3 🍁 A cor simpática

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-"Você deve ir, S/N!" ─ ela deu voz ao boneco. Uma voz grossa e forçada, ao mesmo tempo cômica.

-Eu sei, mas estou um caco. ─ respondeu ao boneco.

-"Deixe de fadiga, se não for hoje, amanhã acordará com febre de 40 graus e será pior ainda."─ mas uma vez o suposto "boneco" respondeu-lhe, ─ "Amanhã é o ultimo dia, S/N, do contrario você será despejada do apartamento".

Mais uma vez encarou o boneco profundamente.

-Você não quer ir por mim, sim? ─ perguntou a ele.

-"Idiota, eu sou um boneco! Você que não sabe fazer amizades e fica conversando com um ser inanimado". ─ ele 'respondeu'.

Jogou o boneco longe, mas estava sem força alguma e o mesmo foi parar em baixo do sofá-cama.

-Eu conversando com um urso... A que ponto cheguei? ─ reclamou socando-se ainda mais no travesseiro.

[...]

Arrumou-se com o mesmo traje de mais cedo, adicionando mais um moletom azul-manganês e mais um par de meias brancas por cima do outro par. Caminhou para sair, mas retornou ao pequeno armário para colocar um par de luvas também azuis, mas curaçau. Adicionou o cachecol branco enrolando sobre o rosto (mesmo sem necessidade por conta da máscara).

Sentia frio e sudorese. E estava empacotada, parecia que sua avó lhe havia vestido.

Olhou o relógio que lhe indicava 10 minutos para o fechamento da lotérica. Pegou o dinheiro e fechou a porta atras de si. Suas pernas faziam um bom trabalho em caminhar, mas estavam doloridas.

"O que há agora? Não sou de adoecer assim." - Pensou.

"Calafrios, dores musculares e articulares, suor excessivo, fadiga, falta de apetite, sonolência, tosse, falta de ar, diarreias e lesões cutâneas; Nunca saia de casa quando sentir esse sintomas."─ Essa era a voz de sua mãe em sua cabeça, uma frase dita 3 vezes à menina antes de vir morar sozinha. ─ E o que faz agora? Desobedecendo os mandamentos da mãe.

Caminhava cambaleando, parecia embriagada. Apesar de se sentir mal, apesar de saber que, o que cometia era inteiramente errado, em sua cabeça o compromisso de pagar o aluguel para não morar debaixo da ponte, era crucial.

"Você tem até dia 14 para pagar, S/N. Do contrário, terei de lhe dispensar, infelizmente."

Desceu o elevador, não havia ninguém. Passou pela recepção que também não havia ninguém.

-Aish, parece que o mundo decidiu esconder-se de mim. ─ murmurou. Até mesmo ao soltar um soneto de voz, sua laringe alertava que hipoteticamente estava a engolir um arame. Tossiu.

Caminhou para fora e uma brisa fina veio de encontro ao seu corpo, fazendo-a tremer (parecia mais um redemoinho de gelo). Foi para sua esquerda e com a maior esperança de encontrar a bendita lotérica aberta.

-Inferno! ─ exclamou ao notar o estabelecimento fechado.

Olhou para a entrada do apartamento, e pesou 4 vezes antes de voltar para dentro de uma conchegante casa. Sabia que se voltasse, poderia acordar pior do que estava no dia seguinte, pois não conseguia lidar muito bem com os incômodos de doença temperamental, odiava médicos e não sabia qual remédio tomar; mas estava ciente que um bom descanso e algum tipo de comida quente ou chá, lhe faria melhorar aos poucos.

Entretanto estava fraca. Uma ou duas vezes, cambaleava para trás prestes a deitar-se no chão da calçada e ficar por lá mesmo.

Se sua mãe a visse, daria-lhe um belo puxão de orelha mesmo doente, e reclamaria por não incluir sua saúde e bem estar em primeiro lugar. Mas ela não estava lá, e não precisava ficar sabendo de nada.

-Eu tenho que... ─ tossiu, ─ Pagar...

Lembrou-se de um pequeno banco franqueado que ficava ao lado de uma floricultura, na outra avenida. Não era longe, mas sabia ela que teria de passar pela praça.

Aquela praça lhe fez sentir raiva da vida.

Aquela praça parece que lhe trouxe todo azar do mundo.

Começou a caminhar, parecia embriagada. Se levarmos em conta que ela mal via o caminho que seguia, realmente, ela estava embriagada: Embriagada de dor, febre, tosse e desespero.

Estava tão cheia de roupas, que era bem capaz de um velho lhe confundir com um pinguim andando na rua, até mesmo seus passos eram desengonçados e mongos.

ENTROU NO PARQUE, passou andando sem um pingo de noção da vida. Estava realmente mal., mas sabia onde deveria ir e o que deveria fazer. Entrou em um piloto automático.

Por intuito ela olhou para o banco de praça um pouco velho, marrom, cor amadeirada, mas era de ferro. O rapaz estranho, que no qual nomeou de Pobre Coitado, ainda estava sentado lá, olhando fixo em alguns pombos no chão com aquele olhar perdido, meio avoado, como se visse ali a coisa mais prodigiosa do mundo.

-Puff, ─ riu debochadamente.

Pareceu castigo zombar do garoto quando sentiu sua garganta estourar de dor. Virou novamente para frente prestando atenção aonde ia, para evitar ter que encarar aqueles olhos novamente.

Eu a vi ali, sabia? Uma áurea preta-turmalina e faíscas de marrom omitiam gritos agudos sobre sua cabeça. Notei que não estava bem!

[...]

Ele jogou uma migalha de algo aos pombos que tornaram-se eufóricos. Por mais que sempre via as bolhar azuladas saírem deles quando entregava-lhe algo para comer, Taehyung ainda ficava fascinado. Todos os dias, quando chegava do trabalho, ele sentava-se naquele branco que estava familiarizado para alimentar os pombos e pássaros que passavam ali.

As pessoas estavam sempre frustadas ao seu ver, e aquilo lhe deixava oco por dentro. Mesmo pombos, sendo os Ratos-de-Asas, transpareciam aquela 'inocência'.

-De alguma forma, eles ficavam alegres ao serem alimentados.

-De alguma forma, ele via um azul-água sair de seu bater de asas.

-Desta mesma forma, ele assemelhava-a como bolhas de sabão.

Não demorou muito para um som agudo ensurdecer seus ouvidos. Ele não entendia nem um pouco sobre os sons que ouvia, porém seus 24 anos de vida lhe alertavam que nunca eram bons.

Olhou para frente, e seguiu o som decrépito.

Seus olhos pararam na visão daquela garota 'entusiasmada' mais cedo. O som vinha de lá. Ela andava firme, mal sabia ele que S/N lutava para ficar em pé.

Assim, a garota que era seguida pelo olhar do menino, sumiu de sua vista ao passar pelo saída leste da praça. Taehyung cutucava o amadeirado no banco que por milésimos de segundos até notou a inquietação do garoto.

O banco não era vivo, claro, mas até ele saberia que o coração do menino implorava um ato solidário. Olhou para os pombos, depois para aonde a menina havia passado. Em seguida, num piscar de olhos, quase que involutosamente e sem prosa, Taehyung levantou-se e apressou-se para seguir S/N.

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Oi ^^ Estava qui pensando em algumas formas de escrever um capítulos sem essa parada de "encheção de linguiça". Mas notei que meu raciocínios altamente avançado para a raça humana não tem capacidade disso '-'

Agora uma piada: ~piu!

Tá parei ¬u¬

cores  • kthOnde as histórias ganham vida. Descobre agora