Capítulo 5 - A invasão

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Durante o show ele não conseguia tirar os olhos da Odile por alguma razão e queria vê-la sem aquele figurino

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Durante o show ele não conseguia tirar os olhos da Odile por alguma razão e queria vê-la sem aquele figurino. Quando os atores começaram a sair, seguiu-a por algumas quadras e a abordou gentilmente:

— Boa noite. Eu assisti a apresentação hoje e me encantei com o show. Você é uma ótima... – ele se espanta quando ela se vira.

— Oh, muito obrigada. Você é um amor. – retira a luva da mão direita para cumprimentá-lo e ele beija a mão.

É a mulher das suas lembranças. Algumas décadas mais velha, mas ele a reconheceu mesmo assim.

As mulheres russas não são obrigadas a retirarem a luva para cumprimentar, visto que na antiguidade as luvas faziam parte do vestuário feminino. Com a modernidade, algumas mulheres quiseram se equiparar aos homens e portanto, retiram a luva, gesto que só é obrigatório para os do sexo masculino.

Carlos pergunta:

— Não se lembra de mim?

— Como é o seu nome, querido?

— Carlos.

— Lamento Carlos, não me recordo de você. Quem és tu?

— Um antigo conhecido. Poderíamos tomar uma xícara de café e batermos um papo sobre o passado, o que acha?

— Eu adoraria. Quando poderíamos fazer isso? Estarei na cidade até o final de semana, quando viajarei para a cidade em turnê com a minha companhia de balé.

— Entendi. Que tal amanhã?

— Amanhã estarei livre. Ligue-me neste número. É do hotel onde estou hospedada. Adeus Carlos! – lhe beija no rosto e vai embora.

Ele descobre o nome dela no lenço escrito com caneta, Paloma Cazorla.

— Espera! Estou de carro e poderia lhe oferecer uma carona até lá?

— Fico muito agradecida Carlos...

— Santiago. – ela sorri ao descobrir o sobrenome do cavalheiro.

— Algo estranho?

— Não. É que este seria o nome que eu daria para o meu filho, se ele não tivesse morrido no final da gestação. Santiago Cazorla.

— É casada?

— Pergunta por causa do filho? Não. Isso foi um pouco depois da guerra. Não me lembro quem era o pai... Triste não concorda?

— Sim. Entendi, desculpa ter perguntado!

— Tudo bem... O senhor tem filhos?

Não tive. Sou solteiro desde que me dou por gente.

— O senhor é engraçado. - ri.

— Obrigado. Sua dança foi fabulosa!

— Muito obrigada! Treinamos muito para chegar a um nível de quase perfeição.

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