Capítulo 9

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O tempo passou, até que o sinal soou novamente, anunciando o fim das aulas naquele dia. Christopher guardou seus livros com restante do seu material, pôs a mochila nas costas e saiu com o resto da turma. Rafael também saiu de sua sala e se juntou à multidão.

- Ei, Christopher, espere! – Christopher ouviu sua voz o chamando, avistou Rafael atrás dele e o aguardou.

- Oi! E aí, como foi o restante dos tempos? – perguntou Christopher.

- Foram tranquilos, ainda me adaptando à turma. Os outros professores me cumprimentaram, alguns também disseram "que legal, seja bem-vindo" quando disse que sou brasileiro.

- Ah, que ótimo. – Disse Christopher, eles saíram da escola e caminharam pelo mesmo trajeto que tinham feito. – Eu estou fazendo mais um quadro, é para minha avó, o aniversário dela é daqui a alguns dias, e ela adora as pinturas que eu faço.

- Que bom saber que ela também te apoia, isso é bom.

- Demais, sabe? Ainda mais pelo meu pai. As coisas não estão indo bem entre nós, ainda mais quando o assunto é escolher uma carreira. Eu gostaria que ele acreditasse em mim, ser artista é o meu sonho e não vou desistir de lutar por ele.

- Você faz bem em ter determinação – disse Rafael, apoiando-o. – E só por curiosidade, o que você está pintando?

- Olha... É meio que surpresa. Na verdade, é surpresa.

- Vamos, Christopher, para quem que vou contar? - Rafael pediu.

- Tudo bem, eu falo o que é, ou melhor, vou te mostrar. Você vai gostar.

- Agora estou curioso. – E ele continuou acompanhando Christopher, acelerando os passos.

Quando chegaram à casa de Christopher, ele pegou as chaves, abriu a porta e os dois entraram. A casa estava silenciosa. Subiram ao quarto dele e deixaram suas mochilas em um canto perto da escrivaninha. Rafael observava novamente o quarto de Christopher, decorado pelos seus desenhos e pinturas

- Então, onde está?

- Aqui – disse ele revelando o cavalete com a pintura em andamento - e aqui está!

- Uou! – Rafael se aproximou e começou a olhar o Concorvado com o Cristo Redentor desenhados na tela. Christopher ainda estava adicionando detalhes na cidade desenhada ao fundo e ainda estava adicionando outros relacionados à estátua. Nada estava pintado, mas mesmo assim o esboço por si só já era espetacular.

- Então... O que achou? – perguntou Christopher.

- Cara, é muito bonito! Na verdade, acho que essa não é a palavra certa. Não é um adjetivo que consiga definir tamanha obra. Sério, de onde você tirou essa ideia?

- Bem... – Christopher tentou pensar rapidamente em uma história; na verdade, a inspiração para aquele quadro era Rafael, foi então que se lembrou do quadro que fizera para sua avó no ano anterior. – Eu queria fazer alguma coisa diferente, é que na maioria das vezes em que eu pintava quadros eu só produzia pinturas sobre a própria Argentina, e como eu esgotei todas as fontes eu resolvi procurar algo nos países vizinhos, e como eu já tinha pintado um quadro com as Cataratas do Iguaçu, resolvi pintar algo do seu país, e o Cristo Redentor foi à primeira coisa que me veio à cabeça.

- Você tem futuro nisso. Eu estou impressionado, você detalhou o Cristo Redentor mais do que alguém que mora no Brasil. Se bem que dizem que um carioca de verdade não vai ao Cristo Redentor, apenas os turistas vão, mas os cariocas o contemplam de longe. – Rafael continuava a contemplar a obra em andamento, ele havia realmente adorado.

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