24 ▪ ALISSA

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Estava batucando os dedos impacientemente na mesa. Já eram nove e vinte e Nash ainda não havia chegado. Olhando janela afora, não notei quando mesmo sentou na cadeira a minha frente.

- Oi – Nash disse, fazendo-me notá-lo.

- Oi – sorri fraco.

- Desculpe o atraso. Sky não queria me deixar sair de casa – ele disse sorrindo, provavelmente se lembrando da irmãzinha.

- Sem problemas – sorri – Como ela está? – perguntei.

- Crescendo – respondeu e suspirou. A atendente veio e anotou os pedidos. Depois disso, ficamos em um silêncio inquietante até os nossos pedidos chegarem. Como chegamos a isso, Nash? Sempre tínhamos sobre o que falar, nem que fosse "o dia está bonito hoje". Nash também parecia incomodado, então falou:

- Sky perguntou de você esses dias.

- Sério? Não imaginava que ela ainda se lembrava de mim – indaguei surpresa.

- Pois é – ele falou e suspirou novamente – Sobre o que eu disse ontem, Ally – ele começou. Minhas mãos suavam frio. Por que você está assim, Ally? É o Nash – Era verdade, cada palavra. Eu realmente sinto muito. Eu fui um babaca, me perdoa Ally- seus olhos estavam nos meus.

- Nash, eu – ele me interrompeu.

- Ally, por favor, deixe eu terminar. Durante esses três anos, não teve um dia em que eu não me arrependesse de ter feito isso, mas eu não sabia como voltar. Eu sinto muito, Ally – seus olhos fitaram o chão. Agora era a minha vez de desabafar.

- Nash, eu fiquei muito mal. Você era o meu melhor amigo. E aí, de uma hora para a outra, eu estava em outro país, em outra cidade, e você parou simplesmente de falar comigo. Você tem noção de como eu fiquei? – ele me olhava tristemente, seus olhos emanavam desculpas.

- Ally, eu – o interrompi. Estava prestes a jogar bombas carregadas de frustração e raiva, aquelas que criei através dos anos, mas então eu percebi algo. Estava na hora de crescer. Eu não era mais a mesma menininha que ele conheceu há três anos. Eu evoluí e retrocedi em alguns aspectos. Estava na hora de mostrar isso. Mostrar que eu era mais que esse meu orgulho idiota, que me impedia de perdoá-lo. Nada vai mudar o que ele fez e ficar apenas remoendo isso, não iria adiantar merda nenhuma. E foi o que eu fiz, decidi crescer e me tornar maior que isso.

- Tudo bem, Nash – suspirei – Eu superei. E isso serviu para me ajudar a virar a pessoa que sou hoje. Eu já deixei de guardar mágoas suas, por isso Nash, eu perdoo você – falei. Durante esses anos, eu já havia me imaginado inúmeras vezes nessa situação, mas nenhuma delas terminava comigo perdoando-o. Na verdade, o final era bem diferente. Mas agora, nesse momento, eu senti que perdoá-lo era o certo a se fazer. Eu evoluí.

Nash pareceu aliviado. Passou as mãos pelos cabelos e, por um instante, eu tive vontade de fazê-lo também. Para com isso, Alissa. Ele me olhou e sorriu verdadeiramente.

- Sempre soube que você era maior que tudo isso, Ally. Sempre foi. Fico feliz em saber que você não mudou tanto assim. Você não sabe o quão feliz eu estou agora – ele falou. Sorri – Eu prometo nunca mais fazer você sofrer. Um novo começo? – esticou sua mão para mim. Sorri e apertei-a.

- Um novo começo.

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Ju

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