Six.

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Pequeno e sem graça, mas só pra fazer uma ligação com o próximo capítulo e não deixar vocês esperando mais ainda.


— Tem certeza que eles estão tramando algo? Quer dizer, talvez eles só estejam assustados com a reunião e...

— Não. Eu tenho certeza. Conheço a Camila. – Vero suspirou e passou a mão pelos cabelos, andando em círculos no porão do E7.

Contei a ela a reação estranha de Camila e seus colegas depois da reunião e o quão suspeito aquilo parecia pra mim. Eles não tinham feito a pichação apenas para acabar com a Lex, já que Dinah e o restante assumiram a culpa – e, embora aquilo também não fizesse sentido, Camila não tinha nada a ver com o ocorrido na MT. Porém, na minha cabeça, ela e seus amigos da Salus estavam planejando alguma coisa e eu tinha certeza absoluta que envolvia a Lex.

Vero, entretanto, achava que aquilo era apenas nervosismo e que eu estava exagerando.

— Certo. Digamos que eles estejam planejando algo contra a Lex. Mais alguma coisa estranha aconteceu? Talvez algum ato estranho de algum deles que você viu ou... – franzi a testa e passei a mão pelo rosto, andando freneticamente de um lado para o outro. Joguei-me no sofá e bufei alto, dando um soco na pequena mesa em frente. Vero arregalou os olhos e abriu os braços.

— Eu sou muito burra. Porra. Camila está toda diferente, me chamando de apelidos carinhosos e... Caralho. – puxei meus cabelos e grunhi, dando outro soco na mesa.

Eu estava sentindo uma raiva enorme. De tudo isso. De Camila. É claro que ela estava brincando comigo. Em algum momento eu realmente pensei que havia esperança para nós duas novamente, mas tudo aquilo não passava de uma encenação para seja lá que merda ela está planejando com seus colegas estúpidos.

— Talvez ela só esteja tentando voltar com você. – rolei os olhos e encarei Vero com a melhor expressão de "sério?" que eu tinha. — Tudo bem. E o que vamos fazer? Digo, se eles estão realmente planejando algo contra nós, isso vai acabar bem mal.

— Será que eles não conseguem cumprir a merda de um acordo, porra? – mais um soco. Minha mão estava vermelha e começava a doer, mas essa era a menor das minhas preocupações no momento.

Desde quando conheci Camila, foram poucos os momentos em que a vi apavorada. Agora, enquanto ela andava de um lado pro outro no corredor do D5, prédio do Direito, eu podia vê-la quase arrancando os cabelos de nervosismo. Vários estudantes de Medicina estavam amontoados de um lado do corredor, atrás de Camila, e os de Direito estavam atrás de mim do lado oposto.

Suspirei novamente, cruzando os braços e esperando alguma explicação plausível para os cartazes e as frases nas paredes.

— Eu juro que não sei nada sobre isso! – Camila disse, olhando-me com súplica. Ela sabia que, apesar do que houve entre nós, eu não deixaria aquilo sair impune.

— Cabello, você pode não saber, mas seus amiguinhos – apontei para atrás dela – devem saber muito bem.

Na parede estavam alguns cartazes com frases do tipo "Todos hipócritas" "Falsos moralistas" "Parem de tentar competir com Medicina, vocês não chegam nem aos pés." e outras ofensas, deixando claro que, aparentemente, somos inferiores aos futuros médicos dessa faculdade. Tentei não estressar-me com isso, porém toda minha paciência foi para o inferno quando vi páginas de livros sobre Direito rasgadas e coladas na parede, com algumas linhas destacadas e sempre acompanhadas de comentários dizendo o quão hipócritas nós – e o Direito em si – somos.

Lex vs SalusWhere stories live. Discover now