Capítulo 32

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Fazer escolhas na nossa vida é uma das partes mais importantes de se viver, se não a mais importante. Eu juro, tem momentos em que eu queria voltar no tempo, para a época da minha infância já indo para pré-adolescência, visto que na infância, de fato, eu fui uma criança que brincou muito, quebrei os dois braços, a perna e quase todos os dedos da mão brincando de pira pega e jogando queimada; mas teve um certo período que algo se modificou dentro de mim, eu já não gostava mais de brincar na rua, e sim nas escadas jogando do jogo da garrafa escondida, me enfeitava toda com o intuito de ganhar uma atenção diferenciada dos meninos, que na maioria das vezes, ou seja sempre, não conseguia. Aquela situação me frustrava tanto que eu sentia o meu coração arder com violência, mas eu ia me conformando com aquilo, eu aprendi a aceitar que tão cedo eu iria achar alguém que gostasse mim. Se eu voltasse agora nesse instante, eu diria para mim mesma: não pense em garotos agora, eles são uns idiotas, volte a brincar na rua novamente e seja livre, a sua vai chegar, tenha paciência.

Sempre tive amigas muito lindas que eram mega namoradeiras que sempre pegavam os garotos que eu era afim, só que elas não faziam por mal, porque nunca dissera nada á elas sobre os meus sentimentos por tais garotos, afinal elas não eram pajé para adivinhar. A minha historia de vida não é o clássico da gordinha zoada que sofria bullying no colégio, não! Pelo contrário! Eu sempre tivera muitos amigos, nunca sofri bullying na minha vida, na verdade eu acho que as pessoas sempre gostaram de mim, pois eu sempre fui engraçada e impetuosa, porem eu sofria calada, minha baixa auto estima acabava comigo sem que ninguém soubesse, como eu disse antes, estava me afogando sozinha. Depois do Enzo e do Renan, eu nunca mais consegui ser feliz de verdade, cheguei a ficar com alguns caras, namorei uma vez, mas o namoro não vingou. Se você acha que é triste um amor que não é recíproco, imagine quem não consegue se apaixonar. Dói demais, é frustrante ver uma pessoa apaixonada mover montanhas pela outra, o toque é sincero, a necessidade de estar com o seu amor chega ser insuportável, tenho vergonha de dizer que sinto inveja dessas pessoas. Eu me lembro como é se sentir assim, precisar arduamente de alguém, acordar e pedi aos céus que tenha uma mensagem dela no seu celular, ver aquele nome na tela do seu aparelho e sentir seu coração bater feito um louco no seu peito e você se espantar com o efeito sinistro que aquele alguém tem sobre você, é muito gostoso, chega a ser quase doce estar apaixonado. Eu sinto falta disso, mas como sempre, ainda não é a hora, porque eu estrago tudo, estou à deriva. Eu não queria, mas é nítido que o meu romance com o Alessandro foi como uma chuva de verão: passageira; mas foi real isso eu não tenho forças para negar, quem sabe quando ele resolver os seus dilemas a gente possa se encontrar novamente como um belo desastre.

Alessandro tem seus olhos fixos na estrada, e eu não sei a quanto tempo eu estou olhando para o seu belo rosto, querendo guardar cada detalhe na minha cabeça, para eu saber que aquele homem não foi um sonho, assim como os sentimentos dele por mim. Minha mente está insana, eu só penso em chegar em casa e me jogar nos braços dele, e fazer amor com ele a noite toda até eu me esquecer que eu estou deixando ele. Sorrio sozinha pelo o que eu acabara de dizer, eu disse que queria fazer amor? Mas que porra está acontecendo comigo?

— Me conta qual é o motivo da graça, que eu quero sorrir também. — Ele não me olha, mas tem um sorriso no canto de sua boca, que faz um rebuliço no meu estômago.

— Eu vou embora amanhã, Alessandro. — Só senti a minha boca se mexer, pois eu não tinha acreditado que eu contara isso para ele nesse momento.

Um minuto.

Dois minutos

Três minutos.

Foi VocêWhere stories live. Discover now