13 • Please Don't

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Ao escutar batida na porta, Jooheon deixou o celular junto ao fone em cima do sofá.Quando abriu a porta deu de cara com Changkyun, o mais velho sorriu indo logo o abraçar.

_Meu amor... _ O moreno sempre chegava a noite, era estranho o fato dele ter vindo ao fim da tarde. O ruivo estranhou ainda mais o fato dele não estar o abraçando, estar apenas parado.

_ Jooheon... _ Se afastou dele, o menor nunca o chamava dessa forma, no máximo o chamava da Honey, mas na maioria das vezes era "Amor" "Joohoney".

_ O que ouve? Vamos antes que alguém nos veja._ Puxou-o para dentro trancando a porta.

"Antes que alguém nos veja"

Chang já tinha se acostumado com o fato de Jooheon ter medo de assumir quem era, sempre tem que manter a fama de "bad boy" hetero, quantas vezes ele já não teve que aguentar o ruivo beijar inúmeras mulheres em uma mesma festa para pagar de "pegador" a seu amigo Shownu, quantas vezes teve que escutar piadas homofobicas, muitas vezes nem piadas eram... Eram apenas ofensas e violência gratuita vindo dos seus amigos. Ele aguentava isso pois todas as noites tinha um porto seguro, que Jooheon o amava, a forma que ele era na realidade era bem diferente da mostrada fora. A forma que ele o beijava, suas inúmeras noites marcadas não apenas por sexo, mas sim por longas declarações de amor e promessas para o futuro vindas de Jooheon.

Chang poderia aguentar, ele poderia suportar tudo aquilo a si próprio...

Mas Jooheon tinha ido longe, além.. Muito além do que ele poderia suportar, não a ele, mas fora pior, ele tinha atingido outra pessoa por conta de um preconceito que não fazia o menor sentido.

_ O que ouve? _ O moreno se virou, não queria olhar nos olhos dele, se sentia fraco ao fazer isso, então apenas respirou fundo, fechando as mãos em punhos.

Ele pensou em Hyungwon.


Pensou em como o outro deve ter se sentido.


Em como aquilo era um injustiça.


E então se virou com tudo, os olhos fechados enquanto seu punho acertava Jooheon com toda força que tinha em si.

O soco em si não havia sido tão forte para Jooheon, mas pela pessoa que o fez... Seus joelhos cederam, ele foi ao chão com a mão no rosto, os olhos marejados encararam o outro que tinha o olhar firme, não era seu Chang ali... Não poderia ser, o olhar frio, parecia que não tinha feito nada. O moreno se segurou para não chorar ao ver o outro derramar a primeira lágrima.

_Isso foi pelo Hyungwon. _ Suspirou voltando a fechar os olhos. _ E estou acabando com tudo agora, não por ele... Mas por mim, não posso continuar com alguém tão covarde desta forma.

_ V-Você entendeu errado, aquilo com o Hyungwon... _ Se levantou de imediato, segurando-o pelos braços _... o Shownu Hyung..

_ Que se foda ele! Estou falando de você, aquele garoto, sabe como ele se sentiu? Sabe como eu me senti?_ Não aguentando simplesmente deixou as lágrimas rolarem _... Você foi a primeira pessoa que eu contei sobre o quanto sofri no meu último colégio. Toda aquela humilhação por eu ser ga..

_Não fale... _ Mesmo que  ele fosse, só a simples pronuncia o deixava revoltado, sua vida toda fora ensinado o quão errado era um homem se relacionar com outro dessa forma.

_Gay! Jooheon, Eu sou gay! Você é também... Por mais que negue._ Por impulso o ruivo empurrou-o contra um móvel, fazendo derrubar um porta-retrato.

_ Eu não sou isso! Ouviu bem?! Não sou! _virou-se chutando uma estante, quebrando as gavetas de madeira que se encontravam nela. No primeiro soluço ouvido ele recobrou a consciência, olhando para o amado com a mão cortada tentando pegar os cacos do então porta-retrato que tinha a foto deles juntos do dia em que Jooheon o pediu em namoro._ Amor... Me desculpe.

Se abaixou ao lado do mesmo, puxando sua mão retirando os cacos presentes nela.

_ Não dá mais _ Só Chang sabia o quanto aquelas palavras aviam sido duras, até mesmo para serem ditas. Os olhos já avermelhados o encarando, enquanto tentava manter o olhar para longe, pela certeza de que se o visse nem que se fosse por meio segundo, ele cederia.

_ Chang.. Vamos conversar, podemos dá um jeito nisso. Nós podemos...

_ Não, não podemos e você sabe muito bem disso. _ Se levantou com dificuldade pela falta de apoio das mãos, sempre com o olhar direcionado ao chão. Caminhou em direção a porta, sendo parado por Jooheon que insistia em continuar a segurar a sua mão, a vontade que tinha era de ficar ali, deixar-se levar pelo ruivo.. Mas se o fizesse a historia só ia se repetir e ir ficando cada vez pior.

_ P-Por f-fa-vor, não v-vá... _ As palavras saindo entrecortadas pelos soluços, a mão que parecia ter vida própria por não querer o soltar nem se essa fosse sua vontade. A voz embargada de Jooheon só fazia tudo parecer ainda pior, tudo em si dizia para desistir da idéia, lhe dizia que ele precisava do ruivo assim como ele precisava de si, mas sua mente se mantinha firme de que aquilo era o certo a se fazer.

Então sem ao menos lhe falar nada, Changkyun puxou sua mão da de Jooheon saindo pela porta logo em seguida, deixando um Jooheon completamente quebrado para trás.

Cry Baby • 2WonWhere stories live. Discover now