Capítulo 41

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Território Canídeo

Uma guerra pode acontecer a qualquer momento, e com esse pensamento em mente, Hendrik decidiu abastecer o esconderijo, colocou mais comida, principalmente enlatados e alimentos não perecíveis, levou galões de água, cobertores e travesseiros, o lugar era pequeno, mas dava para se esconder com a família. Trabalhou um bom tempo na portinhola que estava velha, colocou uma de metal mais resistente para que quando chovesse não entrasse água. Em cima da portinhola colou gramado falso para caso alguém pisar em cima não sentir que tem algo de metal no chão, usou um que é fácil de camuflar com o resto da paisagem, demorou uma semana até concluir a obra, teve de sair escondido dos pais, pois os mesmos não queriam deixá-lo nem ir à escola e também tinha os guardas, foi difícil sair com todas aquelas coisas, mas ocorreu tudo bem no final.

Uma semana que não tinha notícias de Zachary, não estava falando nem com Alishie, apenas trocavam mensagens básicas, os país dela também não queriam deixá-la sair. Os felinos estavam estranhamente quietos, provavelmente estavam tramando algo muito grande, guardas estavam por todos os lados na cidade e principalmente perto do rio.

Território Felino

Zachary não saia da cama a semana inteira, não tinha disposição para nada, nem comeria se sua mãe não insistisse, o garoto estava entrando em uma profunda depressão, por dois motivos: a morte de Isaac e o tal canídeo. Nenhum da família Nikolaevich tinha coragem de conversar com Zachary sobre o lobo, eles queriam ajuda-lo, mas não tinha como ajuda-lo, e nem sabiam se o jovem leão iria cooperar lhes contando a história, já que o mesmo, de uns tempos para cá, anda muito fechado e distante da família.

Apollo já não estava mais aguentando ver o irmão naquele estado então decidiu conversar com ele. Subiu as escadas e foi direto para o quarto do irmão mais novo, abriu a porta que estranhamente não estava trancada como o rapaz sempre deixava, seus olhos foram preenchidos com a escuridão do local que estava com as luzes apagadas a maioria do tempo, porém sua visão era boa e então conseguiu enxergar o irmão deitado na cama com metade do corpo coberto, estava respirando pesadamente, como se estivesse tendo um pesadelo, apesar de estar quase sempre dormindo, os olhos de Zachary estavam com profundas olheiras, seus olhos bicolores antes cheios de vida, hoje se encontram sem brilho, sem a beleza que eles sempre proporcionavam.

Caminhou lentamente aproximando-se da cama do menor, colocou a mão na testa do mesmo e ele estava suando frio, ele com certeza estava tendo um pesadelo. Apollo sentou-se no canto da cama e começou a tentar acorda-lo.

— Zachary, acorda, por favor, acorda.

Em um momento rápido o jovem leão acorda e senta-se na cama, a respiração estava ofegante, ele dirige o olhar para o irmão mais velho e então é possível ver as lágrimas escorrerem de seu rosto tornando-se logo em seguida um choro alto, onde Apollo teve de abraça-lo e aperta-lo para tentar, de algum modo, conforta-lo.

— Não fica assim, você não sabe o quanto me dói te ver assim - disse Apollo o apertando cada vez mais.

Zachary estava tão desesperado que suas garras tornaram-se visíveis, o mesmo agarrou forte a camiseta de seu irmão mais velho e continuou a chorar alto, enquanto soluçava. Apollo estava assustado, não sabia o que tinha levado o garoto a tal desesperado, foi ai que percebeu que o menino estava tendo um ataque de pânico.

— Zachary, olha pra mim, Zachary, olha nos meus olhos! - Apollo empurrou o menor fazendo o mesmo ficar a uma pequena distância para que pudessem se olhar nos olhos - Zachary olha nos meus olhos, me deixa te ajudar, por favor - ele segura o rosto de Zach e o mesmo abre os olhos olhando para o irmão cessando o choro alto, permanecendo apenas o silencioso.

Entre Presas e Garras: Wild - 1ª TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora