XIX - I PARTE.✓

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Respiro fundo deitando na borda da piscina, por sorte está vazia.

Deus! Não aguento mais ter que seguir viagem um dia sequer! Não é pelo Ken, ele tem se mostrado incrível, sem falar nas nossas fodas que... Caralho! Minha pernas tremem só de lembrar. Mas não é só isso, ele realmente parece se importar, está sempre querendo saber mais sobre mim. Agora já não há muito o que falar, claro, já faz muito tempo que estamos fugindo juntos. Até perdi as contas.

Quando já não sinto o sol esquentando minha pele e sim a brisa da noite, eu resolvo voltar para a recepção. Como uns bolinhos que uma senhorinha estava dando e converso um tempo com ela, talvez até tempo demais, então eu volto para o quarto.

Assim que empurro a porta para abrir, alguém me empurra com força para dentro me fazendo cair no chão e fecha a porta. Olho para o cara negro, o mesmo que ameaçou e agrediu o Keel tempos atrás. Tento gritar, mas ele aponta uma arma me calando.

- Fica quieta, vadia, ou será pior - avisa com a voz baixa e ameaçadora. - Pegue suas coisas e venha comigo. Agora - ordena me fazendo engolir em seco sem me mover, então ele me puxa bruscamente e aperta meu braço me levando até a janela. Do quarto que estamos da pra ver parte da piscina. - Está vendo ali? - Aponta com a arma para um outro homem escondido no canto em meio a várias espreguiçadeiras empilhadas. Esse cara tem uma arma grande nas mãos e aponta para alguém. - Se você não fizer o que eu disser, meu amigo vai detonar a cabeça do seu namoradinho. - Aponta o Keel entrando no saguão e olhando para os lados, ele fica parado por um tempo e nesse momento eu consigo ver uma bolinha vermelha no meio da testa dele.

- O que está fazendo? - Pergunto desesperada. - Deixe ele em paz, por favor - imploro colocando a mão no vidro.

- Só deixarei se você pegar logo suas coisas e escrever um bilhete pra ele dizendo que foi embora. Se tentar contar alguma coisa, meu amigo se encarrega do Keel - seu tom é seco e não deixa espaço para dúvidas, ele realmente fará.

Apenas concordo e pego as roupas que estão jogadas no chão e coloco na minha mochila. Rasgo um pedaço de papel de um folheto e pego uma caneta escrevendo rapidamente qualquer coisa que o Kendall vá entender como se eu tivesse realmente ido embora por conta própria, furo um pedaço e penduro na maçaneta depois do homem ler e aprovar.

- Sem enrolação. - Segura meus braços com força e faz um sinal para seu comparsa que sai da posição assim que o Keel começa a caminhar para fora.

Saímos do quarto e o homem segura meu corpo contra o seu e cobre minha boca com sua mão, a outra aponta a arma exatamente na minha frente na direção do Keel que vem caminhando desanimado até o quarto. Estamos no final do corredor escondidos atrás de uma parede com algumas plantas na frente. O Kendall entra no quarto e fecha a porta atrás de si e então eu respiro fundo.

- Vamos logo. - Olho para o homem e sinto uma pancada na cabeça. Apago.

°

Acordo com meu corpo todo dolorido, meus braços parecem pegar fogo. Tento me mexer e só então percebo estar presa por correntes, abro os olhos e o lugar é todo escuro, apenas um fecho de luz entra por uma janela minúscula. Me contorço e um suspiro sai da minha boca ao sentir meu pulso esquerdo latejando, talvez esteja quebrado ou deslocado. Só sei que está doendo muito.

Meus pés estão suspensos do chão, outras correntes grossas envolvem meus tornozelos. Pelo menos minhas roupas estão no meu corpo, o que significa que talvez eles não tenham feito nada comigo. Ao menos ainda não.

- Mas que merda - sussurro.

Continuo me mexendo, mas não consigo fazer muita coisa sentindo a dor cortante no meu pulso. Começo a ouvir barulhos de paços e conversas, então eu me desespero.

Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora