XXIII.✓

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Respiro fundo sentando no sofá da linda casa da minha melhor amiga e sua família. Meu coração ainda está acelerado e eu não consigo processar o que está acontecendo. Chegamos mais cedo aqui, agora já é madrugada e eu simplesmente não consigo dormir, então desci e estou sentada no sofá olhando pela janela. Ouço passos e Estevan desce com o Aley nos braços, o menininho é lindo de morrer além de ser super fofo. Loirinho dos olhinhos extremamente azuis e todo carinhoso. Eles somem pela cozinha e quando voltam o Estevan tem uma mamadeira, senta e acomoda o filho nos braços para dar a mamadeira ao bebê.

— Está tudo bem? — Ele pergunta com o Aley olhando pra mim e para o pai. Saio da janela e sento no sofá.

— Acho que sim. — Dou de ombros. Observo Aley e sorrio. — Só que é estranho agora... Tanta coisa mudou. — Respiro fundo.

— O que quer dizer?

— Bom... Não estou acostumada a isso. Depois de todos esses anos que passamos indo de um lugar a outro, parar assim de repente e dizer que está tudo bem, não parece o certo. — Olho para o céu lá fora.

Por mais que estivéssemos parados naquele lugar, nós ainda estávamos sendo protegidos e ficamos por dois anos presos lá dentro, sem ver o mundo realmente.

— Agora está tudo bem, as pessoas que estavam atrás de vocês foram pegas, não foi isso que disseram?

— Foram, mas nem todos. O Ivan continua solto com alguns dos seus subordinados.

Vejo ele ficar​ tenso e suas mãos cobrem seu filho de um jeito protetor, acredito que nem o Estevan tenha notado que fez isso.

— Claro que ele não seria idiota de gastar o tempo que tem para fugir e se esconder, nos procurando. Bom, eu acho — sussurro sem realmente saber.

— Mas agora está tudo bem — afirma. — Aqui vocês estão a salvo.

Respiro fundo novamente.

— Espero que sim, só quero viver em paz — confesso.

Não falamos mais nada e vejo como ele é carinhoso com o pequeno que segura dois dedos do pai, e o Estevan faz carinho na orelhinha dele o fazendo dormir.

— Ele é lindo. — Sorrio e Estevan me olha. — E muito esperto para a idade, não que eu entenda muito disso, mas... Eu acho que ele é. — Dou de ombros me levantando. — Bom, vou aproveitar que o sono está voltando. — Fecho a janela e sorrio os olhando. — Boa noite. — Ele acena com a cabeça e eu subo.

Quando acordo no dia seguinte tomo um banho relaxante e desço, encontro Aley no sofá brincando com alguns brinquedinhos. Vou para a cozinha e Estevan está na frente da Mirella a beijando, sorrio com a cena.

— Só pra avisar que o filho de vocês está ali na sala, tá bom? — Falo e eles me olham assustados, Estevan revira os olhos.

— Não enche, garota.

Rio me sentando e pegando uma torrada com café e leite, Mirella senta na minha frente sorrindo.

— Senti tanto a sua falta, Jess. — Respira fundo e seus olhos enchem de água, segura minha mão e eu aperto sentindo seu toque delicado. Vejo Estevan saindo da cozinha pelo canto de meu olho.

— Também senti, Mi. Aconteceu tanta coisa ruim... Quis tanto nunca ter saído daquele maldito internato. — Meu coração aperta e eu fecho os olhos. — Mirella... — Reabro os olhos marejados, Mirella é quem eu mais me sinto confortável e quem eu não aguento não chorar perto dela — agradeci todos os dias por você ter ficado aqui, por mais que o Estevan seja um imbecil, ele gosta de você, cuidou de você melhor do que qualquer pessoa — sou sincera.

Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos. Where stories live. Discover now