Capítulo 6 (Nick)

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— Parabéns, filho. — meu pai joga um exemplar de jornal em cima da minha mesa — Você é a capa do The Daily News de novo. Só que dessa vez não é no caderno de negócios e eles não te chamaram de salvador.

Seu olhar é sério apesar da sua voz ser amistosa. Olho de relance para a matéria no jornal e faço um gesto desdenhoso com a mão para o meu pai, dizendo que estou ocupado demais para ver o que os jornais dizem sobre mim.

— Não tem problema. Se você não tem tempo de ler, eu leio pra você.

Ele limpa a garganta e começa.

— "Presidente da HHE é flagrado aos beijos com morena misteriosa". — ele olha pra mim por cima do jornal com um olhar acusador.

Eu apenas sorrio então ele continua.

—"Na noite de ontem, o playboy CEO Nicholas Hoffman foi visto aos beijos dentro de uma boate aqui mesmo em Nova Iorque. Testemunhas disseram que após a sessão de beijos na pista de dança, os dois entraram em um dos banheiros e ficaram por lá por cerca de dez minutos. Não sabemos nada sobre a morena misteriosa, tudo o que sabemos é que não era sua noiva..." quer que eu continue, filho?

— Não sei por que dá tanto crédito aos jornais, pai. Você sempre me disse que eles diariamente publicam mentiras. — digo cheio de cinismo.

— Está dizendo que não estava com essa morena não tão misteriosa ontem? — ele pergunta bufando de raiva.

— Não. Estou dizendo que não há como provar isso. É a palavra do jornal contra a minha. Quantas vezes eu já os desmenti só mês passado?

— Isso não é brincadeira, Nicholas. O que a sua noiva pensa disso? Pior, o que o Hoyt pensaria disso?

Sorrio ao lembrar-me da expressão da Ada quando me viu sair do banheiro feminino ontem. Ela praticamente soltava fumaça pelas orelhas. Porém, para a minha surpresa, ela não pareceu ficar irritada ao constatar que era com a Ellen que eu estava. Depois ela me pediu para ir embora para ficar com ela sozinha e terem uma conversa de mulher. Só percebi a besteira que fiz quando saí da boate já que provavelmente a Ada não perdeu a oportunidade de contar que está grávida. Eu é quem deveria dizer isso à Ellen.

Uma vontade descabida de ser sincero com ela que não sei de onde veio. Principalmente depois de ver que aquele filho da puta ainda está em sua vida. É claro. Por que não estaria? Eu saí de cena, certo? Ela não tem mais motivos para esconder seu romance com aquele desgraçado.

Mas então por que ela parecia tão faminta quando nós transamos? Eu sei reconhecer uma mulher que não transa há muito tempo. Os sons, os gestos, o desespero na voz... Ela não estaria sugando tanto o meu pau para dentro dela se estivesse sendo comida como se deve. Então, ou ela não está transando com ele ou ele é mais inútil do que eu imagino.

—... e você sabe perfeitamente que se ele apenas sentir de longe o cheiro de escândalo, tudo vai por água à baixo.

Pisco para o meu pai, pois é claro que ele continuou falando. O que eu sou? A porra de um adolescente que foi pego se masturbando?

Levanto-me com uma expressão dura e ele na mesma hora tem a bondade de recuar um pouco.

— Eu não sou mais um moleque, pai. Não preciso ser repreendido. E mais, você não tem por que ficar me lembrando sobre o negócio com o Hoyt. Fui eu quem conseguiu o contrato com a empresa dele, porra.

— Não parece. Você está dando mole com uma mulher diferente a cada noite. Diz que ninguém pode provar porque de alguma forma você consegue acabar com todas as fotos, mas e se chegar o dia em que um paparazzi não vai aceitar se vender a você? E mais, mesmo sem fotos, quando uma notícia é repetida tantas vezes ela acaba sendo aceita como verdade.

Redenção (#SR3)Onde histórias criam vida. Descubra agora