Prólogo

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Não consigo evitar um suspiro quando vejo a cidade de Los Angeles pela janela do avião. Dirijo meu olhar para o assento ao lado do meu e encontro Manu, minha meia irmã, ainda a dormir. Logo a aeromoça avisa que o avião vai começar a pousar.

-Manu, acorda!- Falo dando uma leve cutucada nela.

-Já chegamos?- Ela pergunta bocejando.

-Vamos aterrizar em poucos instantes.

Ao contrário dela, não consegui dormir quase nada durante as longas onze horas de voo. Como a pessoa ansiosa que sou, não consegui parar de pensar um segundo em como será minha nova vida morando nos Estados Unidos, esperando que não seja muito diferente de como era em Londres. Entretanto, sei que o mais difícil vai ser me adaptar a sentir mais ainda a ausência da minha mãe, já que sua sepultura fica no meu antigo país, assim como a maioria de minhas lembranças. Além disso, repassar a confusa história de minha vida é um de meus passatempos prediletos, principalmente quando se fala de longas horas em aviões com assentos extremamente desconfortáveis.

A morte de minha mãe é o verdadeiro motivo pelo qual estou me mudando para LA, passando a morar com meu pai, minha meia irmã e minha madrasta "boadrasta". Eu e Manuella, apesar de só sermos filhas do mesmo pai, temos praticamente a mesma idade. Confuso, eu sei, mas posso explicar.

Quando meus pais se separaram, o Sr. Gothom (meu pai Mark) não fazia a mínima ideia de que a ex Sra. Gothom (minha mãe Sophie) se encontrava grávida, e nem ela. Como meu pai é americano, o divórcio foi a desculpa que ele usou para se mudar de volta para os Estados Unidos e voltar a morar com sua família, em Los Angeles na Califórnia. E foi assim que ele acabou conhecendo a atual Sra. Gothom (Minha madrasta Kelly), pela qual se apaixonou, e por "acidente" acabou engravidando dois meses mais tarde, o que deixa eu e Manu com essa diferença de idade.

Mas não acaba por aí. Minha mãe, sabendo da gravidez inesperada de Kelly pela irmã fofoqueira do meu pai, teve a brilhante ideia de não contar para Mark que também esperava um filho dele, decidindo tocar a vida, assim como ele aparentemente fez com a dele. O que teria dado certo, se não fosse pela sua doença , câncer, que surgiu sete anos após meu nascimento- e também do nascimento de Manu-. Como sua doença era grave e minha mãe não sabia se conseguiria sobreviver, ela tratou logo de dar a notícia para meu pai de que ele tinha outra filha. Ele, chocado com a novidade, embarcou no outro dia junto com a família para me conhecer. A partir daí, todos os verões desde meus sete anos foram passados nos Estados Unidos na casa de meu pai, menos o verão desse ano.

Com a morte de minha mãe logo após o término das aulas desse ano, Mark, Kelly e Manu vieram passar uma semana comigo, para me apoiar e me ajudar na preparação de todas as coisas para a mudança. Ficar em Londres não era nem de longe uma opção, já que a única família que possuo lá é o meu tio John, um importante empresário inglês que vive para trabalhar e que não tem a mínima intenção de criar uma filha, apesar dele dizer que me considera uma; e, pelo fato de minha mãe ter saído de casa aos 17 anos, não possuía qualquer vínculo com sua família que não envolvesse o tio John. Além disso, por mais que eu dissesse que não tinha nenhum problema em viver praticamente sozinha na casa de meu tio, um juiz lá de Londres declarou que a minha guarda agora pertencia à meu pai.

Estou voltando com Manu agora, faltando quatro dias para o término do verão e começo das aulas, já que ela passou o verão comigo enquanto eu me despedia da minha tão amada cidade e dos meus poucos amigos e terminava de empacotar todas as coisas de minha mãe.

Perdida nos meus pensamentos, levo um susto quando sinto o avião pousar, e quando este para de se movimentar, solto o sinto de segurança, começando a arrumar minhas coisas para desembarcar. Já que estamos nos primeiros assentos após a primeira classe, somos as primeiras da classe econômica a desembarcar.

Como minha madrasta e meu pai estão trabalhando, o namorado de Manu, Nash Grier, é quem vem nos buscar no aeroporto. Passamos rapidamente pela imigração, já que sou naturalizada americana e a fila de quem possui o passaporte americano é bem menor.

-Já mandou mensagem para o Nash?- Pergunto a Manu enquanto aguardamos nossas bagagens.

-Ahan, ele disse que já está nos esperando no portão do desembarque.- Ela fala soltando um gritinho de empolgação no final, o que me faz rir. Nash faz realmente um bem enorme para ela, e qualquer um consegue ver como os dois são apaixonados, o que me faz muito feliz. Manu é verdadeiramente uma irmã para mim, e o que a faz feliz, também me faz.

Logo após pegarmos nossas malas, nos dirigimos ao portão de desembarque. Minha meia irmã começa a olhar para todos os lados, procurando o seu namorado, e quando finalmente o acha, sai correndo na direção dele, deixando as malas para trás, o que me faz rir um pouco. Quando alcanço a mala dela e arrumo uma maneira de carregá-lá, já que estava com mais duas malas grandes, finalmente olho para eles, reparando que Nash trouxe mais alguém com ele.

Assim que percebo quem é, meu coração parece parar de bater. Acabo ficando super nervosa pela presença dele. Não pelo fato ser Cameron Dallas, o famoso viner e ator; ou por ele ser um dos meninos mais atraentes que eu já vi. Fico nervosa por ser Cameron Dallas, o cara que eu me apaixonei no verão passado; e deixou meu coração em pedaços.

Primeira fic minha do Cameron, espero que gostem.

1 voto e eu publico o próximo capítulo.

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