Capítulo 2

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Sara

Ouvi uma música ao longe, imaginei que estava em uma balada. Então percebi que eu só poderia estar dormindo, já que não curto esse tipo de emoção. Imagine eu em um ambiente como esse, rodeada de caras suados, lutando para conseguir sua atenção... E pior, a verdadeira maratona para conseguir uma bebida no bar, não que eu beba, claro que se refrigerante e água contar como bebida, então sim, eu bebo, e muito.

Abri meus olhos e ainda com a visão embaçada, tentei encontrar o abençoado do meu celular que tocava With Ur Love da cantora Cher Lloyd, minha diva, que participou do programa X Factor. Simplesmente sou viciada em programas de auditório. Presumo que você já percebeu que não saio com tanta frequência, não por falta de companhia, Cíntia, minha melhor amiga vive me enchendo a paciência para lhe acompanhar em suas aventuras noturnas, mas gerencio a empresa que ajuda pessoas a encontrarem a sua cara-metade, a Coatch de Relacionamento, como minha mãe gosta que chamem nossa profissão.

Trabalho com isso há quatro anos, desde que saí da faculdade. No início não concordei muito com esse plano da minha mãe. Meus planos era fazer um mochilão pela América do Sul antes de embarcar na profissão ao qual escolhi, direito, mas apesar de gostar, não me senti tão segura quando me imaginei defendendo alguém. Então concordei com Dona Milena por dois motivos: 

1- Porque ela me garantiu que eu conseguiria dar conta das duas profissões.

2- Porque ela estava se aposentando e eu era a única herdeira que poderia cuidar dos negócios da família.

A música parou e foi substituída por Hurriane, da cantora Bridgit Mendler, o toque que eu havia colocado para as chamadas de Cíntia. Para ela me ligar a essa hora, duas coisas poderia ter acontecido, ou ela tinha saído com um desconhecido e estava desesperada sem saber onde estava, ou eu estava atrasada para uma reunião com algum cliente.

Eu estava contando com a segunda opção. Da última vez que saí para pegar Cíntia, ela estava em um veleiro em alto-mar. Então você pode imaginar o meu desespero para chegar até ela.

— Alô...

— Graças a Deus que você atendeu – disse em uma respiração só.

— Cíntia, não me diga que você estar em alto-mar novamente...

— Não, claro que não. E para sua informação, eu nem saí ontem à noite.

— Você não saiu? Jesus, devo me preparar para um temporal, um dilúvio?

— Há, há... Muito engraçadinha.

— Para você me ligar a essa hora, se não foi nada com você, então foi com a empresa. Esqueci alguma reunião?

— Como se você esquecesse alguma coisa relacionada à sua empresa. Você praticamente mora aqui... Mas enfim, é algo sobre a empresa e eu te aconselharia estar aqui em vinte minutos.

— Alguém desistiu do encontro?

— Não que eu tenha sido informada.

— Cíntia, desembucha logo e diga o que está acontecendo – falei já pulando da cama e correndo para o banheiro e tirando o pijama dos Minions de qualquer jeito. 

— Nossa, tinha esquecido que você odeia suspense, então aí vai. Sabe quem é nosso novo cliente?

— Se você não me contar não nunca saberei – falei olhando o estado das minhas olheiras no espelho.

— Guilherme Polini.

Quase deixei o telefone cair no piso do banheiro.

— O que você disse?

— Isso que você ouviu, Guilherme Polini solicitou nossos serviços, e a não ser que queira perder esse negócio, é melhor correr. Ele deve chegar em 45 minutos ou menos.

Cristo, por essa eu não esperava, Guilherme Polini havia entrado em contato com minha agência.

A ProcuraWhere stories live. Discover now