39- 103

60 6 0
                                    

Amelie.

Zoey estava demorando para aparecer novamente mas eu sabia que alguma hora ela iria aparecer, nem que fosse para se despedir e pregar suas últimas palavras de "amor" e ódio.

Impacientemente levantei-me e ouvi os passos de Yusuke, o loiro seguia-me calado e eu agradecia-o mentalmente, pois 1) eu não quero falar com ele e 2) precisávamos ter a atenção redobrada para cada barulho e ato de nossos inimigos.

— Mely, espere. — o loiro segurou meu braço gentilmente. — Você seria capaz de machucar Zoey?

Era uma boa pergunta, todavia nós não tínhamos tempo para ficar pensando nas consequências de nossas ações - caso nós quisermos sair vivos daqui.

— Ela não é a Zoey. — respondi amargamente. — Na verdade eu não conheço nenhuma Zoey, Shoun.

Ele ergueu as mãos em rendimento e nós sentimos um cheiro forte de gasolina por perto e o salto de Zoey soar no chão de madeira, ela - assim como Sr. Shoun molhavam o chão com um galão vermelho que ambos carregavam.

O mais velho estava do outro lado e não notou nossa presença igual Zoey, dei uma rápida olhada no lugar procurando janelas ou portas e encontrei uma porta de ferro perto de EunSoo - era a única ali, então consequentemente devia ser a porta que dava para fora do barracão - e uma janela perto de onde nós estávamos.

Wench notou nossa presença e antes que ela atacasse, atirei no ombro direito dela fitando-a cair no chão com lamúrias, o mais velho virou-se bruscamente e foi a vez de Yusuke atirar.

Quebrei o vidro da janela com o galão que a morena outrora segurava, porém antes que pudéssemos sair, o local começou a queimar, a mais nova tinha acendido o fósforo e rapidamente colocou uma arma em nossa direção - mais precisamente na minha.

— Muito bem, um plano de fuga. — sorriu. — Ainda creem que sairão vivos?

— Mais vivos que você, Zoey. E totalmente livres. — garanti.

— Nem todo mundo daqui vai sair livre, certo Yusuke? — ela perguntou retoricamente. — E mesmo assim você vai ajudá-la? Qual é o seu problema?

— No momento só você e meu pai mesmo. — respondeu seriamente enquanto ela ficava com o rosto vermelho de raiva.

Aproximei com receio e rapidamente desarmei-a - ou pelo menos tentei, pois ela segurava a arma com força tentando mirar na direção do meu coração.

Soquei o estômago dela com força e dei um tapa no rosto dela antes da mesma cair, quando Zoey se encontrava no chão, ela enfiou algum objeto cortante em minha panturrilha - que só logo depois concluir ser uma faca -. Doía muito a ponto de fazer minhas pernas fraquejarem, retirei a faca e uma madeira quase caiu em cima de mim.

Avistei Yusuke brigando com seu pai e um pedaço de madeira prestes a cair em cima deles, chamei-o com dificuldade por causa do dor e quando vi que não iria adiantar caminhei lentamente até lá.

Wench passou a perna dando uma rasteira e eu cai de vez no chão, logo ela posicionou-se por cima de mim e já pronta para dar o tiro, quando a porta de ferro foi aberta e os policiais entraram.

Acertaram os três rapidamente em lugares que prejudicariam eles para andar ou até mesmo lutar e vi Sr. Woo e Pyonny perplexos com a cena, mas quem podia imaginar que a morena era uma traíra?

Mas o pior de tudo foi ver Jeon Jungkook ali e eu tive medo que ela desse um tiro nele.

— Nem mais um passo! — Zoey avisou ao Sr. Woo. — Eu quero dar um presente a Mely, por toda dor que eu senti com a vivência dela com Yusuke.

E como se ela tivesse lido meu pensamento, a mais nova atirou em Jungkook, ela sabia a dor que iria me fazer sentir sentir caso eu perdesse-o, ela sabia que eu amava-o com todas minha forças...

Mas o grito foi de Pyo.

Um tiro perto no coração.

— Pyonny! — gritei ouvindo mais uma arma e Zoey cair no chão, morta.

Ergui o olhar com os olhos lacrimejantes e encontrei Shoun Yusuke, com os olhos e o nariz vermelho.

Ele matou Zoey.

Foi a última coisa que eu pensei antes de desmaiar e meu último sentimento foi de gratidão por Shoun ajudar-me; de medo por não saber o que aconteceria enquanto eu estivesse desmaiada e de dúvida por não saber se eu realmente estava viva ou morta.

Pois uma parte minha morreu com Zoey, com aquela menina que eu tanto adorava, que eu me sentia mãe barra irmã, a verdadeira e única Zoey Wench.

***

Três dias depois.

Sabe quando você está nas férias e não sabe que dia é ou o dia da semana? Pois é, quando eu acordei foi bem assim. Aparentemente eu estava anestesiada, todavia conseguia sentir uma enorme dor em meu corpo como se eu tivesse caído de um penhasco.

Mas eu estava viva.

Jungkook estava acordado encarando precisamente o nada quando eu avistei-o, trocamos um rápido olhar quando ele parou em minha frente e beijou-me delicadamente.

Não existia anestesia melhor.

— Vou chamar o médico, huh?

— Pyo está bem? — perguntei fazendo-o parar de andar. Eu estava com medo da resposta mas eu precisava. — Jungkook, por favor...

— Internado em estado grave. — avisou saindo do quarto para procurar o tal doutor.

Pelo menos estava vivo, pensei quando ele entrou novamente com um doutor barbudo e com a típica prancheta de médico onde falava tudo sobre meu caso.

Eu estava bem segundo o Dr. Yooni, uma semana de repouso era mais que o suficiente pois meus ferimentos não foram graves, agradeci-o e fitei a porta da sala onde um policial e Sr. Woo entraram, certamente para pegar meu depoimento.

Passei-lhes a contar tudo o que aconteceu no barracão, sobre a traição de Zoey, a cumplicidade de EunSoo com ela e que Yusuke ajudou-me, detalhe por detalhe.

— O que aconteceu enquanto eu estava aqui? Afinal quanto tempo eu estou aqui? — perguntei a Sr. Woo que sorriu tranquilamente.

— Há três dias. — respondeu. — Sr. Shoun e Yusuke foram presos e Zoey morreu e já foi devidamente enterrada. E Pyo está em coma.

Assenti. Eu vou visitar Yusuke e Zoey, fiz uma nota mental.

Wound / jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora