Uma Garota Incompleta

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Coisas aleatórias aconteçem quando menos se espera. Fomos a praia num domingo, meu pai avisou que Sam não deveria surfar—ele nunca foi bom nisso —então ele teimou, acabou caindo numa arrebentação e sendo jogado nas pedras. Final da história: Sam machucou a perna.

Estamos em abril, tenho ficado em casa e voltado a ser invisível pela escola. Evito Joe por puro nervosismo. Tenho que me acostumar a vê-lo com Sam mas não precisa ser agora.

As pessoas estão em cima do meu irmão por causa do machucado dele. Asher mal tem falado comigo, ele está substituindo meu irmão já que o Liam não é mais o co-capitão por causa dos pais (não são muito fãs de basquete).

—Precisamos começar os ensaios. —o sr. McAvon aumenta a voz —Temos que ser os melhores, não importa o que digam sobre o último ano, quem se dedica se sai bem, e nós, seremos os melhores!

Alguns alunos aplaudem. Olho pro campus através das janelas. É um dia quente. Eu poderia ir pra Ocean Beach ou Pacific Beach no final do dia.

—Srta. Well, não tem apareçido nas reuniões do grupo da peça. —o professor chama minha atenção —Está tudo bem?

—Está sr. McAvon. —sorrio —Eu só não faço mais parte do grupo.

Ele oscila.

—Eu particularmente gostaria de ver suas fotos srta. Well.

—Não acho que seja possível senhor, quebrei minha câmera.

—Podemos ajuda-la no concerto.

—Não tenho interesse no serviço senhor.

Ele assente.

—Quero que vá falar com o orientador srta. Well, não gosto de como tem agido nas últimas semanas. —ele vai até sua mesa e escreve algo num pedaço de papel —Vá agora mesmo.

—Certo senhor. —junto minhas coisas, fico de pé e saio da sala sem olhar para trás. Abro o pedaço de papel e paro de andar, está escrito “Tenha um bom dia”. Pela primeira vez, acho o sr. McAvon o cara mais legal do mundo. Acho que por ser poeta, ele captura bem as emoções do outro. Sorrio enfiando o papel no bolso.

Vou ter um bom dia sr. McAvon.

*

Pra se ter um pouco do melhor da Califórnia você tem que vagar por aí e ver um pouco de tudo. Peguei um táxi até o Balboa Park e passei a primeira hora vendo alguns animais pelo zoológico. Depois aluguei uma bike e fui pedalar rumo a Pacif Beach. Por aqui tem gente todos os dias. Eu gosto dos turistas, não sei, eles pareçem ter muito a dizer. Quando a fome bateu fiz a volta, devolvi a bike e peguei um ônibus para Little Italy. E ele está cheio de turistas. No fundo do ônibus tem um grupo vestindo camisetas personalizadas, eles são da Croácia. Sorrio para todos que acenam para mim. É isso que os turistas tem, rostos e gestos diferentes. Os Californianos são sim muito receptivos mas gosto mesmo é de gente de fora.

Acabo decidindo descer onde eles decerão, que pra minha sorte é em um restaurante italiano. Me junto a eles, calada na minha e me misturo. Clemente é quem se apresenta primeiro, ela é quem melhor fala meu inglês. Ela diz que estão em sua primeira excursão em família e que todos amaram San Diego, voltarão depois de amanhã para casa. Aceito o convite de almoçar com eles e descubro que são a família Weber. O pai é bastante gordo e muito loiro, ainda que mega simpático. A mãe é sorridente e tem os cabelos esbranquiçados de uma princesa. Clemente disse o nome de seus irmãos e primos mas não capturei nada, minha massa está tão boa que me desconcentrou da conversa.
Nos separamos logo depois da sobremesa, eles precisavam seguir o curso da excursão, me convidaram para segui-los mas não quis ir. Eles irão para o Gaslamp Quarter e não voltei lá desde aquele dia, do dia em que beijei 6 estranhos e o garoto por quem estou apaixonada.