jimin 006

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  Jimin não tinha mais forças nas pernas ou energia disponível no corpo para correr, mas ele não parou um segundo sequer.

  Ele sabia apenas do tal cemitério perto da estrada, mas qual estrada? E onde, no meio de uma vastidão de túmulos, seria onde Taehyung estaria?

  Não se deu conta do quão estava nervoso quando chegou a perguntar para um poste se ele conhecia a mãe de Taehyung.

  Resolveu ligar para Jungkook, talvez o irmão menor soubesse, e este não tardou a atender. Graças a Deus, Jimin tinha um irmão preocupado. Isso veio a calhar naquele momento.

  — Jeon, me escuta. Eu preciso te fazer uma pergunta, e você não pode me questionar. Não me pergunta nada. Só me responde, okay? Depois eu te explico. – ele disse, com as mãos trêmulas ao segurar o aparelho ao lado do ouvido.

  — O que houve, Jimin?! – disse o moreno, preocupado.

  — Você sabe qual era o nome da mãe do Taehyung?

  — O nome da mãe do Tae? P...

  — Opa! Sem perguntas, lembra?

  — Aish, tudo bem. Acho que era Nam Jihyun, por quê?

  — Ele te contou onde ela foi enterrada?

  — Não, não. Mas eu lembro de ele citar que ia visitá-la todo fim de semana, porque ficava no caminho pro trabalho do pai dele, e eles iam juntos.

  — Onde o pai dele trabalha?

  — Naquele escritório de contabilidade a uns dez metros de onde ficava a escola de reforço.

  Jimin comemorou por dentro. Já sabia em qual cemitério Taehyung estava.

  — Obrigado, Jeon. – desligou, voltando a correr mais rápido do que podia, na esperança de chegar a tempo e encontrar Taehyung vivo. Correu até o único cemitério que conhecia no caminho para a antiga escola de reforço, e se pôs a procurar o túmulo de Nam Jihyun.

  Podia ter pedido ajuda para algum coveiro que encontrasse, mas estava nervoso demais para pensar nessa opção.

  Correu até suas pernas pedirem socorro, mas ele não as atendeu. Ele não se importou se ficaria tonto virando tantas vezes a cabeça para procurar o mais novo.

  Acabou achando o túmulo, e consequentemente, Taehyung.

  — Taehyung! – Jimin exclamou, usando suas últimas forças para chegar até o castanho, que, agradeceu aos céus, virou a cabeça em sua direção. Estava vivo. – Caramba. Caramba.

  Ele se ajoelhou do lado do pequeno de rosto inchado e o envolveu em um abraço apertado, recuperando sua respiração enquanto podia. Segurou o rosto de Taehyung com as duas mãos.

  — O-O que você tá fazendo aqui, Jimin...? – ele gaguejou, molhando as pequeninas mãos de Jimin com as suas lágrimas.

  — Eu fui checar como você tava e achei as cartas e... – Jimin não conseguia raciocinar direito pelo nervosismo. – E cheguei aqui. Tae...Tae, você tomou alguma coisa? Por favor, me diz que você não fez nada.

  — M-Me deixa morrer, Jimin. P-Por favor, me larga aqui. Ninguém v-vai saber. – Taehyung tinha os olhos brilhantes, Jimin não sabia se era por esperança ou pelas suas lágrimas.

  — Não. Não vou te deixar fazer uma coisa dessa, Tae, não. Você não é um peso. Você é uma benção, tudo bem? Na vida do seu pai, e na do Kook, e na minha. E se as outras pessoas não conseguem aproveitar a bênção que eles têm por perto, a culpa é deles, não é sua. Você é perfeito. Você....É mais que perfeito. Tudo bem? Eu...Eu
.. – Jimin respirou fundo. Cedo demais? Ele não sabia. Não se importava. – Eu amo você.

  Taehyung entreabriu a boca pela surpresa. Ele deixou outra lágrima escorrer pela bochecha, enquanto simplesmente não sabia o que responder. Ele sempre achou que os "eu te amo" eram de certa forma desperdiçados, mas ele sentiu aquele. Sentiu aquele eu te amo sair da boca de Jimin e entrar na sua.

  — J-Jimin, e-eu...

  — Ei. Ei. – Jimin suspirou. – Por favor, me fala. Você tomou alguma coisa?

  Taehyung suspirou e tirou do punho fechado um frasquinho vazio de antidepressivos. Levantou eles em direção a Jimin, que voltou a perder o oxigênio pelo nervosismo. Ele se levantou, pegando o mais novo no colo, e se pôs mais uma vez a correr. Precisava chegar até o hospital, antes daquelas pílulas todas fazerem efeito. Precisava.

  Ele parou em um banheiro público, e antes de tudo ajudou Taehyung a vomitar. Talvez aquilo fosse decisivo, e mesmo que o castanho não quisesse continuar vivendo, ele não se debateu.

  Jimin voltou ao seu percurso até o hospital, porém agora com mais calma. Assim que um médico atendeu Taehyung, ele se sentou. Lhe disseram que a dor de amar alguém era imensa, mas nunca era demais sentí-la.

  Ele estava completamente apaixonado. 

 

scars to your beautiful ¡! vminWhere stories live. Discover now