Capítulo 2

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Quando os primeiros raios de sol iluminaram o quarto de Christopher, ele acordou. Seus olhos estavam semicerrados; ele bocejou e viu que horas eram no despertador: sete e meia da manhã. Então decidiu continuar deitado. Era sábado, e já que estava em um fim de semana, decidiu descansar. Mais tarde ele sairia para ir a um dos seus locais preferidos na cidade: a Casa Rosada. Ele adorava essa construção não só por ter um magnífico estilo arquitetônico Eclético-Italianizante, mas porque aquele prédio era diferente de todos, por ser rosa. Christopher já o visitara muitas vezes, ele adorava ver os lustres, os quadros com belíssimas pinturas, esculturas, escadarias nobres dentre outros bens artísticos. A casa rosada também era sede do poder executivo da Argentina.

Depois de alguns minutos, ainda deitado em sua cama, ele resolveu se levantar. Calçou os chinelos e se espreguiçou. viu a rua pela janela; mais uma amanhã cinzenta, nublada e fria. Ele a abriu, deixando que o vento frio soprasse em seu rosto, e depois voltou a fechar.

No corredor, teve de esperar seu pai sair do banheiro. Depois de sair, ele entrou, abriu a torneira e começou a lavar o rosto, ensaboou-se com um sabonete anti-acne, e enquanto enxugava para secar seu rosto, ouviu os passos de sua mãe rumo à cozinha a preparar o café. Ao terminar de lavar o rosto aproveitou para escovar os dentes e depois voltou para seu quarto. Enfim asseado, trocou a roupa que usou para dormir e vestiu uma camisa com mangas longas, um casaco preto e uma nova calça de mesma cor. Descendo para o café-da-manhã, pôde sentir o aroma de café recém-passado no ar; seu estômago roncou, mas ainda teria de ir à padaria.

- Bom dia, filho - falou sua mãe, ela esperava a cafeteira terminar de passar o café.

- Bom dia, mãe.

- Já que você se aprontou, vá à padaria para nos trazer pão. Deixo você comprar aquele croissant que tanto gosta.

- Opa! Claro! - Ele se animou. Se havia algo que ele amava além de desenhar era o Croissant media luna, sempre que tinha chance, comprava um ou dois na padaria perto da sua casa, recém-saídos do forno.

- Toma - disse ela, dando-lhe algumas notas de dinheiro - traga alguns pães e compre seu croissant.

- Valeu, mãe. - Christopher agradeceu, guardou o dinheiro no bolso e então saiu.

O céu estava mais claro agora; as nuvens ainda cobriam boa parte do céu. As copas das árvores balançavam suavemente com o vento gélido. algumas crianças saíam para brincar; outros saíam para ir ao trabalho, conseguiu captar o som do sino de uma igrejinha perto de sua casa. Dali a alguns meses o clima ficaria mais frio, fazendo até nevar em algumas regiões do país.

A padaria era bem perto de sua casa, apenas dois quarteirões de distância. O padeiro atendia as pessoas conforme o pedido; muitas compravam de pães simples até baguete, pão integral, pão de forma. Christopher e sua família gostavam mais de pão branco italiano que ia muito bem com sanduíche. Quando chegou sua vez, o padeiro o cumprimentou.

- Christopher, Bom dia! – disse o padeiro que era conhecido dele – vai querer o de sempre?

- Bom dia, Senhor Alvárez. Sim, oito pães daqueles que sempre compro e uma Media luna para mim, por favor. - Você tem sorte, minha esposa acabou de retirá-las do forno – disse ele, pegou a sacola de papel e colocou os pães. Enquanto esperava, escutou um barulho de moedas caírem. Uma senhora idosa atrás dele estava com uma pequena bolsinha em uma mão, enquanto tentava ajuntar as moedas caídas. Ele se virou e se ofereceu para ajudá-la. - Obrigada, moço – agradeceu a senhora, levantando-se. – Eu realmente não consigo mais me abaixar tanto. Minha coluna começa a doer e... - Tudo bem, senhora, não é problema nenhum para mim – ele ajuntou as pequenas moedas de pesos argentinos e entregou nas mãos pálidas e enrugadas da mulher. Ela agradeceu mais uma vez e voltou à fila. Christopher pagou pelas compras e foi embora. - No caminho de volta, ele passou pela mesma rua que havia andado minutos antes. Agora um grupo de crianças jogava futebol. Já estava passando por elas quando um dos garotos chutou a bola em direção ao que seria o gol, mas errou não só o alvo como também atingiu o visor de um pequeno caminhão que passava pela rua. O motorista freou rapidamente, buzinou, praguejou para os garotos. Por sorte, nada do veículo havia sido danificado. Christopher tomou um susto com aquela situação. O motorista voltou a dirigir enquanto a bola acabou parando na direção dele. Um dos meninos falou: - Moço, pode jogar a bola de volta? – disse um menino que devia ter no máximo dez anos. Christopher acenou com a cabeça em afirmação e deu um leve chute na bola, fazendo com que ela voltasse para o garoto.

Um Amor Em Buenos Aires (Romance Gay) - COMPLETO NO SITE DA UICLAPWhere stories live. Discover now