Parte VII

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Ele estava vencendo afinal, pensou Louis, fitando os belos olhos verdes de Harry. Além de conseguir que ele concordasse em dizer à médica quem era o pai, também o fizera aceitar sua ajuda financeira. Já não era sem tempo. Estava ficando cansado de discutir e não conseguir nada com ele.

— Ótimo — disse, ficando de pé. — Vamos voltar para casa.

A certa altura do caminho, Louis viu-se forçado a admitir que ainda estava descontente. Arriscando um olhar de soslaio, percebeu que Harry olhava a paisagem através da janela. Ele sentia como se precisasse fazer algo mais antes de partir. Talvez comprar algum item para o bebê, como fraldas ou uma mamadeira, por exemplo.

De súbito, lembrou-se do artigo que lera no consultório.

— Vai amamentar o bebê nos mamilos? — perguntou de repente.

Ele o olhou, surpreso.

— Acho que essa decisão não lhe diz respeito, Louis.

— Pode ser, mas é que o leite ...

— Sei tudo sobre o leite, não se preocupe — Harry o interrompeu. — Aceitei que contasse à médica que era o pai e também que me ajudasse financeiramente, mas sua participação termina por aí. Prometeu que não ia interferir em nada.

Ele estava certo, concluiu Louis.

— Desculpe-me — disse. — Estou apenas preocupado com você e com o bebê.

A lembrança do som daquele coraçãozinho batendo rápido voltou à sua mente.

Sentiu a mão de Harry tocar seu braço. Era a primeira vez que ele o tocava por iniciativa própria, desde que ele voltara, pensou.

— Não precisa se preocupar, Louis. Está tudo sob controle. Bem, exceto pelo curso para gestantes...

Ele o fitou por um instante e voltou a prestar atenção na estrada. Zayn e Liam haviam mencionado as tais aulas.

— Não se inscreveu para elas? — perguntou a Harry.

Ele encostou a cabeça no apoio do banco.

— Sim, eu me inscrevi, mas acho que agora terei de cancelar as aulas. Charlottie iria ser minha treinadora...

Louis franziu o cenho. Lottie, treinadora? Ela nunca participara de um time na vida!

— ...mas terá de partir para outra viagem de trabalho na próxima semana.

Louis ficou ainda mais preocupado. Isso significava que Harry teria de ficar sozinho naquela casa enorme e antiga. Precisava fazer algo a esse respeito.

— Não há mais ninguém que possa acompanhá-lo?

— Pensei em chamar uma certa pessoa. Não tivemos contato por muito tempo, mas foi suficiente para restar um laço entre nós...

Louis sentiu o coração acelerar. Estaria Harry falando sobre eles?, perguntou-se.

— O problema é que ele é ocupado demais — continuou ele.

Oh, céus, ele estava mesmo falando sobre eles. Mas ele precisaria voltar para Seul de qualquer maneira.

— Ele é muito gentil, mas não sei se seria justo pedir que me acompanhasse. Não quero colocá-lo em uma situação difícil...

Teria de ser bastante cauteloso em sua resposta, pensou Louis.

— Provavelmente ele ficaria muito satisfeito em ser convidado para acompanhá-lo, Harry. Mesmo que tenha de dizer que não poderá ir.

Baby on the way l.sWhere stories live. Discover now