- A vida tem umas coisas bem loucas, não é? – eu suspiro, escorando minha cabeça à parede.

- Somos sapatões fracassadas... o mundo tá acabando e a gente aqui fazendo cu doce... – ela resmungou e passou as mãos pelo rosto tentando secar as lágrimas de drama.

Eu abaixei a cabeça e comecei a rir de sua situação.

- Você tá rindo, não é vagaba?! Eu te odeio! – Dinah me mostrou a língua.

- Não odeia não! – eu levanto a cabeça com um sorriso sapeca nos lábios. – Daria a vida por mim que eu sei!

- Cala a boca... – ela resmungou, mas também não negou.

Ficamos em silêncio por alguns segundos até que ela começasse a soltar lamúrias de novo.

- Eu não acredito que estou dando uma de Lauren Jauregui, a antissocial, na frente do quarto de Normani...

- Dinah... fique quieta e salve o resto de dignidade que ainda tem. – revirei os olhos.

- Você é uma grande amiga, sabia?! – ela, literalmente, rosnou para mim. – Por que você não volta lá e continua a dedar a Lauren para ver se passa esse seu mau humor?

- Dinah! – eu viro o rosto para ela, totalmente surpresa e indignada por sua fala.

- Ah, Camila. Se poupe, me poupe, nos poupe... – cantarolou risonha. – A Dra. Lovato disse que alguns militares de uma base próxima daqui vêm trazer mantimentos. Isso significa que estamos seguras! Podemos ficar aqui por um bom tempo enquanto os três procuram a cura para o mundo. Temos militares por perto, comida, cama, água quente... o que mais você poderia querer? Então pare de fazer todo esse drama sobre o simples fato de estar gostando da Lauren! Não deixe para amanhã, Camila! Nós duas sabemos, melhor que ninguém, que o amanhã pode não existir!

- Se eu te perguntar uma coisa promete não ficar magoada? – pergunto retoricamente e Dinah já suspira, esperando. – Por que você não faz o mesmo com a Normani?

- Por que eu não enfiei meus dedos nela...? – Dinah retrucou como se aquilo fosse muito óbvio. – Por favor! Eu tenho um ódio descomunal por aquele ser! Ela ama me irritar de todas as formas que consegue!

- Hum... E você acha que isso não significa nada? – ergo uma sobrancelha sugestiva. – Especialmente agora que vocês já se beijaram e ela demonstrou algum interesse?

- Hum... – Dinah então começou a me remedar, imitando minha voz de um jeito ridiculamente fino. – E você acha que dormir com Lauren no condomínio e quase transar com ela em cima de uma mesa de bilhar não significada nada? Especialmente agora que vocês já se dedaram e ela foi atrás de você mostrando algum interesse?

- Dinah... – eu murmuro em muxoxo ao ver que seria impossível conversar com a loira bêbada. – Então não venha me dando discursos moralistas se nem você tem coragem de conversar direito com a Normani!

- Então não venha fazendo o mesmo para cima de mim! – a loira alta retrucou devidamente ofendida.

- Quer saber?! – eu inspiro fundo para tentar em acalmar e não fazer aquilo se tornar uma real briga. – Vamos acabar com isso! Eu digo o que eu tenho que dizer para Lauren e você diz o que tem que dizer para Normani até amanhã! Fechado?

- E eu vou falar o quê com a Normani, criatura? – Dinah perguntou desesperada. – Você pelo menos tem o quê falar com a Palmito. "Gostei bastante de abrir as pernas. Agora estou gostando de você, vamos nos dedar de novo?" – ela provocou imitando minha voz.

- Dinah! – eu a repreendi sentindo minhas bochechas pegarem fogo. – Você vai mesmo dar uma de fracote?

- Está me chamando de covarde? – a loira alta semicerrou os olhos.

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