Doze

24 10 5
                                    

Na terça-feira amanheceu chovendo, Cecí acordou antes de Davi, e pôde observa-lo dormir, como fazia todas as manhãs em quê acordava ao seu lado

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Na terça-feira amanheceu chovendo, Cecí acordou antes de Davi, e pôde observa-lo dormir, como fazia todas as manhãs em quê acordava ao seu lado. Ela gostava imensamente das pálpebras dele, as linhas que surgiam sobre elas, quando seus olhos estavam fechados. E com um beijo na pálpebra esquerda, acordou Davi.
Davi gostava dos cabelos bagunçados de Cecí, ele amava cada fio que ficava fora do lugar.

Saíram para trabalhar no mesmo horário, com apenas um guarda-chuva, o outro ficará para Alice.
Andavam abraçados, coisa que Cecí não gostava, ela se atrapalhava ao caminhar, trocava os passos, gostava de sentir seus movimentos livres. Davi sabia, ela contará para ele, não escondia nada dele.

Só mais alguns passos.
Davi falava rindo, sentindo o desconforto de Cecí.

Espero não me desequilibrar até lá, e acabarmos em uma poça de água.
Cecí falava angustiada.

Davi, ficou na biblioteca, faltava cerca de meia hora para abri-la ao público, ele gostava daqueles momentos sozinho, andar pela biblioteca observando os livros, procurando por títulos que lhe chamassem atenção, sentia-se bem, sentia-se rodeado de conhecimento. Naquela manhã procurava algo para Cecí, ele já sabia do quê ela gostava, e do quê não agradava-a. Pegou um livro de poesias, chamado “Um objeto quando esquece” do autor Ygor Moretti Fiorante. Escreveu uma dedicação na primeira folha do livro — como de costume.

Cecí, chegando na cafeteria notou, que o carro de Júnior estava estacionado na frente.
A porta aberta, ele estava no balcão preparando um café.

Bom dia, Cecí.

— Bom dia, como está?

— Estou melhorando, e você?

Estou bem, e que bom que está melhorando.

— É... é necessário, não adianta ficarmos estacionados na dor.

Cecí, apreciava a força que as pessoas tinham interiormente, a força que ela muitas vezes não encontrava dentro de sí mesma.
O amor que ela sentia por Davi, havia gerado força dentro dela, mas ainda existiam alguns resquícios de fraquezas, aqueles resquícios que sempre ficam.
Davi e Cecí, amavam-se, mas não sabiam que não podiam se tornar dependentes um do outro, conversavam sobre isso, gostavam de deixar claro que cada um poderia fazer o que tivesse vontade, que cada um deveria levar uma vida ímpar, para quê quando a vida par terminasse houvesse em quê se apoiar. Mesmo essa vida ímpar ficando em segundo plano, eles tinham-a.

Davi apoiava-se no trabalho, nas matérias que escrevia para o jornal, — aquelas que Cecí recortava e guardava em uma caixinha.

Cecí, fazia o mesmo, apoiava-se no trabalho, nas suas escritas, que não eram publicadas em lugar nenhum, mas algumas chegavam até as mãos de Davi.

Ao meio dia, a chuva já havia cessado. Cecí, ligou para Davi, que informou que iria almoçar com sua mãe, mas que esperava-a para que fossem juntos até a esquina da casa de Cecí.

Cecília Onde as histórias ganham vida. Descobre agora