Meu caminho até você - Parte IV

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Regina olhou para o relógio. 16:30.

Era hora de ligar para Emma. Mas depois do que aconteceu três dias atrás, ela não devia estar interessada em ouví-la, nem mesmo se fosse para lhe oferecer um cheque de um milhão de dólares.

Deveria ter dito algo. Pelo menos uma palavra monossilábica, quem sabe uma letra.

Algo.

Algo é mais confortável que o silencio.

Não estava conseguindo se concentrar em seu trabalho. Aquela cena se repetia de novo, de novo, de novo e de novo em sua mente. Era uma tortura. Precisava acabar com aquilo.

Pegou o telefone. Ouviu a linha. Digitou o primeiro número. Desistiu.

Essa sequencia de ações havia se tornado parte de sua rotina desde a segunda-feira daquela semana. Parecia que quanto mais o tempo corria, mais dolorosa toda aquela situação ficava.

Precisava de uma saída. Um plano. Como contactaria Emma? Seria sensato ir até onde ela morava?

Não. Com certeza Mary Margaret arranjaria confusão. Será que deveria criar coragem suficiente para ligar para seu celular?

Não. O que diria assim que a moça atendesse? "Olá, sobre o que você disse... eu... eu..." Ficaria completamente sem palavras. Será que uma carta seria capaz de transmitir a mensagem?

Na mesa de Regina repousava um adorável bloco de notas em tamanho médio. Trazendo-o para si e pegando uma das canetas no porta-lápis, começou a escrever numa página em branco:

"Querida Emma,--"

Não. Muito íntima. Amassoua folha, tratando de trocar o cumprimento na outra por:

"Cara Emma,--"

Muito formal. Outra folha de papel para o lixo.

"Emma,

não consigo encontrar palavras que definam todo esse turbilhão de emoções no qual estou mergulhada esses dias--"

Turbilhão de emoções? Que ridículo! Regina ficava cada vez mais furiosa consigo mesma, só precisava se desculpar e não conseguia fazer isso de forma decente. Era vergonhoso.

16:33. O relógio lhe dizia.

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