Capítulo III - SEGREDOS DA CANASTRA

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NOTA DO AUTOR: Olá, depois de quase dez meses de hiatus, cá estou eu.

"Coelho, por que você ficou sem escrever tanto tempo?" A pergunta é boa e cada a reflexão. Um dos motuvos principais é que nessa história praticamente ninguém se manifestou. Eu escrevi os dois primeiros capítulos de "O Segredo do Pássaro Amarelo" numa onda de euforia na qual eu descobri que era passageira assim que comecei a postar os capítulos. A má recepção que eu tive, ou melhor, a recepção que eu estava esperando demais, não veio de imediato. Ai como eu sou iludido, kkkkk, tava bem achando que ia dar certo como em "Em Busca do País das Maravilhas". Motivo número dois: Não escrevi porque esse simplesmente não é meu trabalho principal. Eu escrevo mais dois projetos. Duas outras séries. Sendo que a principal é a "Em Busca..." que, por sinal, está no seu momento mais importante (e frustrante) no qual eu estava me dedicando 100%: o final.

Quero agradecer às duas/três pessoas que vieram até mim e que me mostraram que se importavam com a história (sério mesmo, eu estava achando que não estava bom e que ninguém estava gostando). Foi só por causa de um comentário ou outro que eu me vi motivado a persistir.

Bem, sem mais xororô, leiam o novo capítulo.


~*~


Com a dúvida de o coração estar pulsando na mão ou na garganta, Breno e Brenda correram. Sirenes de sons trinados ecoavam entre as folhas que os circundavam. Como uma espécie de alarme que vinha dos seguranças. Era alto e grave como uma sirene de tornado. Os mesmos pássaros amarelos rodilhavam voo sobre os irmãos como se eles fossem duas carcaças largadas em meio a uma revoada de corvos famintos. Dando berros animalescos que mal poderiam ser considerados cantos. Perfurando entre as árvores, o voo rasgando o céu como se as assas fossem um par de tesouras cegas tentando esfrangalhar um tecido de estrelas.

Chegaram ao hotel, fechando instintivamente a porta do quarto na tranca, paranoicamente com o temor de – o que quer que fosse – terem os seguidos até lá, como se aquilo fosse impedir a tal presença horrível de entrar no quarto deles durante a madrugada. Breno apoiou-se contra a madeira, seus pulmões quase virando ao contrário e os pés cansados da correria estagnados no piso antiderrapante. Os cabelos longos de Brenda escorrendo suor, embaraçados e lhe caindo sobre a face como se fossem as cortinas entrançadas do sítio, apoiando-se nos joelhos.

Ela se perguntou se, com tudo aquilo, ela tinha conseguido alguma coisa. Sim. Ela definitivamente tinha conseguido alguma coisa indo até aquele local, só precisava descobrir o que diabos era. "Uma boneca com vida, os jardins do lugar agindo contra as forças da natureza, uma estranha cápsula do tempo..." Pareciam terem acabado de sair direto de uma convenção temática dos filmes do Guilhermo Del Toro ou dos livros de Neil Gaiman.

– O que aconteceu? – era tudo que ela poderia dizer em meio à voz que ainda puxava o ar, e iria repetir até não aguentar mais. – O que em sã consciência acabou de acontecer?

– Eu não sei. – Breno ajeitou a posição – Mas... Sinto que nós fomos os causadores disso.

– O quê?

Breno virou-se, os olhos perdidos e a pele empalidecida. Um sorriso nervoso de canto de boca saltitou na face dele, numa tentativa frustrada de amenizar as questões.

– Se isso fosse pra lucidar... Diria, famigeradamente, que o sítio está assombrado.

– Eu fui até lá para ter respostas – Brenda suspirou enquanto começava, seu tom era alto e claro, mas as palavras pareciam ser dirigidas a ela mesma. Como uma verdade que deveria ser repetida diversas vezes para que a mente passasse a entender. – E voltei de lá apenas com mais perguntas.

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⏰ Last updated: Jan 09, 2017 ⏰

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O Segredo do Pássaro AmareloWhere stories live. Discover now