Capítulo 27

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4 Anos Atrás....


Um pouco atônita, encaro as paredes cheias de desenhos de infância do antigo quarto do Renan, em quase todas elas retrata ele ao lado de uma bela família com muitos filhos. Estou suada e ofegante por conta do sexo animalesco que eu acabara de fazer com o — agora noivo — meu namorado Renan.
O cara me pediu para casar com ele enquanto eu cavalgava enlouquecida em cima dele em um quarto de motel, na hora eu nem liguei, estava quase gozando e meu cérebro não filtrou bem o que ele disse. Eu esperava que ele esquecesse disso depois, mas não, ele não esqueceu. Agora o Renan está lá no banheiro terminando de se lavar ancioso para o nosso casamento daqui a dois dias.
Levanto nua da cama pirando por conta da inércia em que eu me encontrava. Preciso me movimentar antes que eu saia correndo desse quarto em desespero.

- Meu Deus... O que eu faço agora? Eu tô muito fodida! - Implico com as mãos coladas no rosto.

Sento novamente na cama para refletir com mais sabedoria; se eu me casar com Renan eu vou ser a mulher mais mesquinha do mundo. Eu o amo, mas não o bastante para dar um passo tão sério como o casamento. Eu não sou dessas que sonham com o casamento perfeito desde pequena, na verdade eu nunca pensei em me casar, eu só queria um homem para me comer depois de eu ter um dia estressante no trabalho, sem perguntas ou obrigações.

Mas o meu medo não é de não poder ama-lo como ele merece, e sim a culpa que me corrói queimando o meu peito toda vez que eu penso na estupidez que eu fiz. Eu sou muito, muito babaca! E não a nada nesse mundo que mude isso. Só de lembrar meus olhos enchem de água, sento-me ao lado da cama e choro copiosamente feito uma criança perdida, choro tanto que uma outro vez eu me engasguei devido os soluços involuntários que me atingiram.

— Minha amora, acredito que... — Renan para de enxugar o cabelo com a toalha de rosto assim que percebe o meu estado. - Amor... o que aconteceu?

— Eu sou tão burra... Tão burra... e você é tão maravilhoso... — Eu não consigo falar direito, os soluços não permitem. — Como você... pode ser... ser... ser tão bonzinho? — Coloco a mão na testa para tentar me acalmar. — Você me pegou na cama com outro e me perdoou mesmo assim... Porque, Renan... Porquê?

Olho-o com a face completamente marcadas com lágrimas de arrendamento e dor.

— Você é a mulher da minha vida... eu te quero para sempre, minha amora!

Aperto mais os olhos, isso tá acabando comigo. Levanto-me ainda nua, estou muito abalada emocionalmente para me importar com roupa e ando de um lado para o outro.

— Não me diga essas coisa, Renan, você tem que me odiar! Falar que eu sou uma vagabunda e que eu não valho nada!

— Por favor, minha amora, não fale isso! — Ele segura em meus braços e me sacode um pouco. — Eu escolhi te perdoar porque eu sou louco por você... é simples assim.

— É mesmo, Renan? — Chego mais perto. — E quando chegar mais lá para frente e você quiser ter os filhos que você tanto sonhou — Aponto para os desenhos em sua parede que ele fizera quando criança. — Então você vai perceber que a mulher da sua vida não vai poder te dar isso porque ela é estéril? Você ainda vai me amar?

Mordo os lábios até eu sentir a minha carne reclamar de dor.

— Amor... não vai ser assim... — Ele já está com a voz embargada.

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