29|Pregnant

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-Manu?- pergunto batendo na porta do quarto dela e decido entrar quando não escuto uma resposta.

Abro a porta e verifico que ele está vazio. Olho ao redor procurando por algum sinal da minha irmã e vejo a porta do banheiro fechada. Vou até ela é tento abrí-la, mas está trancada.

-Manu? Vamos logo, está todo mundo nos esperando para começar a ceia.

-Pode descer, já já eu vou- ela fala com a voz rouca.

-Está tudo bem?- pergunto e não escuto uma resposta- Manu, abre essa porta.

Após alguns segundos, a porta é aberta e eu dou de cara com a minha irmã de cara inchada e com a maquiagem toda borrada.

-O que aconteceu?- pergunto preocupada.

-Eu arruinei a minha vida!- ela fala e começa a chorar. Puxo ela para um abraço.

-Calma! O que foi?

Ela desfaz o abraço, respira fundo e se vira para pegar alguma coisa no balcão do banheiro. Ela me mostra algo que parece com um termômetro, mas ao invés de mostrar a temperatura, apresenta duas barrinhas azuis. Entendo na hora do que se trata.

-Você está...- Não consigo terminar a frase.

-Grávida! Sim, estou grávida, Angel. E eu não sei o que fazer!- ela fala desesperada- Comecei a me sentir mal semana passada, naquele dia que a gente foi para a praia, e minha menstruação estava atrasada, aí eu associei.

-O Nash sabe?

-Não! Eu acabei de descobrir. Eu não sei o que fazer, Angel, estou com tanto medo- ela fala chorando ainda mais.

Pego na mão dela e a guio para sentar em cima do vaso sanitário, para se acalmar, e entrego um pedaço de papel higiênico para ela limpar o rosto.

-Manu, você e o Nash foram irresponsáveis em não tomar as prestações, mas agora isso já passou. Você está grávida e não há nada que possa ser feito para reverter essa situação. Agora você precisa se acalmar, respirar fundo, ajeitar essa maquiagem e descer para a ceia de natal com a nossa família. Depois a gente vai para o jantar na casa de Cameron e lá você conta tudo para o Nash. Não se preocupe com os seus pais agora, ok?- eu falo.- Vai dar tudo certo.

E é exatamente isso que nós fazemos. Eu ajudo Manu a consertar a sua maquiagem e Descemos para encontrar Mark, Kelly e os pais de cada um. Ótimo, isso realmente era o que eu não precisava agora.

Eu já conheci meus avós paternos antes, mas eles nunca gostaram de mim. Talvez tenha sido porque Mark fugiu para a Inglaterra, sem avisar a eles, conheceu um inglesa que não tinha condições financeiras tão boas quanto a dele e engravidou ela apenas três meses de conhecê-la; mas quem sabe o que eles têm contra mim?

-Manu, minha querida, como é bom lhe ver!- Richard e Emily, os pais de Mark, falam assim que vêem a minha irmã.- Olá Angeline- Emily fala indiferente.

Cumprimento-os apenas com a cabeça e saio logo dali, indo falar com os pais de Kelly. Fico o tempo todo de olho em Manu para ter certeza de que ela está bem- ou aparenta estar.

Após o jantar, que foi um tanto torturoso para nós duas, Mark e Kelly finalmente falam que estamos livres para ir para a casa de Cameron.

Assim que chegamos lá, abro um sorriso no rosto ao encontrar meu namorado, bonito como nunca, conversando com um homem em um canto.

Cameron olha de relance para mim e fala alguma coisa para o homem, começando a fazer seu caminho até mim logo em seguida.

-Preciso dizer que você está incrivelmente mais bonita ainda hoje- ele diz e me dá um beijo rápido na boca.

-Você também não está nada mal- falo sorrindo e ele me acompanha.

-Nós já jantamos, mas creio que isso não vai ser um problema para vocês duas- Cameron diz.- Agora, Manu, preciso roubar a sua irmã um pouquinho. Tenho no mínimo 20 parentes que querem conhecê-la e fazer perguntas extremamente constrangedoras para nós dois.

-Você vai ficar bem?- pergunto para ela.

-Sim, vou procurar Nash- Manu diz e eu sorrio para ela, tentando desejar boa sorte.

Cam me puxa pela mão e começa a andar pela casa.

-Angeline, que bom lhe ver aqui! Estou muito feliz que vocês dois finalmente voltaram. Você não sabe o bem que faz a esse meu menino aqui- Gina fala sorrindo quando me encontra e me dá um abraço.

Depois de falar com ela e com Sierra, percebo que Cameron não estava brincando. Ele me apresenta a, no mínimo, umas quinze pessoas e cada uma tem alguma história constrangedora sobre ele para me contar. A sorte é que já está tarde e quase todo mundo já começou a ir embora, então as conversas não duravam tanto.

Avisto Manu e Nash num canto e nos aproximamos deles.

-Então você ainda está viva?- Nash pergunta para mim, brincando.

Aproveito que Cameron puxa algum assunto com ele e pergunto discretamente para a minha irmã se ela já contou para o namorado toda a situação da gravidez.

-Ainda não tive a oportunidade, mas vou contar- ela fala e eu a lanço um olhar ameaçador. - Eu prometo!

No fim da noite, quando só restavam umas dez pessoas, Cam me arrasta para o quintal da casa dele e, após pegar alguns cobertores que estavam num banco por conta do leve frio que já toma conta de Los Angeles, nos sentamos na grama.

Cam coloca um dos cobertores ao redor dos meus ombros, e eu sorrio em agradecimento. Olho para o céu, admirando a incrível  quantidade quantidade de estrelas nele, e consigo perceber que Cameron me observa.

-Está tudo bem? Você parece um pouco distante hoje- Cam fala e eu olho para ele, que parece preocupado.

-Está sim, é só que... tem sido uma noite intensa- falo suspirando.

-Quer falar sobre isso? - Ele pergunta, afastando uma mecha de cabelo que estava em meu rosto.

-Manu está grávida, Cam.

-O que?- ele pergunta chocado.

-Ela descobriu agora à noite e provavelmente está contando agora para o Nash. Eu nem imagino o que Mark e Kelly irão dizer.

-Vai dar tudo certo.

-Foi isso o que eu disse para ela. E eu realmente quero acreditar nisso- Eu falo olhando para ele, que me encara intensamente com uma expressão preocupada.

-Mas não é só isso, é? - ele pergunta. É incrível como Cam me conhece tão bem.

-É só que eu encontrei meus avós paternos hoje. Eles não gostam muito de mim e isso me fez perceber que a única família que eu tenho é Manu e, teoricamente, meu pai.

-Não diga isso, você tem a Kelly e o pessoal da escola. Eles se importam muito com você. E você também tem a mim- ele fala passando o seu polegar pelo meu rosto.

-Eu sei. É que... Eu sinto falta da minha mãe- falo com lágrimas nos olhos- É o primeiro natal que eu não passo com ela- digo soluçando.

Cam me puxa para ele, me envolvendo em seus braços enquanto acaricia meus cabelos.

Depois de alguns minutos, começamos a conversar sobre a nossa viagem de amanhã. Vai ser uma viagem muito intensa, de certo, ao menos para mim. Primeiro porque vai ser a primeira vez que vou em Londres depois da morte da minha mãe; e segundo porque não sei se estou pronta para conhecer meus avós, por mais ansiosa que eu esteja por isso.

Welcome to LA | C.D.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora