3 🍁 A cor simpática

723 62 94
                                    




¨A experiência constantemente vivida fez com que o azul fosse a cor que pertence a todos.¨



As horas que se passaram foram monótonos. Entretanto, ainda restava-lhe reler aquela história tão odiada pelo seu chefe, tentando achar uma respostas para aquele problema, que na qual nem sabia ao certo, mas suspeitava que tinha.

Ela leu, releu e por fim, releu novamente.

Desta vez estava sentada no balcão falso da cozinha, com os braços sobre o mesmo segurando seu celular. O aparelho estava com 15% da bateria, não importou-se nem um pouco com o mesmo lhe alertando para conectar o carregador.

Ela se sentia cansada e seu corpo doía. Não era de se negar por estar tão frio lá fora, mas o corpo transpirava de nervoso, e apenas uma camisola Mascavo com uma bola branca no centro. Era estranha e ingenua, mas não se importava: Usava aquela calcinha branca infantil.

"Ela tem babados nos cantos;

Ela samba em tuas nádegas;

Ela é inocentemente branca.

Mas se lhe fica confrontável ...

Quem sou eu para tentar arrancá-la de você?"

Levantou-se num impulso, desajeitada como uma mula cambaleando e tropeçando no próprio pé. Eram por volta das 6:02pm e o banco fecharia daqui 48 minutos. Estava com os 40k W em cima da prateleira branca-hibernal, ao lado do jarro preto e lucido, que ficava na única porta de entrada.

Pensou exitante em sair para ir ao banco pagar o aluguel atrasado. Porém achou longe de sua casa, comparado ao retilinto do momento como este. Onde encontrava-se mal e sem pique para qualquer coisa, até mesmo comer não lhe passava pela cabeça.

Mas não era nem um pouco distante, ficava irresponsavelmente ao lado de seu prédio, definitivamente.

-Ainda tenho amanhã. ─ exclamou atirando-se na cama-sofá já montada.

Má ideia; seu corpo se contorceu inteiramente naquele estofado amarelo níquel-titânio. Cobriu-se o mais rápido possível curvando suas costas como um tatu.

Outra má ideia; não durou muito para que sua coluna ameaçasse gritar como um espasmo sem motivos e o alanque corporal tinha congelado. Não era frio, era calafrio, daqueles que você adquiri mesmo com o ar-condicionado atingindo o ponto máximo de sua temperatura.

-Inferno. ─ resmungou. Sabia que estava com febre, apesar de nunca ter ficado depois dos 11 anos de idade.

Tendo a saúde de ferro ou não, o destino jogou-lhe a desgraça na cara para adoecer no melhor dia que ganhara dele. Nem irmão, nem primo, nem mãe, ou amigo para lhe trazer um remédio em cima da geladeira marrom na cozinha para a garota.

-Viver só é pior do que Rover Curiosity cantando parabéns para si mesmo em Marte. ─ pensou consigo mesmo. Retirou um sorriso dos lábios.

As vezes conseguia debochar de sua própria desgraça, pois não tinha ninguém para tirar sarro.

O pior disso tudo é que via a graça.

-Hunm... ─ resmungou, ─ Se eu não ir hoje, amanhã eu que o diga.

Esticou a mão sem um pingo de ânimo (tinha dores musculares que aumentavam em segundos) e puxou um urso "morango" com grandes olhos esbugalhados que ganhará de um antigo colega de classe, ao lado de seu travesseiro. O encarou profundamente, como se pudesse alimentar sua vida e o boneco começasse a sair andando pela casa.

cores  • kthOnde as histórias ganham vida. Descobre agora