Capítulo 3

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Quando faltavam vinte minutos para as seis horas, Christopher havia conseguido terminar do desenho da casa rosada. Depois de horas de muito trabalho detalhado, ele ficou satisfeito consigo mesmo e pretendia pintá-lo mais tarde. Ele recolheu suas coisas e então deixou a praça, que em alguns minutos seria iluminada pelos postes.

Ao atravessar a avenida lembrou-se do garoto que vira naquela tarde, o modo como ele o olhara. Christopher não sabia se ele estava olhando para ele ou algo, ou alguém ao redor, mas quando o avistou não podia ter deixado de notar de como o rapaz era lindo. Será que haveria chance de encontrá-lo novamente?

Quando estava chegando perto de sua casa, viu um caminhão parado em frente à casa vizinha. Ele não ligou muito até ver que o caminhão era o mesmo que ele vira seguindo o carro cinza daquele garoto. Ele se aproximou; três carregadores levavam as coisas de dentro do caminhão para a casa: eletrodomésticos, sofás, poltronas, móveis e outras coisas.

Uma mulher um tanto mais baixa que Christopher via o trabalho dos carregadores. Foi então que ela o avistou, sorriu e acenou para ele.

- Olá! – Disse a mulher, em um perfeito castelhano. Ela chegou mais perto, Christopher não recuou, deu um leve sorriso à mulher que se aproximava – você mora aqui em frente?

- Sim – respondeu ele – eu moro aqui.

- Oh, então nós somos vizinhos – disse a mulher, simpaticamente – sou Adriana Silva. Meu marido, meu filho e eu estamos nos mudando para cá, viemos de São Paulo, no Brasil.

- Ah, Uau – ele exclamou, ainda tentando processar tudo aquilo.

Ele a observou por um segundo, ela realmente era bonita, tinha pele bronzeada, cabelos castanhos bem arrumados à altura do ombro em uma perfeita Chanel, seus dentes eram bem alinhados e brancos, seus olhos eram castanhos como café.

- Espero que gostem daqui – disse ele. – Não é como qualquer outra grande cidade famosa, mas é muito bonita.

- Na verdade, eu gosto tanto daqui quanto do Brasil. E você está certo, Buenos Aires é muito bonita. Eu viajei para cá quando era mais jovem, estava fazendo intercâmbio e na época cursava Letras e era muito boa em espanhol na Universidade. Foi ótimo.

Um homem mais alto do que Christopher e Adriana apareceu; aquele deveria ser o marido dela. Ele era maior e até mais forte com um corpo até mais atraente. Ele a chamou para vir para a casa por um instante.

- É um prazer em conhecê-lo, Senhor...

- Ah, sim, meu nome. Me chamo Christopher – respondeu ele.

- Que nome lindo! - disse a mulher, o homem a chamou novamente - Já vou! - respondeu-lhe em português - eu preciso ir agora, se me der licença. Boa Noite!

- Boa noite e seja bem-vinda. - então ela se afastou e entrou em sua nova casa.

Christopher voltou para a porta de sua casa, mas antes de abrir a porta sua mãe a abriu primeiro, estava arrumada para sair e o viu parado do lado de fora.

- Oi, filho, vou sair por um momento, deixei o jantar pronto, seu pai ainda está na sala... - então ela notou o caminhão de mudança na rua e a movimentação dentro da casa em frente. - Ah, já chegaram? Estava falando com eles?

- S-sim, estava. Eles são bem simpáticos.

- Que bom. Preciso ir agora. Cuide-se bem. - e então passou por ele em direção ao carro, ela entrou e começou a dirigir. Ele estava prestes a entrar quando viu mais alguém saindo da casa em frente, dessa vez seu coração deu um pulo em seu peito. Lá estava o mesmo rapaz que vira naquela tarde. Aparentemente, tinham a mesma altura; usava uma calça jeans e casaco preto, com um cachecol da mesma cor. Ele foi até o caminhão, pegou uma caixa com um papelão e antes de levar para dentro notou Christopher olhando para ele. Os dois ficaram ali por um instante sem conseguir acreditar, paralisados, até que Christopher resolveu entrar e o outro rapaz também fez o mesmo.

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