13| GET OUT!

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*Vamos tentar chegar a dez comentários??

"To be hurt, to feel lost

To be left out in the dark

To be kicked when you're down

To feel like you've been pushed around

To be on the edge of breaking down "

Simple Plan- Welcome to my Life

No outro dia, quando contei as minhas amigas com quem iria sair, foi a maior confusão. Depois de muita luta e discussão, finalmente Manu e Larissa aceitaram o fato de que eu vou sair com Kevin hoje. Elas não pararam de me aperrear, dizendo que ele é o maior galinha da escola e etc. Mas eu preciso disso, sair com novas pessoas. Então, fiquei convencida de que iria sair com ele e elas se calaram. 

Me arrumei mais básica, Kevin mandou uma mensagem avisando que ele ia me levar apenas para comer uma pizza, e eu até prefiro assim. Coloquei uma calça jeans justa com uns rasgos na coxa, uma blusa branca justinha e uma anabela de salto baixinho. Se Manu me visse saindo assim para um encontro, ele me mataria.

Minha irmã é daquelas que está sempre bem vestida para tudo, alguma vezes chega até exagerar. Mas também, criada numa família rica, famosa e no meio ao luxo, quem não seria? Manu sempre foi acostumada a ser o centro das atenções e ama encontrar um paparazzi na rua. Totalmente o oposto de mim.

Eu sou mais básica em tudo, principalmente na maneira de me vestir. Em relação à "fama", na verdade eu só sou conhecida por aparecer ou com Manu, ou com o Cameron. E eu até prefiro assim. Não gosto da ideia de ter a minha vida conhecida por várias pessoas;

Saio de casa assim que ouço um carro buzinando, e me arrependo de não ter pego um casaco. O tempo está frio e parece que vai chover.

Entro no carro e cumprimento Kevin com dois beijinhos. Peguei esse costume tanto com Larissa como com Manu; isso é normal no Brasil, e Larissa é brasileira e a família materna de Manu também (por isso o nome dela). O pessoal daqui normalmente estranha quando faço isso,e Kevin fica um pouco confuso com o ato.

Começamos o caminho até a pizzaria, que ele disse ficar um tanto longe de minha casa.

-Droga, esqueci de abastecer- Kevin fala no meio do caminho e para num posto.-Você tem quarenta dólares para mim?- ele pergunta e eu estranho. Ele realmente iria pedir dinheiro para abastecer o carro?

-Claro...- respondo, dando o dinheiro para ele

-Obrigada- ele fala e sai do carro. Cinco minutos depois, ele entra no carro e retoma o trajeto para a pizzaria. Com pouco tempo, começa a cair uma chuva bem forte, confirmando a minha previsão anterior.

Estranho quando, de repente, Kevin para o carro no meio do nada, em frente de um estabelecimento que parecia fechado.

-Droga, não sabia que essa pizzaria havia fechado- ele resmunga.

-Não tem problema, nós podemos ir para outro lugar- eu falo.

-Ou... nós podemos aproveitar para fazer algo melhor- ele fala com um sorriso no rosto. Kevin tira o sinto, e, num movimento rápido, segura no meu rosto e me beija. Tento desviar, mas ele segura o meu rosto mais forte

-Kevin... acho melhor nós não...- tento fala enquanto ele me beija. 

-Shhh... Vamos só aproveitar o momento- ele fala e sai de seu banco, ficando por cima de mim. Suas mãos começam a viajar pelo meu corpo, e eu começo a me desesperar.

-Kevin, para!- Falo quando uma de suas mãos tenta desabotoar minha calça, enquanto que a outra aperta um de meus seios. Ao invés de parar, ele me pressiona mais contra o banco-Para!- exclamo e, no desespero, aperto com força máxima sua região íntima, e ele revida com um murro em meu olho.

Levo minha mão ao meu olho, sentindo uma forte dor, e Kevin volta para o seu banco, gemendo de dor.

-CAI FORA!- Ele grita

-Mas...

-AGORA!- Ele passa a sua mão por cima de mim para abrir a minha porta e praticamente me joga do carro. Sinto a chuva fria batendo em mim, e um calafrio percorre meu corpo.

Kevin arranca com o carro, me deixando sozinha, em meio á chuva, naquele lugar deserto. O choque em mim é tão grande, que já não sinto mais o olho doer. Corro em direção ao estabelecimento, na tentativa de me proteger da chuva, mas tudo o que consigo é uma brecha muito pequena de telhado, que quase não surte efeito.

Com as mãos tremendo, pego o meu celular e tento ligar para Manu, mas a tentativa é falha quando vejo que este não possui sinal. Desligo e ligo várias vezes, tentando fazer o aparelho funcionar, mas ele insiste em não pegar.

O medo e o desespero dominam meu corpo. Esse lugar está completamente vazio e escuro; a única luz vem do meio celular. Coloco ele dentro da minha roupa para não molhar e decido fazer a coisa mais sensata: começar a andar em direção à minha casa, na esperança de encontrar alguém no caminho que possa me ajudar, já que tinha que desconsiderar pegar um táxi, pois meu dinheiro foi usado para abastecer o carro daquele idiota.

A chuva está muito forte, e eu me tremo de frio. Depois de dez minutos de caminhada, tiro o meu sapato, pois, mesmo com o salto sendo pequeno, meu pé já dói muito. Caminho sempre olhando ao redor, com medo de alguém aparecer querendo me assaltar ou fazer coisa pior.

Me seguro muito para não chorar. Eu nunca me senti tão humilhada em minha vida.

Com meia hora de caminhada, a minha esperança de um carro passar vai embora. A tempestade deve ter afastado todo mundo, e essa não é uma rodovia muito movimentada nem em horário de trânsito intenso, já que o lugar onde eu moro é bem afastado da cidade;

A chuva finalmente passa e eu já começo a reconhecer onde estou. Falta pouco para chegar em minha rua, e faço um esforço, tentando ignorar a dor em meus pés de tanto andar descalça no cimento.

Quando avisto a minha casa, vejo uma figura na casa ao lado, colocando um saco preto no lixo do lado de fora; Cameron.

Ele se assusta quando me vê, horrorizado com a minha situação.

-Carter? Que diabos aconteceu com você?- ele pergunta surpreso.

Me aproximo dele e dessa vez, não consigo mais segurar as lágrimas. Caio no choro e Cameron vem me abraçar, sem se importar com o fato de eu estar toda molhada. Percebendo que eu tremo de frio, ele tira seu casaco e coloca ao meu redor.

-Kevin... ele tentou... e eu tentei fazer ele parar, mas ele não parava... dei um murro nele e ele revidou dando um murro em meu rosto... ele me deixou sozinha no meio do nada e meu celular não funcionava... então eu  vim andando- tentei falar, mas meu choro compulsivo não deixava.

-Kevin fez isso com você?- Cameron pergunta e eu assinto com a cabeça. Ele me abraça mais forte enquanto eu choro, e percebo que sua respiração ficou mais pesada.- Você está segura agora- ele sussurra em meu ouvido, tentando me acalmar.- Vem, vamos lá para dentro

-É melhor eu ir pra casa- falo enxugando as lágrimas do meu olho esquerdo. O direito estava inchado e inutilizável por conta do murro, e eu não consigo ver nada com ele.

-Tem alguém na sua casa? 

-Não, Manu está na casa do Nash e os pais dela viajaram- respondo

-Então você vem comigo, vou cuidar de você.

Trasdução da música Welcome to My Life

"Ser machucado, sentir-se perdido

Ser deixado no escuro

Ser chutado quando você está caído

Sentir-se maltratado

Estar à beira de entrar em colapso"

Welcome to LA | C.D.Where stories live. Discover now