Redenção (#SR3)

Capítulo 9 (Ellen)

O torneio no Michigan foi totalmente maravilhoso. Tyler e eu conseguimos uma medalha de ouro e duas de prata. A equipe no geral, conseguiu o terceiro lugar. Uma ótima distração para afastar da minha mente, por uns dias pelo menos, as coisas recém-descobertas do Nick. Como eu queria que ele dissesse que aquilo tudo era um engano e que o ultrassom que eu tinha em meu poder não tinha nada a ver com ele, quando o confrontei no meu quarto semana passada. Mas sua confirmação da gravidez da Ada foi mais um soco no estômago, assim como muitos que tenho recebido.

Ainda posso ouvir sua voz, dizendo que me ama e ao mesmo tempo, não negando a prova irrefutável da sua "traição" de meses atrás. Como eu deveria me sentir ao saber que aquela mulher vai dar a ele a coisa que ele mais quer no mundo? Não dá pra competir com isso. E por mais ordinária que a Ada seja, ninguém merece ter o pai de seu filho arrancado de seus braços por outra mulher. Eu não conseguiria ficar em paz sabendo que tirei de uma criança inocente a chance de ter e crescer em uma família.

Morta de cansada, depois da breve comemoração com a equipe quando chegamos à Miami, me jogo na cama, disposta a dormir por pelo menos três dias seguidos. Um coração partido dá mais trabalho do que eu poderia imaginar. E logo eu que estava me recuperando dos últimos três meses, tive que lidar com mais uma porrada dessas. Nem sei como consegui algo nesse torneio já que não dormia praticamente há três dias inteiros porque toda vez que eu fechava os olhos, via o meu Nick de joelhos na minha frente, pedindo pra gente voltar. Por mais que ele tenha errado comigo, eu seu que ele me ama. Eu senti isso e vi isso em seus olhos quando ele chorou.

Mas como eu posso ficar com ele se tem uma criança à caminho que vai precisar dele como ninguém nunca precisou? Justamente eu, que tive meu pai tirado de mim por causa de outra mulher – embora me deixar tenha sido talvez a melhor coisa que aquele traste fez por mim. Como eu poderia tirar de uma filha que ainda nem nasceu o pai dela? Com a mãe que essa pequena vai ter, ela vai precisar do pai mais do que nunca.

— Carma, seu filho da puta, me deixa em paz. — digo cobrindo as orelhas com um travesseiro.

E foi exatamente por isso que eu falei com o Steven sobre as minhas idas à Nova Iorque. Disse a ele que eu não posso continuar indo, e ele como eu esperava, foi logo dizendo que isso é bobagem minha e que não aceitaria que eu deixasse a minha responsabilidade – honrosa para qualquer outra pessoa – de representar a equipe com o chefão da Fundação. Não tive escolha a não ser dizer a ele os meus motivos. Não contei nada de muito íntimo, mas disse que tive um envolvimento com o Nicholas e que nossa interação não é boa pra mim. Ele ficou claramente triste – além de chocado – com a minha revelação, mas acabou aceitando.

Eu não posso continuar a ver o Nick depois de deixá-lo ir embora. Eu gostaria de ser forte o bastante pra conseguir, mas não sou. Como eu posso vê-lo, sentir seu cheiro e ouvir a sua voz sem poder tocar nele, beijá-lo e dizer como ele é importante pra mim? Seria uma tortura. Tanto para mim como para ele. Duvido muito que qualquer um de nós esqueça um do outro, mas será mais fácil viver com nossas decisões se não nos vermos regularmente.

Olhando para o lado, vejo que Vivian dorme tranquila em sua cama, totalmente alheia à minha dor desse lado do quarto. Por mais sono que eu esteja, apenas fechar os olhos não está sendo suficiente, então tomo um calmante e depois de minutos, enfim consigo me entregar ao descanso.

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Mas meu sono logo é interrompido com uma insistente e puta chata batida na porta. Cubro a cabeça com força com o travesseiro e amaldiçoo mentalmente a pessoa a me incomodar. Não pode ser nenhum membro da equipe, pois todos devem estar quebrados após comemorarem a noite toda a boa posição em que ficamos no torneio. Eu voltei mais cedo e disse que não queria ser incomodada. A menos que sejam a Camille e a Loren, que não saíram do meu pé desde que souberam das visitas do Nick.