e p í l o g o

Começar do início
                                    

Por isso decidimos vir para a minha casa e ficar sem fazer nada. Literalmente.

Depois daquele ataque de risos por conta do meu pijama, ficamos assistindo a algum filme que passava na televisão, mas o nosso foco naquele momento, era conversar sobre a minha mãe. Adam brincava com meus dedos, tentando me passar conforto daquela maneira enquanto eu ia contando sobre a minha mãe e os momentos que passamos juntas.

Contei sobre tudo que conseguia lembrar, não esquecendo de falar sobre como Kiara me ensinou várias coisas e, ao final daquela conversa, me sentia bem mais leve. Até mesmo falar sobre a minha pulseira e o diário que ainda mantinha como forma de conversar com a minha mãe foram coisas fáceis.

Adam me contou sobre a família dele e até tentou falar sobre mais coisas, mas caiu em um silêncio bem estranho, como se tivesse lembrando-se de algo. Tive que tirar minha cabeça do seu colo e me sentar de frente para ele, para que Adam entendesse que havia ficado em silêncio do nada. Será que tinha acontecido alguma coisa ou ele tinha lembrado algo?

− Lembrei de uma coisa agora. − ele simplesmente disse.

− Lembrou de que?

− Que você ainda não me mostrou seu texto e você disse em algum momento antes de nós saíssemos de St. Francis que iria me mostrar ele. O verdadeiro texto. − arregalei meus olhos com aquilo. − E eu quero muito ler.

Não Adam, você não quer ler o meu texto.

Já tínhamos entregado o nosso trabalho para Pepper fazia um bom tempo e, mesmo assim, eu tive a brilhante ideia de no meio do meu desabafo contar a Adam que o texto que eu havia mostrado para ele, na verdade, era de Daniel e que o meu texto verdadeiro havia sido escrito horas antes da cerimônia de formatura e estava escondido no meu quarto. Meu texto sobre o destino dos corações quebrados estava dentro de alguma gaveta da minha cômoda no andar de cima. E eu havia dito para Adam que se ele quisesse poderia ler o texto.

Mas eu não pensei que Adam fosse realmente querer ler o texto. Eu nem ao menos sabia se queria o mostrar para Adam. Ou queria? Tinham coisas naquele texto que talvez ele gostasse de ler...

− Tenho quase certeza que May o colocou fora. − tentei desconversar. − Sabe como é, costumo deixar minhas coisas largadas de qualquer jeito por aí.

− Sei que está mentindo, Fall.

Ah, droga!

− Por que lembrou disso nesse momento? Estávamos indo bem apenas vendo televisão e conversando. − tapei meu rosto com as mãos, atirando meu corpo para trás naquele sofá e ficando daquela maneira. − Tudo que tem escrito naquele texto já contei para você.

− Então não tem motivo algum para não querer me mostrar. − Adam insistiu. − Vamos lá, Sttaford.

Adam me sentou novamente no sofá e me fez abrir os olhos. Ficamos nos encarando por um bom tempo em silêncio. Enquanto ele pedia através do olhar que eu pegasse aquele pedaço de papel, eu tentava contestar aquilo vincando minha testa e fazendo gestos negativos com a minha cabeça. Mas sabemos muito bem que Adam Petters pode ser bem persuasivo, não sabemos?

Chegou um ponto que eu não conseguia mais negar ao que seus olhos imploravam.

− Apenas confia em mim. − disse.

− Tudo bem.

Enrolei o máximo de tempo que consegui no meu quarto. Olhava para aquele papel meio amassado, me lembrando de todas as coisas que tinha escrito nele e, logo em seguida, suspirava. Não sabia ao certo porque estava nervosa: Adam já sabia de tudo sobre mim. Aquele papel apenas iria reafirmar todas as minhas palavras de algumas horas atrás.

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