PRÓLOGO

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"Há muitos anos, seres místicos se mostraram reais e maldosos. Perigosos.
Sereias, fadas, ninfas, górgonas, ciclopes, centauros e tantas outras criaturas que, até então, eram apenas lendas, contos... Mitologia.
Após descobrirem que os humanos eram capazes de comportar as almas, os desacreditados - como eles mesmo se chamam - tomaram conta da raça, tornando-os seus cascos. Uma maneira de manter sua própria espécie viva e domar os humanos, que eles consideravam uma raça inferior.
Por terem se guardado por tanto tempo, sendo apenas histórias para cinema, livros e uma noite em volta da fogueira, os desacreditados tinham pouco ou nenhum afeto pelos humanos. Os observaram por tanto tempo, aprendendo seus modos, suas maneiras, suas futilidades. Viam o ser humano se auto-desprezar por coisas inúteis, materiais. Iam, aos poucos, perdendo sua essência. O que abriu um buraco para que os desacreditados os domassem.
Mas mesmo após essa conquista, os desacreditados perderam o controle. Seu líder Písidon tentava, e tentava muito, manter todos no lugar. Comportar à todos, independente da espécie. Mas não era o suficiente.
A ânsia por uma vida livre, o divertimento e a felicidade em ter, finalmente, um novo casco para sobreviver, fazia dos desacreditados criaturas incontroláveis.
Chegou a crise que ninguém esperava.
Não haviam mais humanos para serem tomados, e com os cascos envelhecendo, as almas iam se perdendo novamente na atmosfera. Voltavam a ser apenas pequenos feixes de luz sem poder algum. Sem vida alguma.
E isso gerou o caos."


FreedomWhere stories live. Discover now