38 - We Never Learn

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Acordar muito tarde nunca foi algo que eu gostasse de fazer, mas também não gosto de acordar muito cedo. Despertei com o peso de um corpo quente sobre mim, seus braços grossos me envolvendo com firmeza e carinho de uma maneira protetora. Ouvir o canto dos pássaros e sua voz rouca pela manhã é algo maravilhoso, uma combinação perfeita. Ontem. As palavras ditas por ele me deixaram confusa e não sei o porquê de tantas frases bonitas. De alguma forma pesaram em meu coração.

Não ficamos muito tempo deitados, decidimos sair para almoçar e então voltamos. Pensei que ficaríamos na floresta até que o sol sumisse diante dos nossos olhos, mas não foi bem isso. Ele sabe o que faz, pelo menos na maioria das vezes, e almoçar fora me deixou realmente feliz. Eu disse que poderia pagar minha parte, mas é claro que ele não aceitou e insistiu dizendo que pode ser um cavalheiro quando quer. Revirei os olhos dando os ombros e acabei assentindo mesmo contra minha vontade, eu provavelmente não queria começar uma briga.

O carro em que estamos para e só então saio dos meus pensamentos para observar as ruas. Pessoas andam de um lado para o outro, com suas bolsas ou sapatos das marcas mais caras. De um lado uma mulher passeia com seu cachorro e do outro um homem anda conversando pelo telefone com uma pressa gigantesca. Pessoas com expressões vazias, andando rápido como se o mundo fosse acabar ainda hoje.

"Ei!" Ouço a voz do Harry me chamar, a porta já se encontrava aberta e sua mão estendida na minha frente. Impulsiono meu corpo para frente e meus dedos agarram os seus para assim sair do carro.

Uma rua movimentada cheia de pessoas e lojas de diferentes tipos. Um aglomerado de pessoas passa por nós e dou um pequeno passo para frente, com receio de que algum deles colida contra mim. Harry parece perceber e começa a se movimentar para longe dali de maneira inquieta, com passos rápidos e a mão entrelaçada na minha, caminhamos até o outro lado da rua.

"Você está bem?" Ele rosna com força, seu rosto se contorce em um sentimento de frustração. Compreensível.

"Sim." Assinto uma e outra vez olhando para trás e ele resmunga em resposta começando a andar, me conduzindo consigo.

Com menos velocidade e precipitação, seus passos são calmos e vagarosos, me dando a oportunidade de estar ao seu lado e não a dois passos atrás. Começo a prestar um pouco mais de atenção em pequenos detalhes e do outro lado da rua é possível ver um restaurante com uma decoração muito rústica e adorável. Passamos ao lado de uma confeitaria e um cheio forte de café é presente em seus arredores, me fazendo respirar mais fundo para sentir o aroma.

Harry anda ainda mais devagar e para por um instante, sinalizando que chegamos ao destino. Seguindo seus passos, entramos em um restaurante um pouco mais diferente do outro que acabei de ver. Sua decoração é mais casual e acolhedora, o aroma de comida ocupa o ar do ambiente fechado e faz meu estômago revirar um pouco. Acompanho seus passos por entre as mesas, escolhemos uma no centro e logo sou rápida em me sentar na frente dele.

O tempo realmente está ótimo e se estivesse chovendo ou com um sol radiante, eu não me preocuparia. Me admira a pressa dessas pessoas em andar tão rapidamente, ignorando o dia e a beleza natural dele. Quando é que vamos parar e olhar ao nosso redor? Quantos pequenos momentos já perdemos em um dia mal vivido?

Um toque sobre minha mão faz minha mente focar no presente e vejo Harry me olhando com paixão.

"Desculpe, não queria te atrapalhar." Ele sorri de uma maneira majestosa e sinto meu coração afundar dentro do peito.

"Não faz mal, eu só estava pensando." Sua mão está próxima da minha e é ágil em mexer-se, entrelaçando nossos dedos.

"Por esse motivo. Eu adoro quando você se distrai assim!" Meu coração afunda outra vez.

My Solitary Angel | H.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora