seven

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Luke já sabia que Calum era namorado de Michael, mas ouvir aquilo da boca dele o fez repensar toda a sua existência.

Pode parecer drama da parte do loiro, mas essa havia sido sua primeira decepção amorosa. Sua primeira decepção amorosa em dezessete anos, o que era deprimente.

Apesar de tudo, Luke ainda sentia seu coração bater. Óbvio que estava atordoado e sentindo como se fosse uma garotinha cujo os sonhos foram esmagados, mas ainda sentia seu coração bater. Ainda respirava, e não sentia como se necessitasse de alguém para curá-lo da tamanha dor.

Porque, no fundo, ele não sentia dor.

E, ainda assim, seu coração batia, seus pulmões enchiam de ar e esvaziavam.

Luke ainda estava ali. E se perguntou se era isso que chamavam de amor, afinal.

* * *

Sábado, 14 de junho.
7:00PM.

Luke chegou em casa sentindo sua cabeça doer. Eram muitos rostos dos quais deveria se lembrar, muitos nomes para pensar. Luke não gostava de lugares cheios.

Sua mãe o cumprimentou, perguntando o motivo de ter chegado mais cedo naquele dia. Ele disse que não havia muita coisa para fazer no hospital, então Ashton o liberou.

Afinal, era sábado.

Se sentaram à mesa, e Luke sentiu o estranho silêncio que tomou conta de sua casa. Sabia o que sua mãe queria perguntar, então tratou de dizer o que deveria.

- Ele tem um namorado. - o loiro disse, brincando com o garfo no prato cheio. Não sentia fome.

Sua mãe engasgou, e ele bateu em suas costas. Liz logo tomou um pouco de seu suco e voltou à sua cor normal.

- Ele quem, querido? - perguntou, após pousar o copo de vidro delicadamente sobre a mesa.

- Michael, mãe. Ele tem um namorado, o nome dele é Calum. Ele manda cartas. - deu uma garfada em seu prato, comendo um pouco de comida e se recostando na cadeira.

- Oh, eu sinto muito. - Liz disse, pegando a mão do filho, que desviou o olhar.

- Não precisa sentir. Eu não estava apaixonado por ele, de qualquer maneira.

Sua mãe apenas assentiu, voltando a comer.

Era verdade, Luke não sentia como se estivesse perdidamente apaixonado. Só estava chateado por ter criado esperanças.

Mas, Michael não era o único garoto no mundo. E também existiam garotas. Luke não iria se prender a ninguém hoje, não depois de ver o que criar esperanças traz.

Então, quando terminou de comer, se levantou e foi para o banheiro.

Tomou um banho rápido e se arrumou. Não podia ficar pensando em Michael e seu namorado idiota.

As pessoas sempre disseram para Luke que ele era um babaca que não pensava nos sentimentos das pessoas.
Talvez ele fosse.

E, se não fosse, passaria a ser. Não queria ser uma daquelas pessoas que vive remoendo a perda de amores impossíveis. Não queria isso.

Não merecia isso.

E foi por isso que, após sair do banho, Luke decidiu que iria sair. Iria sair e faria o que quisesse. Não iria ficar preso em casa como se fosse um dos loucos daquele hospital idiota.

Afinal, Luke era apenas só mais um babaca que não pensava nos sentimentos das pessoas.

Avisou à sua mãe que iria sair e ela o desejou juízo. Sabia que o filho podia ser completamente idiota quando queria, mesmo sendo inteligente.

Era essa inteligência que atrapalhava tudo. Ele pensava demais, e pensar o levava a lugares onde não deveria estar. Ele pensava antes de sentir, pensava antes de fazer qualquer coisa. Isso era bom, claro, mas também o impedia de fazer muitas coisas que poderiam ser boas para ele.

E então, após Luke sair de casa, caminhou até um bar antigo que ficava a duas ruas de sua casa. Entrou no bar, sentindo suas mãos úmidas. Não bebia há muito tempo. Não bebia desde o dia em que sua mãe descobriu seu vício e o obrigou a parar.

Foda-se tudo isso.

Virou três doses, sempre pedindo algo mais forte. Ou foram quatro? Talvez seis.

Não sabia direito. Não queria pensar. Queria beber até chegar ao ponto em que nada parece real. Não só por Michael, mas por tudo. Por ter aquele emprego idiota. Por ter um pai idiota que não tem tempo para nada. Por ter irmãos idiotas que não podem nem visitar sua mãe, a deixando triste por estar sempre sozinha.

Não chorou, e ainda sentia seu coração bater. Sua visão estava embaçada, mas não por lágrimas. Estava embaçada porque ele finalmente entendeu que havia passado do ponto.

E como havia passado.

Mas ali, naquela mesa de um bar antigo e cheio de homens velhos que só queriam fugir da sua família, Luke ainda sentia seu coração bater.

Mas percebeu que isso não era o suficiente quando não se quer estar ali.

De repente, Luke sentiu seu corpo magro cair no piso de madeira do lugar. E então, antes de fechar os olhos, a última coisa que escutou foi alguém dizendo para chamar a emergência, com uma voz desesperada.

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OI GENTE QUANTO TEMPO

esse capítulo deve ter ficado meio ???????¿¿¿¿¿¿ pra vocês mas eu queria dizer que tem coisas sobre o Lukezinho de insane que vocês nem imaginamrsrs

okay, o motivo da demora: eu tenho uma coisa (maldição, praga, sei la) chamada bloqueio do cap 6

sempre que eu estou escrevendo uma fic eu fico com um bloqueio fodido depois do cap 6 e isso é uma merda
juro, tenho várias fics paradas nesse cap e blé

enfim, por hoje é só
bj pra mim bj pra ti, tchau tchau <3

insane ➸ mukeWhere stories live. Discover now