surge no meu rosto.

- Acho que vou visitar a senhorita. – digo guardando o papel. – Será que consigo me disfarçar como um anjo. Isso seria uma loucura, entrar no céu só para ver Agatha. – começo a andar pelo quarto, deve ter outro meio, eu quero muito vê-la, eu preciso. Sento na cama.

- Aff... ela é teimosa, não vai querer me ver, acha que fui eu quem a roubou. – O mais inacreditável é que Nathan desapareceu, bem que eu desconfiei dele, agora tenho quase certeza, ele tem sorte de não tê-lo encontrado ainda, quando eu colocar as mãos nele, vou arrancar aquela cabeça e jogar o corpo para um bando de leões e a cabeça colocarei pendurada na sala do trono como aviso para os traidores, coisa que nunca funciona, mas que iria ser legal, isso eu tenho que concordar. Um sorriso macabro esta no meu rosto, não preciso ver para saber que ele esta ali, já até sinto o cheiro do sangue dele escorrendo em minhas mãos.

Até olho minhas mãos imaginando o sangue escorrendo e caindo em gotas no chão. E Agatha ainda acha que posso ver bom, eu sou bom com ela.

Escuto batidas na porta. – Entre. – grito e me coloco de pé.

- Sua Majestade, vossa mãe, desejar falar com o senhor.

- Ela disse o que se tratava? – ele nega com a cabeça, pego minha espada e coloco na cintura, dou uma olhada no espelho e ajeito um pouco meu cabelo, a camisa esta amassada, mas não vou trocar.

- Vamos. – digo passando pelo criado, ele se afasta e tranco a porta do quarto, quando eu digo que não dá para confiar em ninguém, é ninguém mesmo.

Ando rápido pelo castelo que não é bem um castelo, é mais um palácio antigo de teto muito alto e paredes escuras, sujas e gastas, alguns cômodos são decentes aqui, como meu quarto, que é o único lugar que gosto dessa merda toda, pelo menos lá não escuto os gritos de dor dos recém chegados.

- Majestade. – Comprimento minha mãe com uma leve inclinação do corpo para frente.

- Largue dessa bobagem Dorian.. você não é um criado.

- Verdade mamãe, não sou. – digo descontraído e me aproximo.

- Odeio quando faz isso.

- Eu sei... por isso faço. – digo com um sorriso debochado. – Então por que me chamou?

- Me contaram que esta atrás do livro preto. – mamãe diz me encarando nos olhos, coisa que só faz quando quer saber muito de algo.

- E se eu estiver.. ira mandar me matar. – Ela ri.

- Você tem um ótimo senso de humor. – diz entre o riso.

- Eu sei. – digo me servindo de um pouco de vinho que está na mesa do lado, um líquido vermelho, que desconfio não ser só vinho, cheiro o líquido que derramei na taça e torço a boca, tem sangue junto do vinho.

-Pode tomar, acabei de beber, está muito bom. – mamãe diz se servindo do mesmo e tomando todo o líquido que despejará na sua taça. Dou de ombro e tomo um bom gole da minha.

- Não respondeu minha pergunta, Dorian. – A majestade tinha voltado ao seu trono que era forrado de ossos e coberto com uma manta negra.

Me acomodo em uma poltrona ao lado, seria quase o meu lugar ao seu lado, mas odeio fazer o papel de bom príncipe e aparecer nas celebrações, quando aparecia sempre acabava com algumas no meu quarto.

- Dorian. – mamãe me chama a atenção. – Anda muito longe com seus pensamentos, vamos estou esperando sua resposta.

- Você também não me disse o que faria comigo se eu o encontrasse. – Ela torce a boca.

- Eu queria me afastar do trono, adoro reinar, mas quero curtir, matar alguns seres. – ela diz gesticulando com as mãos e bebo mais um pouco do meu vinho batizado.

- Como seria esse acordo? – fiquei curioso.

- Quero um ano de descanso, você reinaria por um ano e depois eu assumiria o posto de volta, claro que eu quero o livro também. – ela diz sorrindo.

- Não. – digo e bebo o resto do líquido na taça.

- Como não? – ela grita.

- Muito pouco tempo e ainda terei que entregar o livro para você. – ela cruza os braços.

- O que sugere?

- Quero ficar com o livro por mais tempo e com o trono também. Uns 50 anos no mínimo.

- Não... o trono pode até ser... mas o livro não... pode ficar com os dois por 1 ano e 1 mês, mas me entregará o livro, em troca fica mais 50 anos no trono.

- Tenho que pensar. – digo passando a mão no queixo.

- A oferta é válida só agora, se sair por aquela porta o acordo esta cancelado.

- Essa contagem é a partir de que dia?

- Do dia que me mostrar que esta com o livro. – ela diz.

- Tudo bem. – me coloco de pé. – Espero que mantenha sua palavra e nada de se meter nas minhas decisões.

- Eu cumpro o que digo Dorian e não vou me meter, mas nada de falir o inferno.

- O inferno nunca falirá, afinal as pessoas estão ficando mais cruéis a cada dia.

Me direciono a porta. – Vou trazer o livro, mas se alguém se meter no meu caminho eu o mato e ainda trago a cabeça para jogar aos seus pés.

- Eu adoraria. – ela diz com um sorriso que faz até minh'alma se arrepiar. De todas as rainhas da fase da universo, ela é a única que tem uma coleção de cabeças humanas. O cheiro daquela sala onde as cabeças estão enfileiradas é horrível que não consigo sair de lá sem vomitar tudo que tenho no estômago e pensar que lá é o seu lugar favorito.

Bem... agora definitivamente preciso falar com Agatha. Entro no meu quarto e me sento na escrivaninha, uma carta é a melhor opção, espero que ela venha ao meu encontro. E até já sei como vou fazer para a carta chegar até ela.  

2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang