Capítulo 12

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Graças aos céus, chegamos na escola de músicas. O local parece um marco histórico, com detalhes antigos, porém bem finos e elegantes. A mensalidade desse lugar deve custar uma fortuna. A escola se chama: Art On Fingers.[Arte Nos Dedos]. Achei o nome bastante apropriado.

Estaciono a moto no outro lado da rua, pois não pode estacionar em frente a escola. Ajudo César a descer, pego os capacetes e seguro em sua mão para atravessar a rua. Adentramos no local, de primeira nossas visões são contempladas por um magnífico lustre de cristal.

— Olá. Boa tarde, César. — Saúda a recepcionista ruiva com olhos verdes de dar inveja. Será que todo mundo aqui tem olhos claros?

Ela me analisa com um olhar desapontado e raivoso. A azeda devia estar esperando a presença de Alessandro, não a minha.

— Boa tarde, Suzete. — César diz revirando os olhos como se já estivesse esperando por aquilo. Suzete? Isso parece nome de guerra.

César me guia até a sua sala. Seguimos em um corredor largo com um belo tapete repletos de desenhos bem trabalhados.

Chegamos à sala. O lugar é enorme e bastante arejado, com uma janela de vidro que ia do chão até o teto, nela havia uma cortina cor de gelo, alguns fios dourados a prendia. No centro havia o maior piano que eu já vira em toda a minha vida. Uma linda loira de olhos azuis veio ao nosso encontro, ela me lança um olhar bem inerente ao da recepcionista. Puta que pariu! Que mel é esse que o miserável do Alessandro tem?

— César, que bom te ver. — A loira diz cheia de simpatia.

— É, eu sei disso. — César debocha. Estou começando a adorar esse garoto. Ele vai em direção às carteiras. Algumas crianças e jovens já haviam chegado.

— Boa Tarde. Como você se chama? — Pergunta a loira.

— Me chamo Emília. E você? — pergunto só por edução. Meu santo não bateu com essa mulher.

— Me chamo Laila. Eu sou a professora de César. — Ela diz toda cheia de sí, porém bastante educada.

Corro os olhos no espaço, procuro um lugar para esperar a aula acabar. Vejo alguns pais e responsáveis sentandos em algumas poltronas, dou um passo, e Laila segura o meu braço. Olho para onde ela está segurando e levanto uma sobrancelha.

— Espere! Você é a Emília... a-a-a namorada de Alessandro? — Laila clama com olhar para que eu negue sua interrogação.

— É. Eu sou a namorada dele. — Eu não sei por que, mas eu gostei muito de dizer isso à ela. — Como você sabe que o Alessandro está namorando? — Na merda ele já saboreou essa loira.

— Eu e ele somos melhores amigos desde infância. — Ou seja, ele já te comeu, penso em particular. Os olhos dela brilham ao falar nele. — Ele me conta tudo, e eu conto tudo à ele. — Ela diz essa parte toda orgulhosa mexendo nos cabelos. Observo Laila, olhos brilhantes, respiração rápida, inquietação... Meu faro não se engana! Ela está completamente apaixonada pelo meu chefe.

— Que bom pra você. Bom, eu vou me sentar. — Digo indo em direção às poltronas.

A aula terminou, e eu já estava quase dormindo. César vem em minha direção, ele parece estar entediado.

Foi VocêWhere stories live. Discover now