cap 25

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Cierra narrando

Já estava quase dormindo, quando ouço um barulho vindo da porta do meu quarto. Levanto já escutando barulho de batidas —Eii! Calma aí né - coloco o chinelo no pé e levanto indo até a porta e abro logo em seguida, e assim que abro vejo a imagem de Terror, com dois travesseiros em mãos, vestido de uma samba canção e sem camisa.

—Meu ar condicionado deu ruim, aquele caralho. E ta um calor da porra pra dormir de ventilador.. - Sai entrando colocando os travesseiros na minha cama — vou dormir aqui - Disse já deitando e pegando inclusive, o meu cobertor!

Apenas observo a cena toda abismada com a cara deslavada deste macho.

— Você entra aqui, não dá nem um boa noite.
Deita, se cobre com o meu cobertoor. Eu autorizei sua moradia?

— Ham tu tem que autorizar o quê? Isso aqui tudo é meu - diz no deboche

Arqueio uma sobrancelha e digo— tudo bem. Eu me retiro então- digo e começo catar minhas coisas

— Ôôô to gastando com a tua cara menó, fica aí comigo po. Aqui ta geladinho- diz me chamando com as mãos grandes dele, mãos que me trazem tanto medo

— Eu não quero correr o risco de acordar levando porrada, agora não é só eu e Arthur que eu preciso proteger. Tem um neném aqui! - seu meio entusiasmo foi mudando pra raiva. Eu conhecia muito bem as mínimas expressões dele.

Ele levanta ainda com o cobertor em mãos, em minha direção e por instinto ia correr, mas ele também corre até o corredor e me alcança.

Puxa meu braço e quando eu ia gritar, ele tapa a minha boca segurando meu nariz pra que eu não grite — não grita cara! tu acha que eu iria te agredir esperando um filho meu? - conforme eu fui me acalmando ele tirou a mão da minha boca

— Eu não confio em você!

— Eu to tentando, Cierra! Porra! Por favor, deita la na cama comigo? Meu ar condicionado nem quebrou, eu quero dormir aqui porque... po cara eu me sinto bem, ta ligado?!  de dormir do seu lado. Eu durmo tranquilão papo reto.. pra mim é foda chegar e falar o que eu tô sentindo pra alguém, então mano só me deixa tentar! Aos pouquinhos eu consigo - diz num tom mais sereno e o tempo todo ele me olhava nos olhos. Nunca o vi dessa forma tão mansa

— Não é assim que acontece! Você me machucou demais, sabe? Você não pode agora simplesmente me dizer que vai mudar. Eu quero ver atitudes sua. Atitude de sujeito homem, você que se diz o brabo, todos la fora te admira só pelo que você tem! Você acha que teria a admiração de alguém, sem os carros? sem as motos? Teu fuzil atravessado nas costas? - digo no mesmo tom que ele e minha voz por um instante até embarga, respiro fundo e prossigo
— sinceramente eu estou aqui pelo meu flho. Ele não tem culpa de nada do que aconteceu e é só um neném. Meu filho, que eu vou sempre fazer de tudo pra que não conheça esse passado que por enquanto é bem presente!

— Eu to tentando, e por vocês. Eu vou tentar. Eu só preciso dormir do seu lado. Só hoje! Por favor - ele pedindo "por favor" pela segunda vez foi algo maravilhoso pra mim

—Voce não vai tentar, você precisa conseguir! Porque essa aqui- aponto o dedo pra ele - é a última chance que você tem com a gente. Eu tive uma vida de merda e não quero que meu filho tenha também.

Ele apenas concorda e faz uma cara de por favor
Caminho até o quarto e ele vem atrás de mim

- Mesmo você falando que não, eu ia dormir aqui do mesmo jeito - Diz deitando na cama e logo eu deito ao lado dele

— fica quietinho senão eu repenso - digo ajeitando o travesseiro

— depois eu que não tenho senso de humor, né - diz e sem que ele perceba e eu também, ele esbarra a mão na minha barriga e nos encaramos

Bandido Também Ama (REVISÃO) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora