Eu fui praticamente morto por quem?!

Começar do início
                                    

Fiz uma cara confusa e curiosa, com um sorriso de canto.

" – Porque raios tu odeias que te chamem abelha?". – Atrevi-me a questionar, vendo-o tremer muito. Depois, ficou completamente direito e com o olho muito aberto.

" – Por nada!!". – Gritou muito alto, com a cartola a tremer para os lados. Ele agarrou rapidamente nela, irritado, com os olhos num tom leve de laranja, graças à mistura do vermelho com o amarelo das suas orbes. – "E para de te mexer, sua chata!!".

Depois olhou para mim e deu uma risada sem jeito, esfregando a nuca. Limitei-me a cruzar os braços, levantando uma sobrancelha.

" – Você não me engana, oxigenado". – Admiti, assumindo uma pose de alguém que não ia desistir tão cedo.

Ele libertou um sorriso maldoso.

" – Mas eu te enganei hoje de manhã muito bem, não?".

Cerrei os punhos, com vontade de o matar de muito mais do que 3654 formas diferentes.

Eu odeio-o com todas as minhas forças.

Mas isso continua a não explicar porque é que eu, lá no fundo, fiquei tão desiludido. Okay, não é momento para pensar nisso. O Cipher pode ler pensamentos.

"Ah, mas como raios é que consegues desviar os pensamentos da tua mente, sem ele ler?"

Simples. Pensando em algo ou alguém que eu nutro sentimentos fortes. E, obviamente, esse alguém era o Cipher.

...Claro. Sentimentos de ódio. De. Ódio. Não pensem outras coisas, pelo amor de Deus.

Abri a boca para reclamar, mas ele calou-me quando me interrompeu a fala, cruzando os braços e com um sorriso convencido.

" – Não precisas de continuar, Pinetree. Eu sei que vais dizer que me odeias".

" – Eu odeio-te a ti e a essa leitura de pensamentos, sua abelha!".

Ele ficou com o olhar cada vez mais avermelhado.

" – Pinetree, é melhor não utilizares muito esse 'apelido' carinhoso...". – Sussurrou, fazendo aspas com os dedos novamente e com uma enorme vontade de substituir todos os buracos da minha cabeça por cabecinha de bebés (Maneira de matar nº 2773).

Voltei a insistir.

" – E posso saber porquê, senhor chefe que só gosta das cores amarelo e preto?". – Levantei mais a minha sobrancelha direita, fazendo-o cuspir alguns murmúrios.

" – Nunca na minha vida e nem mort...".

" – Ele é alérgico a abelhas".

Rapidamente, Cipher olhou para trás de mim e eu segui o exemplo.

Carlie, a menina que estava sempre no jardim estava atrás de mim. Vestia as suas roupas comuns de empregada e com uma orquídea roxa na orelha esquerda, com os seus headphones enormes e verdes demasiado grandes para a sua cabeça. Levava um pequeno regador de todas as cores nas mãos e com padrões que se estavam sempre a alterar, enquanto olhava, indiferente, para Bill.

O oxigenado começou a tremer mais e mais de raiva, ficando completamente com a coloração vermelha, pronto para lhe lançar uma praga qualquer.

Mas a menina foi mais rápida.

" – Por favor, Master, não esconda o seu medo por elas com fúria".

O seu tom de voz era surpreendentemente calmo e sem emoção alguma. Falava quase em sussurros, sem esboçar, nunca, um único sorriso ou qualquer reação.

My little, sweet and loyal EmployeeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora